CAPÍTULO 4

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CAPÍTULO 4

O dia passou sem eu se quer ver sua sombra pelas janelas da casa, Chrissy havia sumido pelo dia todo. Fiquei deitado na espreguiçadeira da piscina só de short, tomando o sol de Hawkins na pele que mais parecia de vampiro, de tão branca.

- Hawkins é legal. -Boris disse ao meu lado, deitado em outra espreguiçadeira como eu.

- Só porque, agora, tenho dinheiro suficiente pra não precisar ver a cara dessa corja, que mora aqui. - joguei a latinha de cerveja junto com as outras, acendi meu cigarro e soltei a fumaça pela boca.

- Eles eram tão ruins assim, com você? - Boris tomou sua coca-cala, ele nunca bebia, nunca fumava e nunca quebrava as regras.

- Eu fui trancado no meu armário mais vezes que posso me lembrar. - Boris riu, sentou-se e limpou a garganta chamando minha atenção.

- Meu trabalho aqui, é cuidar de você. Com isso, quero dizer, evitar que alguém te machuque. Mas... - Eu parei de beber e me sentei de frente para ele. - Não vou te defender, se caso um marido, bem nervoso, descobrir que a esposa está deitando em sua cama.

- De que porra você está falando? - Dei uma de desentendido.

- Da vizinha. - Boris parou de rir, eu não tinha pensado naquilo, na verdade, pensei, mas não daquela forma.

- Não estou aqui pra colocar alguém em minha cama. - Boris concordou, se levantou e se preparou para cair na água.

- Ótimo, meu amigo! - Boris mergulhou emergindo logo em seguida. - A água está fantástica.

Eu ri e voltei a me deitar, tentando jogar no fundo do peito aquela sensação de que fui pego fazendo algo errado.

Não pensei, necessariamente, em leva-la para minha cama, mas não vou negar, vê-la hoje despertou em mim, aquela paixãozinha adolescente, ainda mais, quando ela me olhou daquele jeito na sacada.

Quando fui embora a quatro anos atrás, na noite de despedida, eu a encontrei na pedra da caveira. Chrissy estava chapada de erva que eu havia vendido a ela, ela havia brigado com seus pais, eles a queria casada após a formatura. Ela
Se sentia pressionada, sonhava em ser fotógrafa, queria fazer faculdade, mas a mãe disse que pra cuidar do marido, ela não precisava disso.

Eu a chamei para fugir comigo, ela riu, e eu roubei um beijo dela. O sabor dos lábios dela era doce misturado com erva, o próprio sabor do pecado. Virgem, intocada, imaculada...

chegava a doer meu saco, só de olhar pra ela, perdi as contas do quanto fantasiei estar com ela no chuveiro. Beija-la fez com que meu coração disparasse.

Ela correspondeu, Chrissy me apertou nos braços antes de me soltar. Sorriu com seus enormes dentes, os
Lábios rosados e carnudos.

"- Não posso, Eddie! Mas não esqueça nunca de mim

- Impossível "

E agora ela estava casada mesmo, com o Jason. Imbecil do caralho, eu odiava ele.

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A noite chegou e jantamos juntos, contei para meu tio sobre tudo o que rolou com Jeff, meu tio chorou, depois veio me abraçar. Éramos Jovens demais, mesmo que eu não entendesse muito bem o que isso significava, pois eu sabia, que tinha passado por coisas, que pessoa mais velha nenhuma passou.

Mesmo que só tivesse passado um dia naquela casa, eu ja me sentia bem melhor, mais leve, a vontade de cheirar veio forte, mas resisti. Depois da última internação, fiquei mais focado. Boris me ajudava quando eu tinha abstinência, mas hoje não iria pedir sua ajuda.

Entrei em meu quarto e fui para a sacada fumar meu cigarro, me sentei numa cadeira chique, meu tio estava mesmo torrando minha grana, sorri diante aquele absurdo, acho que ele
Sim, sabia como usufruir da vida boa.

Teve época de turnê, que eu nem consigo me lembrar, passei mais tempo drogado do que são. Acordava no quarto de hotel, com garotas que eu nem me lembrava onde conheci, vomitava, cheirava, bebia de novo e voltava para mais um show, até que o ciclo se iniciava novamente.

Nesses quatro anos, o primeiro foi mágico, o segundo cansativo, o terceiro foi o caos e esse último foi doloroso.

A luz na casa do lado me chamou atenção, a sacada do quarto era bem
Parecida com a minha, levei minha cadeira para trás, me escondendo na escuridão, Chrissy saiu para a sacada, um hobby branco esvoaçante sobre uma camisola curta, os cabelos soltos, cor de cobre, pés descalços enquanto a luz da lua iluminava seus olhos azuis.

Ela tombou a cabeça para trás, respirou fundo e se debruçou sobre o parapeito da sacada, jogando a cabeça para fora, se pendurando. Os cabelos caidos para baixo, as mãos segurando o aparador, um dos pés levantando, um frio se arrastou por minha espinha, eu apenas arrastei a cadeira, chamando sua atenção, Chrissy se levantou num pulo, olhou para minha varanda, chegou na ponta da sua, ainda a uns bons metros de distância.  Eu a via, mas ela não me via, ela estava de frente agora, sem saber que a camisola era transparente.

O ar gelado levando seus cabelos, arrepiando seus mamilos, me
Deixando com água na boca. As longas pernas, fortes de ginasta, que eu sabia que sustentava a bunda mais empinada e redonda que eu conhecia, eu tinha um tesão nela desde sempre, e isso nunca foi embora.

Linda pra caralho.

Ela se levantou e olhou diretamente para mim, será que ela estava me vendo? Chrissy sorriu, se virou e voltou para dentro do quarto.

Caramba. Se ela quisesse, eu com certeza a levaria para minha cama.

Monster MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora