07- Thomas Spencer

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    Um mês se passou desde aquela noite, Isabella? Bom, ela não saiu da minha cabeça ainda, não estou me importando, saí com várias durante esse mês, mas nenhuma é como ela.

    Estava sentado com meus amigos e outros colegas da turma quando vejo Isabella se aproximar acompanhada de Beatrix.

    - Com licença, Thomas, posso falar com você?

    - Sim, claro. – Peço licença aos meus amigos e acompanho elas até um lugar mais afastado sem movimentação de alunos.

    - Por que tão longe? – pergunto curioso.

    - Temos que conversar. É um assunto delicado, por favor me entenda.

    - Qual o assunto?

    - Eu estou... – Ela trava e olha para as mãos e depois para sua amiga.

    - Está o que? O que aconteceu?

    - Ela está gravida Thomas, e você é o pai. – Beatrix falou no lugar da amiga e eu só consegui rir.

    - Está me zoando né?

    - Não ela fez os exames há três dias e estava de atestado.

    - Acha que isso já não me aconteceu? Sabe eu namorei uma garota há alguns anos, ela me traiu e ainda quis dar o golpe do baú, mas com os testes de paternidade o bebê não era meu filho. Então seja lá quem for o pai dessa criança, procure ele. Eu não caio mais nessa ladainha não.

    - Como pode ser tão imbecil, acha que Isabella é como você que fica com a Universidade inteira?

    - Ela bebeu um pouquinho e já deu para mim, isso na sua primeira vez. Depois da primeira nenhuma garota consegue mais apagar o fogo, e na segunda vez que chamei ela abriu as pernas rapidinho. Como consegue me provar que não fez isso com outros?

    - Bia, vamos embora. Agora. – Isabella diz já saindo dali.

    - Calma aí garota. Sabe, existe uma coisa chamada camisinha, avise o pai dessa criança aí que é muito mais barato que fraudas e leite. Não me procure mais, eu jamais faria um filho com uma qualquer.

    Sinto meu rosto arder, Beatrix me atinge com um tapa tão forte que arde.

    - Você é doida garota. Não fui eu que abri as pernas para qualquer um.

    - Você deveria aprender a tratar melhor uma mulher, seu canalha.

    Beatrix saí correndo em direção da amiga que já está longe, saiu antes do tapa com os olhos vermelhos e lágrimas correndo pelo rosto.

    Por certo achou que eu iria cair nessa se caso ela fizesse um pouco de drama. Compro os melhores preservativos para não ter esse perigo e vem uma garota querendo me dar o golpe do baú? Nunca mais, eu sofri muito com a traição do passado e mais ainda quando descobri que o filho não era meu. Eu gastei muito dinheiro e tempo naquela gestação para descobrir que o filho não era meu.

    Não passarei por isso nunca mais. Eu sei muito bem me cuidar.

    Volto até meus amigos e finjo que nada aconteceu. Sei que eles vão me perguntar, mas deixa esse assunto para depois. Afinal, não a nada para se preocupar.

    Voltamos cada um para suas respectivas aulas e como imaginei meus amigos estavam me esperando em frente à minha sala curiosos para saber o porquê Isabella queria conversar comigo.

    - Conta tudo. – Victor diz.

    - Com todos os detalhes. – John completa.

    - Golpe do baú. Garota ingênua. Blábláblá, não caio mais nessa. Se fosse no passado eu já estaria aos pés dela como um cachorrinho, mas agora? Bom, eu cresci e aprendi com meus erros. Ela que procure o verdadeiro pai daquela criança.

    - Você tem certeza de que não é seu?

    - Sim Victor, eu sei me prevenir.

    - Você sabe muito bem que essas coisas podem furar ou algo do tipo.

    - Para com essa John, eu compro o melhor dos melhores para que isso não aconteça.

    - Se você diz meu amigo, vida que segue.

    - Soube que vai ter uma festinha hoje. Vamos?

    - Mas é claro que sim. Preciso esvaziar a mente, a noite foi tensa.

    E aproveitamos da melhor forma possível, muita bebida, muitas garotas e finalmente depois de tudo isso Isabella saiu da minha cabeça. A noite finaliza ao sair do quarto de hotel e ir para casa. Totalmente livre de uma certa pessoa.

[...] Dois meses depois...

    Mesmo sem querer eu ainda penso em Isabella as vezes, e sempre vejo ela na universidade o que acaba causando uns sentimentos estranhos aqui dentro do peito, mas simplesmente ignoro. Hoje ela está com um vestido azul claro levemente florado e eu não consigo deixar de observá-la, tão linda, mas ao mesmo tempo interesseira o suficiente para tentar me golpear com uma gravidez. Eu fiz minhas pesquisas e descobri que ela trabalha numa lanchonete e mora sozinha com a mãe então não foi nada mais que puro interesse no meu dinheiro.

    Mas mesmo sendo interesseira e golpista não deixa de ser linda, ainda mais com esse vestido que mostra um pouco sua barriga que começou a ter forma.

    - Observando a gravidinha do ano?

    - Ah, cala a boca Victor. Ela é bonita sim, mas não tenho mais interesse.

    - Será que acreditamos nele? – Victor faz a pergunta para John.

    - Ele ainda vai se apaixonar pela garota, mas vai ser tarde demais porque o papai da criança já vai estar com ela. – John diz.

    - Parem de encher o saco, já disse e repito. Não tenho interesse nem curiosidade para saber sobre aquele bebê.

    - Não vai se arrepender no futuro?

    - Não John, não vou me arrepender.

    - Comentou com seus pais sobre isso?

    - Claro que não Victor, eles já têm compromissos demais, não vou incomodá-los com algo sem fundamentos.

    - Você que sabe meu amigo, que bom que ao menos comentou conosco. – Diz Victor se levantando.

    - Mas ela é realmente muito bonita, Thomas.

    John faz o comentário e sinto alguma coisa dentro de mim. Bom, deve ser repulsa, mas ainda assim ela não deixa de ser linda, aqueles cabelos, aqueles olhos castanhos e aquele sorriso... Ela é perfeita.

    O tempo foi se passando e mais dois meses ela sumiu da universidade. As últimas vezes que a vi ela sempre usava alguma roupa grande ou moletons, e o último dia que vi ela mais de perto, a mesma estava saindo do banheiro e antes de fechar seu moletom pude ver sua barriga que já parece bastante, não tão grande por ela ser pequena e magra, mas ainda assim ela realmente está grávida.

    Depois desse dia, não vi Isabella pelo campus, e foi a partir daí que realmente consegui esquecê-la. Vi Beatrix todos os dias que sempre me olhava com desdém, mas quem disse que me importo?

    Minha vida melhorou muito depois que deixei Isabella no passado, minhas noites foram muito mais produtivas.

    E por fim, chegará o final de mais um semestre, e como já havíamos combinado iriamos para o litoral curtir a praia e as bronzeadas como diz o tarado do John.

    Não víamos a hora das férias realmente chegar, apenas as provas finais e iriamos curtir sem medo e arrependimentos.

DEPOIS DAQUELA NOITE - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora