Save Me | Tokio Hotel

2.8

Georg Listing

Hoje a tarde Bill e Tom foram correndo falar comigo a cafeteria, como eles sabiam que eu estava lá? Eu não sei, para irmos ver Amélie

Eles atrapalharam minha conversa com Evelyn, mas ela me convenceu a ir com eles, combinamos de nos encontrar outro dia

Amélie também é uma pessoa especial

Quando chegamos na frente da casa dela, Bill bateu na porta e ficamos esperando alguém atender, o que demorou, então ele bateu de novo

A porta se abriu alguns minutos depois, era a mãe de Amélie, ela não parecia nada bem

— oi meninos- forçou um sorriso e deu espaço para a gente passar

— viemos ver a Amélie, ela não apareceu na escola...- Bill comenta

— não sei se ela vai querer ver alguém- ela diz desanimada- não sai do quarto desde madrugada de sexta a noite

— ela está bem?- Tom pergunta

— eu não sei, ela não deixa eu falar com ela ou ver ela- diz- podem tentar tirar ela de lá? Ela nem comeu desde que se trancou

— vamos tentar- Gustav diz indo em direção ao quarto dela que ficava no andar de cima e todos nós seguimos ele

Bill bateu na porta

— VAI EMBORA, MÃE- ela grita lá de dentro

— não é sua mãe- Ele fala - podemos entrar?

— NÃO!

— estamos preocupados- Gustav fala se aproximando da porta

— EU NÃO QUERO VER NINGUÉM

— pelo menos um de nós vai- Tom sugere

— NÃO!

— e por que não?- minha vez de perguntar

— EU TO' FEIA

— isso é impossível- Bill murmura

— pelo menos um!- Tom diz quase implorando

Ela fica em silêncio por alguns segundos e Bil fica apreensivo

— GEORG- ela diz- SÓ ELE

— eu?- pergunto surpreso

Imaginaria que fosse qualquer um, menos eu

— VAI ANTES QUE EU MUDE DE IDEIA

— Ok...- falo e olho para Bill que parecia chateado- relaxa- digo para ele e ouço a porta sendo aberta, logo sou puxado para dentro do quarto e a porta fechada

Olho para o quarto todo bagunçado e logo olho para ela. Seus cabelos estavam bagunçados, estava com olheiras, parecia uma morta viva

Confesso, melhor do que eu imaginei

— Já me falaram o que aconteceu- digo sentando na cama- não com detalhes

— quem te falou?- ela pergunta se sentando ao meu lado

— Geórgia viu você lá e contou para os meninos que você parecia estar muito mal- digo e olho para ela- ficamos preocupados com você

— desculpa...- diz olhando para baixo

— por que fez isso?

— Por que é o que pessoas da minha idade fazem- ela diz- e seu eu não fizer isso elas vão me excluir

— não é porque alguém faz isso que você precisa fazer também- digo abraçando ela de lado

— mas aí eu não vou ser que nem elas- apoia a cabeça em meu ombro- e ninguém vai gostar de mim

— você não precisa ser que nem elas para alguém gostar de você

Eu não julgava os pensamentos que ela tinha, era a coisa mais comum na adolescência, praticamente todo mundo já passou pela a pressão de ser igual os outros para ser amado. Se a humanidade não tivesse tantos padrões de aparência, personalidade e inteligência, provavelmente a sociedade seria muito mais feliz e respeitosa

Mas não acho que devemos ser quem nós somos se não gostamos disso, acho super válido mudar o estilo, personalidade ou até a aparência se isso for por você mesmo e não pelo os outros

— Eu e os meninos gostamos muito de você do jeito que é- falo- mas se te incimoda tanto você pode mudar por você e não por elas

— eu até gosto do meu jeito- suspira- mas eu queria que as pessoas gostassem de mim tanto quanto gostam das meninas da minha sala

— a maioria das pessoas são interesseiras e só gostam desse tipo de gente pela a aparência ou dinheiro, raramente pela a personalidade

— mas nem isso as pessoas devem gostar em mim...

Talvez se ela olhasse para as pessoas que realmente estão ao lado dela ela perceberia que isso é uma mentira, todo mundo sabe disso

— não acho- digo- inclusive tem pessoas que te admiram muito todos os dias, é para essas pessoas que você tem que olhar

Não sei se consigo mudar a opinião dela tão cedo, provavelmente essa comparação que ela tem com as pessoas só vai acabar quando sair da escola e perceber o mundo real, onde ninguém é perfeito

A realidade é que todo mundo é um bando de trouxa

— faz assim, vamos sair um pouco desse quarto, Bill me mata se não ver você agora

— mas eu estou muito feia para ver ele

— ele não vai achar isso, confia em mim - digo tentando tranquilizar

E não vai mesmo, é o Bill!

— O Tom é Gustav vão- ela diz

— claro que não, o Tom só finge que é babaca e o Gustav nunca julgaria alguém por aparência

— mas...- fica sem resposta

— não tem "mas"- me levanto e ofereço minha mão para ela pegar e se levantar, e assim ela faz- por que você quis falar comigo e não com um dos outros meninos?- solto a mão dela

— porque você ia ficar menos desesperado, diferente de Bill e Gustav  e não ia me xingar que nem o Tom

— entendi- rio e fomos até a porta do quarto para sairmos- é bom que coma alguma coisa também

...

Quando descemos a escada vimos todo mundo reunido na sala, Gustav e Tom conversavam, Bill apenas parecia muito nervoso

— voltamos!- digo fazendo eles olharem para nos rapidamente

— AMÉLIE!- Bill se levanta sai correndo para abraçar a garota

Amélie não falou nada, apenas abraçou o pescoço dele e o mesmo segurou sua cintura mais forte

— que bom que está bem!- ele diz

Tom e Gustav também correm até nós, Tom puxa o Bill e abraça a garota também, ela ficou levemente surpresa mas o abraçou de volta

Gustav abraçou os dois ao mesmo tempo, Bill também se juntou e posteriormente eu também, formamos um abraço coletivo

Depois de uns dois minutos abraçados, a mãe de Amélie fez um monte de comida para a gente comer, estava uma delícia. No final do dia ficamos vendo um filme enquanto comíamos pipoca, Amelie dormiu no colo de Bill em menos de dez minutos de filme

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Georg é tipo um irmãozinho mais velho