CAPÍTULO 8

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CAPÍTULO 8

Olhei o bilhete em minhas mãos pela quarta vez.

"Me encontre na clareira. C"

O bilhete estava amassado na minha sacada, acredito que ela tenha jogado da sua. Fiquei ansioso, coloquei uma roupa menos Monster Munson, mais como um homem comum.

Desci as escadas com cuidado, sem chamar atenção, me senti um adolescente, arrumei a cama com travesseiros simulando um corpo dormindo. Não queria que Boris atrapalhasse nada.

Saí de casa e coloquei meu capuz escondendo meu rosto, peguei minha bicicleta velha e pedalei até o local marcado, sentindo meu coração bater forte no peito.

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Fiquei duas horas esperando, joguei mais algumas pedras nas árvores e blasfemei alto.

- INFERNO. - Giro meus calcanhares, e esbarrei nela.

- Desculpa a demora, tive um pequeno contratempo. - Ela também estava se escondendo numa roupa diferente, carregava um caderno e uma espécie de plástico.

Acabei sorrindo, Chrissy estava um pouco ofegante.

- Está desculpada. - Ela corou, e eu não pude mais me segurar, a segurei pela nuca puxando-a para perto. - Cada vez que você cora, faz eu querer ainda mais provocar isso em você.

Ela fechou os olhos como numa entrega, eu só me deixei entregar pelo erro. Colei meus lábios nos dela, doces e macios, como me lembrava. Chrissy soltou um gemido baixo me descontrolando, a agarrando pela cintura, esmagando seu corpo no meu. Tão receptiva, tão entregue.

- O que você tanto agarra, ai? - Tirei de seus braços o caderno, apoiando-o na mesa, acariciando seu rosto com meus dedos, vendo sua língua lamber os lábios, como se saboreasse meu sabor em sua boca.

- Meu segredo. - Chrissy sussurrou, deslizou as mãos pequenas sobre minha blusa, tocando meu abdômen, meu peito, sentindo o metal dos meus piercings sob a blusa.

- Você vai me contar seu segredo? - Ela acenou um sim, os olhos azuis profundos como a água do oceano em noite quente. Era como me afogar em fogo azul líquido.

- Eu segui seus passos, todo esse tempo. Quando você foi embora, disse para eu fugir com você. - Ela se virou de costas para mim, abriu o caderno e me mostrou, havia recortes, reportagens e fotos minhas. Shows da banda, matérias de jornais e revistas. Tudo. - Eu fui covarde, mas o que eu mais queria, era ir embora daqui, era viver outra vida. Eddie... Isso... - Ela apontou pra si mesma.  - Não sou eu.

- Então porque continuou aqui? Casou com ele? - Chrissy se virou em meus braços, tocou meu rosto com delicadeza.

- Eu nunca consegui brigar com meus pais, eu me casei para sair da casa deles, era um inferno, mas apenas mudei de inferno. Quando me casei com Jason, os primeiros meses não foram ruins, mas daí ele começou a me trair, todo mês, uma mulher diferente.  - Ela fechou os olhos. Meu coração se quebrou, Chrissy vinha vivendo uma vida infeliz, eu também estava vivendo uma vida que eu não queria mais. - Eu descobri que Jason estava procurando outra esposa, pois eu não conseguia engravidar. - Chrissy fechou os olhos, e eu quis tirar dela aquela dor. - Assinamos nosso desquite uma semana antes de você voltar.

- Espera. Você está separada? - Ela mal acenou afirmando eu voltei a cola minha boca na dela, puxando- a para meus braços, colocando-a sobre a mesa de picnic velha, minhas mãos abriram suas pernas, me encaixando entre elas.

Nossos lábios se devorando, nossas línguas se encontrando numa dança afoita e quente. Ela tinha gosto de doce, e eu tinha um fraco por esse sabor.

- Vamos embora. Vem comigo pra Las Vegas. A gente se casa lá... - Eu só queria carrega-la pra longe.

- O que? - Os olhos azuis se arregalaram. - Eddie... não quero depender de você. Não quero fugir daqui pra viver na sombra de outra pessoa. - Linda. Falando dessa forma, perfeita. Eu nunca a trataria como ela foi tratada.

- Eu te indico uma revista, conheço umas pessoas, você trabalha de Fotógrafa. Podemos até mesmo morar separados se é isso que você quer. Mas não pense, nem por um momento, que você vai se livrar de mim.

O sorriso dela foi se alargando, até tomar todo seu rosto, me puxou pela gola da blusa, Chrissy arrastou a bunda gostosa sobre a mesa e colou o quadril no meu.

- Me mostra como é... - Ela pediu num sussurro, mas não sabia o que ela queria.

- O quer você quer que eu te mostre?

- Me mostra. Como é o Monster Munson na cama. - O olhar inocente, cheio de desejo me amoleceu por completo.  Se ela me pedisse pra pular de um prédio eu pularia. Ela seria minha redenção e minha completa perdição.

Monster MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora