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V

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Não era aquela a conversa que Xiao Zhan  pretendia ter com Yibo na sexta-feira. Quando enviou a primeira mensagem, perguntando se ele não tinha ido à academia, só queria sondar o território, saber se algo tinha acontecido e avaliar os estragos. Já estava se tornando uma recorrência fazer contato com o marido traído e acabar passando um tempo de qualidade com ele, pessoalmente ou por telefone, e isso, em absoluto, nunca fez parte dos planos.

Os planos, entretanto, estavam mudando de maneira tão dinâmica que, agora, estavam pensando no que iam fazer naquele sábado. Xiao Zhan  atendeu dois alunos pela manhã, voltou para casa, tomou um banho e, quando parou para almoçar, a primeira pessoa que contatou foi Yibo:
[12:45] Xiao Zhan : E aí boiolão, que que nós vamos fazer hoje??

[12:56] Yibo: Boa tarde, flor. Eu te levei no restaurante mais legal que eu conheço da outra vez e você fez uma cena. Você escolhe dessa vez

[12:58] Xiao Zhan : Vou te levar pro meio do mato e comer vc com cerol se me chamar de flor de novo

[13:00] Yibo: Meu cu vale milhões, não é pro teu bico não

[13:02] Xiao Zhan: Curte comida japonesa?
[13:03] Yibo : Curto
[13:05] Xiao Zhan: Já foi no Mizumi?
[13:07] Yibo : Sei onde é mas nunca fui
[13:08] Xiao Zhan  Bora? Lá é quentinho, pro neném da mamãe não reclamar que vai ficar em casa pq ta frio
[13:11] Yibo : Hahahah se eu ficar com frio eu sei que você me esquenta
[13:12] Xiao Zhan: Esquento minha mão na tua fuça
[13:13] Yibo: Já volto Xiao Zhan ie, minha mãe chamou aqui

E sumiu por quase uma hora. Xiao Zhan terminou de almoçar enquanto assistia ao noticiário. Deitado no sofá, tirou um cochilo; acordou mais tarde e foi verificar se Yibo já tinha voltado no WhatsApp.
[14:07] Yibo: Pronto. Você quer que eu te busque? Da minha casa pra sua pro restaurante é caminho pra mim
[14:20] Xiao Zhan: Pode ser então. Que hora??
[14:21] Yibo : Passo aí umas 20h?
[14:23] Xiao Zhan : Feshow
Pontualidade era uma virtude dos dois. Às oito horas, Xiao Zhan iam já estava pronto na sala, esperando a carona. Cinco minutos antes, Yibo mandou uma foto de dentro do carro, indicando que já estava a caminho. Xiao Zhan ia esperá-lo na porta do prédio, e assim que colocou a cara na rua constatou que não era frescura de Yibo, não: estava mesmo fazendo um frio de desanimar. Ao ver o Corolla prata chegando em baixa velocidade, Xiao Zhan caminhou depressa em direção ao veículo e entrou logo, para se proteger da brisa gelada.

“E aí, flor?”, Yibo cumprimentou, estendendo a mão para um aperto em diagonal.

“E aí, boiolão? Tranquilo?”

“Tô bem.”

“Sabe o caminho?”

“Sei.”

O restaurante ficava próximo ao centro, em um bairro conhecido pelas ruas cheias de lugares para comer todo tipo de comida. O frio não bastou para espantar a freguesia. Depois de algum tempo procurando um lugar para estacionar, Yibo conseguiu uma vaga em uma rua paralela, por isso tiveram que andar algumas dezenas de metros até chegarem ao destino final. Ao entrarem no local e procurarem com os olhos por um lugar para sentar, só encontraram mesas de dois lugares disponíveis, mais para o fundo do salão.

“Pode ser naquela ali?”, Yibo apontou.

“Pode, não tá tendo muita opção.”

Sentaram-se e esperaram o garçom chegar com os cardápios. Livraram-se dos agasalhos mais pesados e se acomodaram na mesa, afastando porta-guardanapos, deixando os celulares por perto, cruzando os braços. Ao olhar para os lados, Xiao Zhan notou que todos os que estavam nas mesas para dois lugares pareciam ser casais, e que, vendo-os ali, os outros poderiam pensar que ele e Yibo também eram um. Ao perceber os olhos de Xiao Zhan  espiando
de um jeito suspeito, com o cenho franzido, Yibo também parou um instante para investigar os arredores.

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