CAPITULO DEZOITO

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Danielle

Perdemos. Mais uma vez.

Pra completar, durante o jogo Gabriel ainda tinha levado um amarelo e estava puto pra caramba.

Combinamos que depois do jogo, ele ficaria com as crianças, então, após um tempo depois do final da partida, fui até a parte interna do Maracanã me encontrar com ele.

— Mãe, o papai não jogou muito bem hoje. - Disse Guilherme. — Na verdade ele não tem jogado muito bem faz tempo.

Guilherme só tinha 10 anos, mas era muito inteligente e quando se tratava de jogo e ainda do Flamengo, esse garotinho sabia demais.

— Filho, nem sempre a gente ganha, os times bons também perdem as vezes.

— Ele tá assim porque você não quer mais casar com ele. - Disse Gabi. A frase estava errada mas com o sentido certo. Talvez meus filho tivessem tirado o dia pra me colocar contra a parede.

— Olha lá o papai. - agradeci por Gabriel ter aparecido.

— Ainda bem, eles já estavam prontos pra me crucificar.

Ele riu.

— Gerson chamou a gente pra ir pra casa dele.

— Ele chamou a gente, ou chamou você?

— Chamou todo mundo cara.

Revirei os olhos.

— A Marília disse que ia te chamar pra ir.

Mensagem recebida de Goleiro.

Goleiro: Quer carona pra casa?

Torci o lábio.

— Você não vai? - guardei o aparelho do bolso.

— Não tô no clima.

Quando estávamos juntos e a partida fracassava, eu sempre tirava uma noite pra gente. Fazia ele rir, e esquecer um pouco do jogo.

Mas pro outro lado não era mas a minha obrigação fazer ele sentir-se melhor após um mal jogo, e com certeza o Matheus também devia estar precisando de atenção agora.

— Mamãe, vem com a gente! - pediu Guilherme.

Gabriel me olhou.

Ele parecia bem chateado e eu era uma coração mole.

— Tá, mas depois eu vou vir embora pra casa ok?

Os pequenos pularam de alegria enquanto eu entrava no carro junto com eles.

— Que merda de jogo hoje. - ele fosse baixo.

Eu tinha medo de dizer algo errado. Então fiquei calada.

Seguimos calado após isso até chegar no condomínio.

Mensagem recebida de Goleiro

Goleiro:
Tô malzão tentei dar o meu melhor hoje
Quando chegar em casa me liga

Olhei a tela do aparelho.

Respirei fundo.

— Tá com fome? A gente pode pedir alguma coisa. - Gabriel disse tirando as crianças do carro.

— Pizzaaaaa. - gritou Guilherme.

— Até que uma pizza de banana com canela cairia bem.

Gabriel sorriu. Ele adorava esse sabor.

Saímos direto para o elevador.

Gabriel

Hoje eu não queria papo com ninguém, só se Danielle me desse confiança, e foi isso que ela fez. Na verdade ela foi convencida pelas crianças.

— Eu acho que eles não vão esperar a pizza. - olhei os dois pequenos capotados no sofá.

— Eles comeram uma centena de cachorros quentes no estádio mais cedo, fora os copos imensos de coca cola. - ela gargalhou. — Vou aproveitar que eles dormiram e vou pra casa.

— Mas já? Por que? - segurei sua mão. — A gente não pode dormir junto hoje?

— Dormir junto Gabriel? - ela juntou as sobrancelhas. — Tá maluco?

— Você não achou que eu tava maluco lá no Qatar né?

Mostrei a língua pra ele.

— Podia usar a língua de outro jeito...

— Gabriel!

Gargalhei.

— Agora é sério, dorme comigo hoje? - ele me puxou pela cintura. — Lembra quando perdíamos um jogo e você fazia várias coisas pra eu me sentir melhor?

Ela tombou a cabeça para o lado. E depois pegou o celular tocando.

Ela olhou o celular e depois colocou no bolso da calça.

— Gabi eu tenho mesmo que ir...

Fechei os olhos e respirei fundo.

— Não vai se encontrar com ele, vai?

— Gabriel, pelo amor de Deus não começa.

Ela pegou a bolsa e se despediu de mim.

É você - gabigol - Caminhos diferentes Onde histórias criam vida. Descubra agora