Bateria do Amor

Cp 9

Era domingo de manhã , Paola e Gilmara já estavam a postos no Ideal Clube, ambas estavam com o propósito de entrar no clube das ricas para saírem em colunas sociais e serem bem vistas pela alta sociedade não basta só ser rico é preciso ter notoriedade no meio em que se vive.
Aldeota era o bairro dos ricos , diziam que ali não tinha assalto mas era tudo marmelada mas ninguém ia falar que o bairro mais nobre de Fortaleza teria esse tipo de coisa desagradável preferimos que essas ocorrências aconteça no bairro Barra do Ceará , Bela Vista ou até o Planalto Pici.

A burguesia sempre gostava de máscaras.

Paola já avista as dondocas no restaurante San Luiz que ficava dentro do clube.
Betina a dona do clã chama as duas para se juntarem a suas amigas.
Elas se sentam e Betina começa a falar de todas as suas riquezas como se tivesse fazendo um inventário ,as amigas prestavam atenção ninguém sabe se estavam gostando ou não do monólogo e ela falava de sua fazenda com várias cabeças de gado e suas plantação que davam lucro o ano inteiro as terras eram frutíferas e abundantes.

—Meninas acreditam que meu guarda roupa está tão cheio que tive que doar algumas roupas é muito bom ser rica. — Betina falava com leveza enquanto tomava seu café capuccino com torrada mas ela de vez em quando olhava para o atendente do restaurante o rapaz estava achando aquilo meio enigmático.

—Nossa Betina que rica você é. — disse Gilmara emocionada.

—Já você não parece rica nem aqui nem na China. — Soltou Betina rindo alto.

Gilmara ficou vermelha ela queria falar poucas e boas mas sabia que esse negócio de ser rica não podia fazer barraco.
Ela era rica a pouco tempo seu marido lhe traiu e ele teve que pagar uma pensão vitalícia ou era isso ou o marido perdia o mandato de deputado estadual.
O ex marido ciente do poder da mulher teve que ceder as suas ameaças.
Gilmara já morou na periferia ela tinha trauma até do nome ela passou dessa fase de ficar contando moedas inventou até de fazer aula de etiqueta social mas a professora era uma senhora muito severa dizia que ela era uma aluna relapsa que aluna não decora as ordens dos talheres na hora das refeições.

—Betina eu sou rica sim viu. — Ela falou num tom nervoso , Paola arregalou os olhos para amiga se acalmar ela entendeu o recado.

—Menina se acalme falei sem pensar.

—Tudo bem. — disse Gilmara.

Paola vai conversar com o atendente agradecer sobre o atendimento, Betina ficou de orelha em pé com a cena olhava fixamente para o atendente que desvia o olhar.
Paola nota o desconforto dele mas não sabia que motivo era.

—Duda está tudo bem ?

—Sabe o que é dona Paola , a Betina vive me flertando mas eu tenho namorada aí não rola.

—Que situação chata meu filho.

Ela não estava acreditando que aquela senhora tão moralista era de querer se aventurar nesse barco de moços mais novos.
Não que achasse errado mas Betina fazia uma pose de tão fina que jamais pensaria isso a respeito dela.

Paola chama Gilmara para o banheiro ela diz que não está apertada , ela pede que a amiga lhe maquie.
Gilmara acha isso bem confuso mas segue a amiga.
Quando entram no banheiro, Paola está branca como um papel.

—O que foi Paola ? O Duda deu em cima de você ele é gatinho mas é novo demais.

—Não Gilmara tenho uma bomba da Betina.

—Num vai me dizer que ela me chamou de pobre eu pego ela viu.

Paola franze o cenho , Gilmara suspira de raiva.