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Geórgia Hoff

Em cima da minha cadeira, batia a mão na prateleira a procura de uma tesoura que minha mãe achou uma boa ideia deixa-la em cima ao invés de por em cima da minha mesa ou perguntar onde era para guardar

Nessa tentativa, falha, de pegar uma tesoura, acabo derrubando o espelho no chão e ele se espatifa todo chão

Desço da cadeira para remover os cacos de vidro do chão antes eu me machucasse. Enquanto fazia isso percebi que tinha algo entre os pedaços, um negócio que me fez agradecer mentalmente por ter o hábito de me trocar dentro do banheiro. A câmera que estava escondida no espelho me fez lembrar de Amélie falando o quão esquisito era aquele menino

Com meu coração batendo a mil, decido dar algum jeito de né livrar disso. Peguei uma sacola da última compra que eu havia feito e coloquei os cacos lá dentro, depois disso sai de casa o mais rápido o possível

Quando sai de casa uma voz me chamou, era ele, Daniel

— Geórgia?- se aproxima de mim quando eu me viro devagar- onde está indo?

— levar um negócio para consertar- digo nervosa- eu preciso ir rápido, é hora marcada- rio e ele olha para a sacola reparando na hora a moldura do espelho

— não precisa esconder- ele diz simpático- eu posso consertar para você- segura na alça da sacola

— não precisa- puxo a sacola mas ele continua insistindo

Isso estava começando a me irritar

— eu disse que não precisava, seu tarado!- falo alto

— está tudo bem?- ouço uma voz vindo atrás de mim

— o que você acha? - pergunto irritada sem nem olhar para a pessoa

Daniel arranca a sacola da minha mão e sai correndo. Não deu um segundo e vejo Tom indo atrás dele. Ao ver os dois correndo decido ir atrás

Só paro de correr quando vejo Tom em cima do garoto enchendo a cara dele de pancadas

— Tom, para!- peço e ele logo faz

A de dreads pega a sacola e vem até mim sorrindo vitorioso

— aqui- me entrega- o que ele fez?

— bateu nele sem saber o que ele fez?

— sim, ele estava te incomodando então eu bati nele

— tá, tanto faz- digo- vamos

— para onde vamos?

— na delegacia- digo começando a caminhar

Deixamos Daniel para trás. Durante o caminho fui contando o que aconteceu e quem era ele. Tom falou que depois iria bater nele mais ainda, ignorei essa parte

Já na delegacia fui até o balcão e falei para a moça todo o ocorrido. Quando fui mostar o espelho com a câmera percebi que ela não estava mais lá

— ele tirou a câmera- digo olhando para os cacos de vidro

— eu resolvo isso- Tom diz e sai da delegacia correndo

A secretaria ficou apenas me olhando e tentando me acalmar enquanto eu falava desesperadamente para ela confiar em mim

Tom não demorou nada para chegar, em menos de 10 minutos já estava de volta

— achei- diz extremamente cansado- ele jogou no meio do mato- diz tentando recuperar o fôlego- nunca corri tanto na minha vida- me entrega a câmera e eu dou para a moça

—parece una câmera mesmo- diz analisando o objeto

— se não fosse uma câmera por que ele teria corrido?- digo irritada

— vou entregar pros policiais analisarem, me passa seu número e logo entraremos em contato- diz despreocupada pegando um post-it e o colocando na minha mesa

— vai fazer só isso?

— não tem muito o que fazer, pelo o que disse, é menor de idade- me entrega a caneta- menor não pode ser preso- fala e olha para as mãos de Tom- mas seu companheiro pode

— como sabe minha idade?- Tom perguntou olhando para as mãos e depois para a moça

— quem não conhece você?- ela diz com um sorriso irônico- minha filha é sua fã

— aqui- Anoto meu número e entrego para a mulher- obrigada por nada

Me viro e saio puxando Tom para fora da delegacia

— ouviu? Eu tenho fãs- diz animado e eu o encaro seria- é que as vezes eu esqueço- diz coçando a nuca

— ninguém liga- digo e saio andando

— você liga- ele diz indo atrás de mim- se quiser eu dou mais um soco nele

Paro de andar e me viro para ele confusa

— quando voltou de viagem?- ele para de andar também

— hoje- diz- fui ver você logo depois

— obrigada

— por voltar de viagem? Me Ana tanto assim?

— por me ajudar- digo revirando os olhos- tenho que agradecer mesmo você não tendo me chamado para ir junto

— você realmente está brava com isso- ele ri- desculpa, vai

— não

Ele segura meu braço e me puxa para um abraço, coisa que ele nunca tinha feito antes

— confesso que senti sua falta- comenta risonho

— me larga

—shiu, você precisa de um abraço- continua no abraço e eu apenas retribuo

Talvez eu realmente precisasse de um abraço. O ocorrido definitivamente mexeu comigo de alguma maneira, meus pais provavelmente não se importariam então só Tom poderia me deixar mais calma agora

— isso é a aceitação da desculpa?- ele pergunta

— não- respondo

— droga- diz derrotado

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Final feliz? Nhe
Em comemoração por eu ter recuperado essa conta, mudei a capa da fic (estava precisando que a outra ainda tinha nome antigo da conta)

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