Seu ponto forte é sua maior fragilidade

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 Eu não conseguia deixar de encarar aqueles frascos

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 Eu não conseguia deixar de encarar aqueles frascos.

Já amanhecia e não em parecia tão certo ter evitado em dizer a Ethan o que eu já sei. Mas talvez posso dizer ao Phillip algo para ajudá-lo. Contemplei o céu começando a se abrir, enquanto vejo meu marido se remexer um pouco a cama.

Me dou a liberdade de respirar um pouco mais tranquila antes da movimentação da cidade, mas era impossível meu corpo não estar alerta. Ainda sentia o frio na espinha ao lembrar da voz assustadora de Antony quando perguntei sobre Ethan, assim como o aperto ao olhar para os comprimidos.

Não acredito que as coisas seriam mais simples se Ellen estivesse aqui, acho que talvez seria pior. Ethan estaria a beira de um colapso nervoso se tivesse visto os remédios ali com ela. Mas, será que conseguiria salvá-la?

Os momentos de silêncio pareciam ter terminado por um ruído metálico arrastado e contínuo. A suíte escolhida no segundo andar, intensificava ainda mais o som que parecia cada mais alto.

Aproximei da janela, tentando não fazer barulho com os pés descalços. Lá embaixo, na calçada, vi um homem com uma barra de ferro nas mãos, arrastando-a pela rua. Parecia imerso e concentrado em seu trabalho com sua cabeça baixa.

De repente, senti seu rosto travar. Tentei estar mais próximo da janela, mesmo que o vidro não me deixasse ir além. Agarrei com mais força as cortinas.

E seu olhar se direcionou para mim.

Minhas pernas focaram trêmulas, me obrigando a agarrar às cortinas, as fechando bruscamente, enquanto minha respiração se tornava mais rápida e curta. Corri para a cama, notando que apesar de se remexer, Phillip não ouviu nada. Minhas mãos tocaram em seu braço para alertá-lo.

Mas não tenho certeza se o que acabei de ver é real ou apenas minha imaginação e ele não merece estar em perigo.

O som se foi. Assim como minha sanidade. 

Meus olhos se abriram em reflexo ao som estrondoso. Abri tenebrosa e toquei no lençol com espaço vazio ao meu lado. Apertei com mais força meus dedos, até notar estarem avermelhados. Levantei em relance e vi a figura de Phillip com seu roupão, ajeitando a bandeja do café. Respirei aliviada, mas ainda havia tensão em meus músculos.

— Ah! Você acordou — sua voz ainda estava rouca de sono, mas já havia despertado seu corpo — Não foi correr hoje? — aquilo parecia mais de uma de suas provocações, mas ele não conseguiria estragar o alívio que estava sentindo ao vê-lo ali — Dormiu bem? — percebi que finalmente Phillip me observava.

Seus olhos cerrados ao meu corpo refletia uma genuína preocupação.

— Me telefonaram da delegacia daqui — sentei-me ainda mais atenta — Preciso levar alguns documentos para Ethan.

— É sobre o tio dele? — as palavras saíram impulsivamente. Queria me livrar do pesadelo de me sentir perseguida.

Phillip ficou em silêncio.

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