O caçador de vampiros

17 4 0
                                    

Palavras-chave: Êzo, emana, humanitarismo, arma arcana, Caat, nível de ameaça, vampiro.

Em Londínio, uma metrópole na região de Êzo, existe uma família de emanos bem famosa.

Famosa.

Não querida ou adorada.

A família Bell é conhecida pelos cidadãos e pelo reino como arruaceiros, bêbados e perigosos. O que não deixa de ser verdade, porém existe outro lado nessa história.

Os Bell são uma família poderosa de matadores de criaturas. Entre as brigas de bar e os roubos as igrejas humanitarístas, eles protegem a população contra monstros que as pessoas não conseguem lidar.

Todos os odeiam. Eles próprios se odeiam.

O motivo de tamanho poder vem de uma arma arcana que passa de geração em geração. Sempre que o portador morre, a estrela-da-manhã, um chicote de ferro com poderes explosivos, faz ressonância com alguém da geração seguinte.

Certa noite de lua cheia, um grupo de moradores acorda Judas Bell, o atual portador da arma, que aparentemente estava em coma alcoólico no chão do lado de fora de um bar.

Depois de muito xingamento, arrotos e peidos por parte de Judas, ele finalmente se prestou a ouvir aquelas pessoas. Afinal, não era comum que moradores viessem ao seu encontro, a não ser que algo verdadeiramente terrível esteja acontecendo.

Pelo que entendeu, havia um monstro matando vampiros na cidade. Foi encontrado vários corpos degolados, deformados e triturados nos becos e vielas de Londínio.

Puta que pariu, pensou Judas. Que caralho de monstro tem uma dieta tão refinada a ponto de escolher apenas vampiros, dentre todas as raças anumanas?

Quando estava prestes a mostrar o dedo do meio e voltar a dormir, os moradores, que agora percebeu serem todos vampiros, lhe jogaram um saco cheio de cristais. Quando contou havia cerca de 200R$.

Quantas putas, cigarros e bebidas aquilo poderia pagar? Judas Belmont estava doido para descobrir.

Logo cedo ele saiu de Londínio e foi em busca de Alexandria, a biblioteca mística escondida em algum lugar do deserto próximo a Caat, soterrado por vários metros de areia e protegida por dezenas de criaturas ferozes.

Felizmente, a família Bell possuía uma bússola mágica que a levava direto para lá. E nenhum monstro que não tenha nível de ameaça extinção é páreo para um Bell.

Após uma longa leitura sobre criaturas mágicas na biblioteca, Bell concluiu que as pessoas da cidade deveriam ir a merda.

Ele não encontrou nada.

Então arrumou suas coisas, voltou para Londínio e foi direto para o cabaré.

Entretanto, poucas ruas antes do seu glorioso destino, ele ouviu gritos desesperados vindo de uma rua.

"Um monstro!". Foi o que ele ouviu.

Quando chegou no local de onde vieram os gritos, tudo fez sentido. Não era só vampiros que "o monstro" queria, a lista de vítimas só tinha mulheres.

Nenhum monstro tem um paladar tão específico quanto a monstruosidade desumana de um serial killer.

A garota vampiro estava sem roupa com o tórax aberto. O monstro estava em sua frente fazendo desenhos com suas tripas derramadas no chão.

E para a surpresa de Judas, ele também era um vampiro.

Um estripador.

Um caçador de vampiros.

Contos e Lendas - OdisseiaPunk Onde histórias criam vida. Descubra agora