Prólogo

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O corpo masculino aproximou-se lentamente, unindo os lábios a bochecha da mulher que suspirou, abrindo os olhos.

— Hoje vou falar com seu pai. Quero assumir nosso relacionamento.— a voz de Davin surgiu como a um sussurro sonolento, sentindo o corpo da mulher unir-se ao seu.

— Eu acho que ainda é cedo. Espere um pouco mais.— a mulher resmungou, tocando o peito desnudo do capitão.

— Já estamos a seis meses assim. Quero você pra mim como deve ser, Ayla. — Davin soou um tanto mais sério.

— E o que acontecerá com Alice?— Ayla perguntou presunçosa, escondendo seu sorriso.

Davin suspirou ao lembrar da mulher de olhos claros e cabelos castanhos.
Estava naquele lugar a quase um ano e ainda não conseguia decifrar a mulher para quem trabalhava todos os dias.

— Senhorita Alice não tem nada a ver com nós dois, tenho certeza que ela entenderá.— o homem resmungou, virando-se para o lado oposto, encarando o relógio marcar a hora próxima que deveria se levantar para iniciar seu turno no trabalho.

— Aguente um pouco mais, Davin.— Ayla suspirou, fechando os olhos novamente, recebendo carícias do homem.

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A mulher de olhos verdes despertou com um grito, assustada apos um pesadelo devido as memórias do último atentado a sua vida na última semana.
Seu grito havia chamado a atenção da sargento que adentrou seu quarto preocupada, sem permissão.

Os dedos de Alice alcançaram o travesseiro esquerdo, empunhando um revólver em direção ao intruso que adentrava seu quarto, sem se anunciar.

Os pés de Natasha prenderam ao chão ao observar a primogênita do presidente apontar um revólver em sua direção com certo costume.
Já havia confessado a seu pelotão que Alice era diferente de qualquer outra pessoa que já fizeram a segurança, mas empunhar um revólver como ela fazia requeria um treinamento militar específico.

— Senhorita, sou eu, Sargento Natasha.— a oficial suspirou, observando a mulher, ainda sobre a cama, abaixar o revólver.

— Me desculpe, Natasha. Por favor, não entre assim novamente, quase machuquei você.— a mais velha se desculpou, apoiando a cabeça entre as mãos.

A passos calmos, a sargento aproximou-se, tomando o revólver da mão da mais velha, colocando-o sobre a bancada próxima.

— Eu escutei seus gritos. Você está bem? Precisa de alguma coisa?— Natasha perguntou preocupada, sentando-se na beira da cama, observando a mulher ainda ofegante.

Não conseguia imaginar o que aquela mulher poderia ter passado na última semana. Havia sofrido diversos ataques terroristas após seu pai anunciar sua candidatura a reeleição daquele ano.

— Estou bem. Foi apenas um mal sonho.— Alice suspirou, levantando os olhos.

Observou com atenção a mulher de cabelos negros e olhos castanhos.
Idêntica ao homem que a perseguia o dia inteiro sem dizer uma única palavra.
Ao contrário de Davin, Natasha parecia mais humana. Era uma das únicas pessoas que fazia sua segurança que não a via como um trabalho, mas como um ser humano real que precisava de ajuda.

A porta foi aberta novamente, porém, apressado, o segundo comandante adentrou o quarto sem permissão, apressado.

— Estamos sobre ataque. Precisamos sair daqui!— a voz de Mark anunciou sua presença, fazendo Natasha levantar-se preocupada.

Com um salto, Alice levantou-se, ainda trêmula, tomando um robe sobre sua bancada e vestindo seus chinelos.
Tomou o revólver, antes tomado de sua mão.

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