Tendo descansado bastante, o grupo seguiu pela selva, acompanhando Buzz. Um pouco envergonhada, Jacky se aproxima de seu amigo e diz:
— Olha Carl, eu… Queria lhe agradecer por me proteger, de verdade. Você foi muito corajoso!
— Você sabe que eu faria qualquer coisa pra proteger minha melhor amiga, certo? Mesmo que ela seja turrona às vezes.
Ela riu, e envolveu seu ombro enquanto andavam.
— Aqui está ela, meus amigos! — disse Buzz, após uma hora de caminhada — A misteriosa cripta!
Eles pararam diante de uma construção de pedra, que lembrava uma pequena casa cheia de musgo.
— Para trás, pessoal. Não sabemos o que mais pode haver lá dentro.
Ao abrir a porta, Darryl se deparou com uma longa escadaria que dava para o subsolo.
— Tá… Escuro, não? — disse Jacky, com um sorriso amarelo — Carl, por que você não vai na frente? Seus olhos podem iluminar o caminho!
— É isso aí, Carl. Estamos logo atrás de você! — encorajou Darryl.
— Humph! — bufou, franzindo os olhos e entrando na cripta antes de todos.
Lá dentro, seus dois olhos brilharam igualzinho a uma lanterna. O caminho era escuro e um pouco escorregadio devido ao musgo que cobria as escadas.
— Cuidado onde pisam! — alertou ele, descendo um degrau de cada vez.
Quanto mais fundo eles desciam, mais escuro ficava. Podiam enxergar apenas a área iluminada por Carl.
Não demorou muito para que chegassem na metade do caminho, mas para piorar o clima de terror causado pela escuridão e o cheiro de mofo, Jacky sentiu algo andando pelo braço e ao averiguar, percebeu que se tratava do inseto mais asqueroso que já viu na vida… Uma barata!
— AHHHHHHHHHH!!!
Sem conter o desespero, Jacky acidentalmente empurrou Buzz, que se desequilibrou e caiu em cima dos outros, fazendo-os rolarem escadaria abaixo.
— Sinceramente, garota. Você está me dando nos nervos! — disse Darryl.
— O que eu podia fazer?! — gritou, se levantando — Eu tenho pavor de barata!
— Por favor, saiam de cima! — gritou Carl, sentindo-se esmagado pelos outros.
Tick também se mexia desesperadamente pra sair do amontoado de gente. Sentindo-se sufocado, ele acendeu seu pavio e causou uma pequena explosão, que afastou todo mundo.
— Caramba, Tick. Isso foi desnecessário! — repreendeu Jacky, batendo a fuligem de suas roupas.
— É, cara. Isso não foi legal! — afirmou Buzz, tossindo por causa da fumaça.
Tick fez alguns barulhinhos, aparentemente se desculpando.
— Perdão, marujos — disse Darryl, se levantando — O Tick é meio claustrofóbico…
— Pessoal, olha! — exclamou Carl, apontando para uma caixinha verde em cima de um pequeno pedestal — Achamos a chave!
O grupo se levantou de onde estava e se aproximou do pedestal.
— Será que vai acontecer alguma coisa se a gente pegar? — indagou Buzz, com receio.
— Só tem um jeito de descobrir — Darryl assente para Tick, que está mais perto e ele pega o baú.
Por um tempo, todos ficam em silêncio, esperando algo acontecer, mas parece que não havia nenhuma armadilha. Então, Tick abre a caixa e se depara com uma chave verde dentro dele.
Ele a entrega para Jacky, que sorri, feliz por estar cada vez mais perto de alcançar seu objetivo.
— Conseguimos, tripulação! — disse, sem conter a felicidade — Nós conseguimos!
— Maravilhoso! — diz Darryl, aliviado — Agora podemos voltar ao navio!
O grupo sobe novamente as escadarias, dessa vez com cuidado, até retornarem à entrada.
— Capitão, o senhor sabe o caminho de volta? — perguntou Carl.
— Ante de sair, pus um rastreador no navio. Sei exatamente onde ele está!
— Tudo bem se eu acompanhá-los no caminho de volta?
— Claro, Buzz. Sem problemas!
Ao entrarem numa mata fechada, Darryl sentiu algo acertar suas costas.
— O que foi isso?! — perguntou, sentindo uma perfuração no seu barril.
— Uma faca! — exclamou Jacky, retirando o projétil, que se assemelhava a uma pena.
— Cuidado! — exclamou Carl, tirando ela do caminho de outro projétil, que por pouco atingiu o chão.
— Estamos sendo atacados, marujos! — afirmou Darryl, socando outro projétil que vinha em sua direção — Se protejam!
Cada um se escondeu atrás de uma árvore para evitar as facas voadoras. Quem ou o que estaria fazendo isso?
Carl pegou a mão da Jacky e correu para trás de uma árvore de tronco grosso, onde estariam protegidos por um tempo.
— O que será isso, Carl? — perguntou, sem conseguir disfarçar o medo.
— Eu não sei… Mas vamos ficar quietos. Talvez ele vá embora!
Por um momento, a chuva de facas parecia ter cessado. Darryl e Tick puseram as cabeças pra fora do tronco onde se escondiam, e Buzz emergiu de um lago ao lado. O silêncio havia se instaurado entre o grupo. Ninguém tinha coragem de dizer nada, muito menos se mexer.
