✨Capítulo IV | Ilha Dinossauro✨

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     — Hmmm… Interessante… Segundo a lenda, o baú que contém o tesouro do Billy Gem só pode ser aberto com quatro chaves — disse, analisando o mapa cuidadosamente — Ao que tudo indica, encontraremos uma dessas chaves na Ilha Dinossauro!

     — Ilha Dinossauro?! — perguntou Carl, nervoso — Mas eles não foram extintos?

     — É o que costumam dizer, mas pelo visto esse é o único lugar onde essas criaturas ainda podem ser encontradas.

     — Você ouviu isso, né? — indagou, sacudindo o braço da amiga — Não podemos com esses monstrengos gigantes. Vamos voltar agora!

     — Relaxa, meu amigo. Os dinossauros não vão reparar em nós se formos discretos — tranquilizou Darryl — Você vai ver, pegaremos a chave e voltaremos ao navio em segurança. Um verdadeiro aventureiro não desiste diante de um desafio!

     — Viu, Carl? Você devia aprender algumas coisas com ele — provocou Jacky, afagando a cabeça do robozinho irritado.

     Enquanto isso, Crow estava ao fundo escutando toda a conversa. Sem tempo a perder, ele foi até o depósito, onde Bibi e Bull se escondiam.

     — Pessoal, eu trago uma notícia boa e uma notícia ruim. Qual vocês querem ouvir primeiro?

     — Manda a ruim logo! — respondeu Bibi, debruçada numa caixa — O que há de tão ruim que não possa piorar?

     — Estamos no navio da Penny!

     — Uh… Quem é Penny? — perguntou, tentando lembrar de onde ouviu aquele nome.

     — A pirata de cabelo rosa que prendeu a gente no navio e depois fez uma dupla de robôs nos levarem até o palácio há alguns meses! — explicou, e de repente a ficha da menina caiu.

     — Ah não, eu sabia que estava reconhecendo esse navio! — exclamou, lembrando-se da humilhação que passou meses atrás — Por que com tantos lugares, preferimos nos esconder logo aqui?!

     — Calma, Bibi. Nada de pânico! — disse Bull, tentando acalmá-la — O ideal a fazer agora é permanecermos escondidos até o fim da viagem. Quando atracarem, será nossa chance de fugir!

     — Afinal, Crow… — continuou ela, após respirar fundo — Qual é a boa notícia?

     — Ao que parece, a tripulação está atrás de um baú do tesouro.

     — Tesouro?! Conta tudo!

     Assim, Crow contou sobre tudo o que ouviu. Ao terminar, seus colegas sorriram maliciosamente:

     — Parece que nossa sorte está prestes a mudar… — comentou Bibi, com uma súbita empolgação.

     — Exatamente — Bull esfregou as mãos, animado — Se fizermos tudo direito, esse tesouro será nosso!

                                             ***

     Graças aos propulsores do navio, não demorou muito para a tripulação chegar ao seu destino.

     — Chegamos, marujos. Essa é a “Ilha Dinossauro”!

     Indo até a borda do navio, Carl e Jacky avistaram uma vasta área verde, com belíssimas vegetações e flores exóticas.

     — Uau, que maravilha de lugar! — comentou Jacky, apreciando a paisagem.

     — Jacky… — chamou Carl, puxando a manga da sua blusa — Olha!

     Mais ao longe, o enorme pescoço de um Braquiossauro se esticou para pegar as folhas de uma árvore. A visão daquele ser imenso chocou os tripulantes.

     — Uau, o bicho é grande mesmo…

     — Tá vendo só, Jacky? É desse tipo de perigo que eu estava falando. Olha só na furada que nos metemos!

     — É tarde demais pra voltar, Carl. Nós vamos achar essa chave e ponto final! — respondeu, convicta.

     — Não está com nenhum pouco de medo?!

     — É claro que estou, mas não vou deixar criaturas pré-históricas me impedirem de conseguir o que quero!

     — É isso aí, maruja! — exclamou Darryl, impressionado com a coragem da garota — É como eu disse, se fomos discretos, é possível que não nos notem. Agora mexam-se, não podemos perder tempo!

     Após algum tempo procurando um lugar para atracar, a tripulação decide parar numa pequena praia, torcendo para que nenhum dinossauro aparecesse naquele momento.

    Enquanto isso, escondidos numa cabine próxima ao convés, os Black Bulls planejavam seus próximos passos:

     — Muito bem, prestem atenção — começou Bull — Um de nós vai seguir o grupo discretamente, até eles encontrarem essa tal chave…

     — Quem vai? — interrompeu Bibi, curiosa.

     — O Crow vai.

     — É isso aí. Até que enfim um pouco de ação! — comemorou o corvo.

     — Espera, por que ele?! — questionou, chateada — Eu poderia muito bem fazer isso!

     — Ele é o mais ágil e discreto de nós. Sem falar que ele pode voar — explicou, convencendo-a.

     — Rá! Ouviu? Eu sou o mais ágil! — provocou ele, fazendo uma dancinha.

     — Bah, eu também sou ágil… — resmungou baixinho.

     — Sinto muito, Bibi. Na próxima você vai — prometeu ele. Bull geralmente não costuma ter medo de nada, mas pensar nos perigos que a garota correria numa ilha cheia de feras pré-históricas, lhe arrepiava a espinha. Por isso, decidiu deixar essa tarefa nas mãos (ou asas) de alguém mais capacitado — Enfim, Crow. Assim que o grupo encontrar a chave, você deve dar um jeito de pegá-la.

