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A volta para Nevermore era o que Wednesday mais esperava, porém, ela não pretendia de forma alguma falar sobre isso com nenhum ser humano vivo ou morto.

Sentada em um pequeno sofá, Wednesday observava o céu nublado do lado de fora da janela, esperando seu mordomo terminar de guardar suas malas e sair daquela mansão que ela considerava sua prisão educacional favorita, a Academia Nevermore.

- Argh, Argh, gh -, alertou seu mordomo quando já estava do lado de fora da casa. Wednesday levantou-se, deu uma última olhada no cômodo silencioso, já que seus pais e irmão haviam saído para pescar e se despedido muito antes. Ela entrou em sua limusine típica dos anos 80.

Enquanto Wednesday observava as árvores passando rapidamente pela janela, ela finalmente sentiu que a volta para Nevermore lhe daria a oportunidade de descobrir mais sobre seu novo mistério e perigo, se não fosse por uma bola de pelos que ainda estava fresca em sua memória.

[...]

Wednesday POV

Chegando à entrada de Nevermore, observo os detalhes antigos do grande prédio. As cores escuras se misturavam com a pedra, e tenho a sensação de que uma grande parte foi reconstruída. Peço a Lurch que coloque minhas malas em meu antigo quarto e saio caminhando pelos corredores antigos e repletos de memórias de Nevermore... tantas memórias para uma madrugada só...

Sou tirada dos meus pensamentos quando ouço um grito estrondoso seguido pelo meu nome. Nem preciso me virar para saber de quem se trata.

- Sinclair - eu digo virando e vendo a garota acompanhada de seu namorado. Ajax era um garoto relativamente legal, segundo Enid. Mas eu não suporto esse cara que vive à base de maconha.

- Wednesday! Que alegria te ver aqui de novo! - ela diz se aproximando e abrindo os braços, me abraçando. Eu não nego nem aceito, apenas fico parada enquanto sinto o cheiro exageradamente doce do seu perfume invadir minhas narinas.

- E aí, Wednesday, que milagre ver a tão famosa heroína de Nevermore voltar! - diz Ajax sorrindo ao lado de Enid. Já mencionei que não gosto nem um pouco dele?

- Ajax, o desprazer é todo meu em vê-lo novamente. E não é de uma forma boa - o sorriso do garoto desaparece, e eu dou um leve sorriso de lado. Sigo em frente passando por eles quando o sinal de retirada toca. Por algum motivo, decidiram colocar o sinal mais cedo, dizem que foi por causa do ataque. Patético.

Eu estava subindo as escadas quando esbarro em alguém. Não me importo e continuo andando, até que a pessoa segura meu ombro. A primeira coisa que faço é olhar para o rosto do ser humano, que já está morto.

- Hora hora, como vai, meio metro? - diz a sereia, brincando com minha altura. Se eu continuar aqui, não vai ser nada saudável para ela. Eu a ignoro e continuo caminhando em direção ao meu dormitório. - Só não se esqueça do revanche! - ela grita enquanto eu me distancio.

Eu já havia arrumado minha mala e minha mesa corretamente, agora só me resta tempo para investigar. Resumindo, no ano passado ou alguns meses atrás, enquanto eu estava a caminho de casa, recebi uma mensagem no meu celular sobre uma possível ameaça, onde tinha fotos minhas. Eu estava no café conversando com Tyler e, pouco tempo depois, recebi esse "presente" desgraçado. No final, tinha uma imagem animada com uma faca sendo arremessada na minha cabeça, especificamente no lado direito. Não posso negar que achei bastante curioso e perturbador, mas infelizmente todos esses sentimentos foram embora com o passar dos meses, pois não recebia mais nenhuma mensagem do sujeito.

Ma Loup Cruel | WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora