Quando Julliane decide voltar para sua cidade natal para dar forças e reencontrar seu melhor amigo, Ethan, ela não tinha ideia de que estava prestes a enfrentar um turbilhão de emoções e revelações surpreendentes.
Ethan, que sempre foi o seu porto s...
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Me sentia nervosa enquanto caminhava em direção à casa de Ethan.
Era claro que me deixar sozinha por algumas horas, havia sido uma péssima ideia de Phillip e isso era perfeito para mim. Afinal, tirar vantagens dos momentos em que ele se deixava levar por atos mais impulsivos, era o meu forte.
As ruas estavam tranquilas, o silêncio parecia reinar naquele lugar. Segui em frente me recordando de todas as vezes em que passava ali com um sorriso no rosto, pronta para me irritar com Ethan tentando me ajudar em algum dever de casa ou para comer as tortas deliciosas de Ellen.
Subi os pequenos lances de escada da fachada e hesitei por um momento antes de girar a maçaneta, a casa parecia escura e silenciosa demais. A fita amarela havia sido reposta após a vinda de Ethan, mas eu seria bem cuidadosa.
Estava tudo vazio.
Apenas os móveis cobertos com lençóis e as panelas que pendiam nos ganchos vazios da cozinha davam algum tipo de quantidade naquele lugar.
Subi as escadas lentamente, sentindo o peso da tristeza que parecia pairar no ar.
O quarto de Ethan estava aberto, exceto pela faixa amarela que entre os batentes. Sua cama estava revirada e seus pertences ainda pareciam estar lá, até mesmo sua guitarra, seus cadernos de compor e sua jaqueta favorita carmim.
O quão triste deve ser ter sua casa investigada e vasculhada dessa forma. As memórias daquele lugar eram dolorosas e claramente os policiais não se importam com isso.
Mas era impossível não sentir saudades da época em que tudo parecia perfeito.
Suspirei profundamente seguindo pelo corredor.
Meu corpo se enrijeceu ao chegar ao quarto dos pais de Ethan. Por um momento, pensei se deveria mesmo entrar e conseguir encarar o ele enfrentou ao entrar.
Algo dentro de mim me impulsionou para frente, empurrando a porta com cuidado, me desviando das fitas. O quarto estava escuro e empoeirado, e a cama estava desfeita. Senti uma onda de tristeza ao ver a desolação do lugar. O que tinha levado Ethan a deixar tudo para trás?
Caminhando pelo quarto, observei o armário aberto. Me aproximei e vi que as roupas reviradas, como se alguém tivesse procurado algo com pressa. O espelho do armário estava quebrado em vários pedaços, e era inevitável me perguntar se Ethan foi o responsável por aquilo.
A porta do banheiro estava entreaberta, uma sensação de apreensão foi sentida em todo meu corpo quando me aproximei. Empurrei a porta devagar e logo vi o armário aberto cheio de comprimidos e outros diversos frascos de medicamentos espalhados pelo chão. Peguei um deles e li seu rótulo. Antidepressivos.
Não fazia ideia de que Ellen tomava os medicamentos, e pelo visto, Ethan também não. As lágrimas começaram a rolar em meu rosto, sem que eu tivesse qualquer controle. Era difícil deixar para trás a dor e a desolação que pairavam naquele quarto. Não conseguia imaginar a dor que ele havia enfrentado durante todo esse tempo.