Enquanto Carl e Jacky olhavam ao redor pra ver se era seguro, eles sentiram uma respiração pesada atrás deles. Logo, uma voz aguda começou a dizer:
— Me passe a caixa e o mapa!
Ao ouvirem a voz, logo eles perderam o medo do que quer que estivesse atrás deles e resolveram se virar, dando de cara com o Crow.
Jacky se segurou pra não gritar. Claramente já vira diversas criaturas estranhas ao longo de seus 22 anos, e o próprio reino era um lugar bem diversificado se tratando delas. Mas não importava, ela sempre se assustava quando via algo diferente, e a imagem de um corvo antropomórfico com uniforme de prisioneiro só piorava a situação.
Crow encarava a garota como se pudesse fulminá-la com o olhar. A intimidação era uma de suas maiores habilidades, mesmo que sua voz não ajudasse muito, ele compensava com a postura.
— Me dê a caixa! — exigiu, impaciente.
— Vai se catar, passarinho! — gritou Jacky, assim que seu medo foi embora — Isso aqui é nosso!
Com a paciência esgotada, Crow pega uma de suas penas e se aproxima da garota, mas Carl entrou na frente, dizendo:
— Fique longe dela!
— Cai fora, lata velha! — respondeu, golpeando Carl na cabeça, fazendo-o cair desorientado. Crow se abaixou e pegou o mapa que estava do bolso dele.
Aterrorizada, Jacky aproveita a distração do homem corvo e foge com a caixa. Não podia entregá-la a ele, precisava daquela chave. Caso contrário, essa aventura teria sido à toa? O grupo nem havia chegado longe o suficiente!
Pode parecer ridículo eles passarem por toda essa confusão só por causa de uma lenda, mas para a ela, aquilo tinha um grande valor. Não pelas riquezas, e sim, por imaginar a felicidade de seu avô ao ganhar algo que sempre quis, e por mostrar o quanto ele era especial pra ela. Então, não importava os riscos, ela iria conseguir a Gema Dourada. Era tudo ou nada!
Enquanto corria por entre a floresta, desviando de árvores, trepadeiras e pedras pelo caminho, Jacky sentiu uma dor terrível no braço direito e isso a faz tropeçar e cair.
No chão, ela percebe que uma das facas do Crow a atingiu entre o ombro e o cotovelo. Ela tentou remover, mas a dor era insuportável. Mais a frente, ela vê Crow se aproximando e pegando a caixa.
— Não… — murmurou, tentando se levantar, mas de repente, ela começou a sentir tonteira, e voltou pro chão. O que estava acontecendo?
— As minhas lâminas não apenas perfuram e cortam, elas envenenam! — disse ele, olhando-a de soslaio — Podíamos ter resolvido a situação sem que chegássemos a esse ponto, mas você não me deu escolha.
Ele se aproximou dela, e sem aviso, retirou a lâmina de seu braço, fazendo a gritar de dor.
— Não se preocupe, o veneno não vai te matar. Mas pelas próximas dez horas, além da dor excruciante, você vai sentir tonturas, febre e possivelmente terá alucinações — explicou — Após as dez horas, seu corpo voltará ao normal. Sugiro que faça um curativo nesse braço. Boa sorte, você vai precisar!
Tendo dito isso, ele viu o restante do grupo se aproximar. Assim que viu Jacky caída ao lado de Crow, Darryl pergunta, furioso:
— O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?!
— Ela vai ficar bem — disse, simplesmente — Agora me deem licença, que tenho um tesouro pra encontrar!
Ele deu um grande salto e sumiu nas copas das árvores. Carl foi correndo auxiliar a Jacky a se levantar.
— Você está ferida! — exclamou, ao ver o corte fundo no seu braço.
— Ele me envenenou… — disse, com a voz fraca — E também levou o mapa e a caixa…
— Esquece isso por um momento! — asseverou Darryl — Temos que voltar pro navio. Lá podemos tratar esse ferimento!
Sendo o mais forte, Buzz pegou a garota no colo e correu atrás de Darryl, que dizia que o navio não estava longe.
Quase meia hora depois, eles avistaram a praia, mas algo os surpreendeu: Crow estava lá e corria na direção do navio.
— O que ele está fazendo?! — indagou Darryl, furioso.
Tick chamou a atenção do capitão, apontando para o navio, e eles logo viram que o corvo não estava sozinho. Bibi e Bull estavam esperando que ele subisse para poderem ir embora.
— ELES VÃO ROUBAR O NAVIO! — gritou, desesperado.
Enquanto isso, Bull avistou Crow se aproximando e gritou:
— Venha rápido! Eles estão atrás de você!
Crow olha para trás e vê a tripulação de Darryl perseguindo-o. Quando já estava perto o bastante do navio, ele se impulsiona num grande salto e pousa no navio.
— AGORA! TODA FORÇA A FRENTE! — Bull ordenou, e Bibi puxou uma alavanca que ligou os propulsores do navio, fazendo-o disparar pra longe da praia, deixando toda a tripulação presa na ilha.
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Brawl Stars - Em busca da Gema Dourada [+12]
Fiksi Penggemar⛔EM HIATUS⛔ ▪ [Spin-off de "Brawl Stars - A Resistência"] ✨O aniversário de Dynamike estava chegando, e Jacky, sua neta, não tinha ideia do que lhe dar de presente. Durante mais um dia de trabalho nas minas, seu melhor amigo, Carl, encontra um mapa...