     — Pode deixar, chefe. Usarei minhas melhores táticas de ladrão para surrupiar a chave e o mapa!

     — Ótimo, confio em você — ele olhou pra Bibi — Enquanto isso, nós dois devemos estar a postos para quando ele voltar. Seremos os pilotos de fuga!

     — Mas tem uma questão, Bull — disse Crow — Como vou saber o caminho de volta? Esse lugar é enorme!

     — Quanto a isso, tive uma ideia — respondeu Bibi, pegando algo do bolso do casaco — Esses rastreadores que roubei daquele policial podem vir a calhar!

     — Bibi… Rastreadores?! — exclamaram.

     — Relaxa, estão desativados — tranquilizou — Podemos colocar eles em nós, e com esse aparelhinho aqui, o Crow pode ver nossa localização pra poder voltar sem nenhum problema!

     — Minha nossa, a sua esperteza me assusta às vezes… — disse Crow, impressionado.

     — Há há, tenho minhas manhas! — afirmou, convencida. Os anos que ela passou no orfanato a ensinou muito sobre usar a tecnologia ao seu favor, principalmente quando queria invadir o estoque secreto de doces confiscados que o diretor mantinha.

     — Beleza, pessoal. Agora foco! Vamos atracar!

     Com a âncora em seu devido lugar, os tripulantes baixaram a rampa e desembarcaram.

     — Nossa, isso lembrou o dia em que todos se reuniram na base da resistência — disse Carl, olhando ao redor.

     — Sim, aquela aventura ficará para sempre na memória — concordou Jacky, com certa nostalgia.

     — Agora vocês terão mais uma pra se lembrar! — afirmou Darryl, mais a frente.

     — Para onde vamos? — perguntou ela.

     — No meio da ilha tem uma espécie de cripta, onde a chave está escondida. Se seguirmos em linha reta, estipulo que podemos chegar lá depois do almoço. É provável que voltaremos no fim da tarde, mas é só uma hipótese.

     — Então vamos lá! — exclamou, apertando o passo.

                                              ***
    
     A tripulação se embrenhou na densa selva. Darryl andava a frente deles segurando o mapa, enquanto Tick cobria a retaguarda. Todos estavam levando suas armas para o caso de uma luta.

     Após duas horas de caminhada, o grupo decide parar um pouco para se localizar. Carl aproveita esse momento pra soltar Timmy, o canarinho, que já estava ficando cansado de ficar só embaixo do capacete o dia todo.

     Um pouco mais ao lado, Jacky deixa sua britadeira de lado e aproveita pra pegar algo para comer, mas…

     — EU NÃO ACREDITO! — exclamou, olhando dentro da sua mochila — ESQUECI O RANGO!

     — O QUÊ? — indagou Carl, perplexo — Que tipo de pessoa vai pro meio da selva sem ao menos levar um lanche?!

     — Ora, eu passei tanto tempo na companhia de robôs, que esqueci que sou humana! — tentou se justificar — Qualquer um pode se confundir!

     — Não, você é que é cabeça de vento mesmo — concluiu, balançando a cabeça.

     Ignorando o último comentário, a garota olhou ao redor e avistou um arbusto de frutinhas coloridas. Sem perder tempo, ela corre até ele e pega uma das frutinhas, mas antes que pudesse levá-la a boca, Carl dá um tapinha na sua mão, fazendo-a derrubá-la.

     — Qual o seu problema, cara? Não tá vendo que eu quero comer?!

     — Eu já li sobre essas frutinhas. Se uma pessoa ingeri-las, ficará cheia de gases!

     — Bom… O importante é matar a fome! — respondeu, tentando pegar outra, mas Carl segura sua mão, impedindo-a.

     — Aí conforme o tempo passa, a pessoa começa a sentir dores insuportáveis, até finalmente morrer envenenada!

     Com essa explicação assustadora, Jacky se afastou o mais rápido possível do arbusto.

     — Sinceramente, não sei o que seria de você sem mim… — provocou, achando graça no nervosismo da amiga.

     — Não enche… — respondeu, envergonhada. Ela sabia que o amigo estava certo, afinal, quantas vezes ele já havia a livrado de encrencas?

     — Pessoal, nós estamos perto da cripta — afirmou Darryl, olhando o mapa — Faltam só mais duas horas até chegarmos lá!

     — Essa é sua definição de “perto”? — resmungou.

     — Mocinha, você não achou que encontrar um tesouro perdido de séculos atrás seria fácil, né? — indagou o capitão, e ela se calou, seguindo em frente.

     — Ei, acha mesmo que vamos precisar disso aí? — perguntou Carl, apontando pra britadeira que ela arrastava.

     — Trouxe por precaução. Nunca se sabe quando vai precisar destruir alguma coisa.

     — Você se lembra disso, mas não lembra do próprio lanche — afirmou, sem conseguir segurar o riso.

     — Ora, seu… — ela deixou a britadeira de lado e correu atrás dele.

     — EI, PAREM. VÃO ACABAR SE PERDENDO! — gritou Darryl, mas os dois já haviam se afastado.

Brawl Stars - Em busca da Gema Dourada [+12]Onde histórias criam vida. Descubra agora