CAPÍTULO 5

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CAPÍTULO 5

Andar pelas ruas de Hawkins pareceu uma boa ideia, mas no primeiro grito "Oh meu Deus, é o Monster Mundon" eu me arrependi.

Eu estava autografando o quinto disco do dia, um pequeno aglomerado de pessoas a minha volta, minha caneta escrevia sozinha, era como um rabisco horroroso.

- Monster? - Uma voz melosa me chamou, a morena abriu alguns botões da blusa, sorriu daquele jeito que eu sabia, que poderia leva-la para dentro do meu carro se eu quisesse. - Você pode autografar, aqui! - Ela indicou os peitos enormes.

Sempre foi assim, no começo eu achava demais, hoje é como ver dois pares de frutas, a gente até come, mas podia ser melhor.

Eu estava me tornando um frouxo. Que merda.

- Claro, gata. - Autografei vendo-a arfas.

Boris me puxou para a loja de discos, entramos quase que correndo, o dono, um senhor baixinho careca, sorriu de orelha a orelha, puxou uma máquina fotográfica.

- Posso tirar uma foto sua, em minha loja, senhor? - Ele sorriu entusiasmado, acenei concordando, tirei meu cigarro no bolso.

- Manda ver. - Boris pegou a maquina, nos fotografou, depois ele trancou a porta enquanto eu andava pelos corredores. Passando os dedos pelos discos.

Aquilo foi meu sonho, voltar aqui, encontrar meu disco nesta loja, tocar com os caras.

Mas agora tudo tinha um gosto amargo, comprei dois vinis, e cinco cds, estava na moda essa porra.

Sai da loja sendo seguido por algumas pessoas, apontavam para mim do outro lado da rua, gritavam meu nome, as velhinhas faziam sinal sinal da cruz ao passarem pela gente, e isso eu achava um máximo.

Boris abriu a porta do carro quando eu a vi entrar no supermercado.

Chrissy não olhou para mim, entrou pela porta de vidro, eu fiquei parado por alguns segundos.

- Preciso comprar maia cerveja. - Anunciei andando para o local onde ela estava.

Caramba!

Como ela era linda, escolhendo alguns legumes, botando na cestinha. Ela cheirou uma laranja, pegou alguns tomates.

Porra. Eu tava nervoso demais.

- Oi. - Minha voz saiu baixinho. Ela deu um pulinho com o susto.

- Ah meu deus. Eddie? Oi. - Ela sorriu, me deixando ainda mais nervoso.

Chrissy deu um passo na minha direção, como se fosse me abraçar, eu avancei, ela
recuou, eu recuei. Ficamos numa dança ridículo até que eu a enlacei pela cintura.

- vem cá! Bom te ver Chrissy. - Senti seu corpo amolecer em meus braços.

Tão fodidamente cheirosa.

- Bom te ver Eddie. - Ela me soltou com o sorriso enorme no rosto. - Ou devo te chamar de Monster Munson?

- Me chame como quiser. - Não era um flerte, mas minha voz saiu rouca pela minha garganta, e eu a fiz corar, que Deus me perdoasse, mas, caramba! Chrissy Cunningham podia me levar ao inferno se quisesse.

- Eu sinto muito, pelo Jeff. - É aquilo era uma merda.

- Obrigado. - Ficamos em um silêncio um tanto desconfortável.

- Eu preciso ir. - Ela disse sem sair do lugar. - Estou feliz de te ver de volta.

- Estou feliz por voltar. - Chrissy tocou meu braço com delicadeza, espalhou arrepios por todo meu corpo. Eu parecia um virgem, que merda estava me acontecendo.

- Tchau Eddie. - Eu acenei um tchau vendo-a pagar sua compra.

Um vestido cor de rosa, uma fita no cabelo e uma sandália que deixava os dedos de fora, tão calorosa que minha garganta secou.

Casada

Casada

Casada

Ah foda-se.

- Chrissy? - Eu a chamei antes dela sair. Ela se virou curiosa. - Passa lá em casa um dia desses! Meu tio disse que adora seus bolos de carne. Farei um pra você.

Ela sorriu, e parecia que uma luz vinda do céu a iluminou, tudo ficou em câmera lenta.

- Eu vou.

Monster MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora