8° Capítulo

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O automóvel havia sido estacionado em frente ao grande salão de festas na mansão do presidente Francis.

Naquela noite comemorariam a vitória de Francis Blanco, após seu concorrente desistir de assumir a presidência, sendo o único a ser eleito.
Francis havia vencido as eleições com 80% dos votos e era o presidente reeleito do país.

— Mark, quero atenção redobrada nesse evento. Qualquer atitude suspeita de quem quer que seja tem que ser revisada. — o comandante suspirou, tomando uma pistola em mãos, chegando seus cartuchos. — Se Damian aparecer, todos tem a autorização para atirar.— Davin murmurou.

— Davin, mesmo sendo um assassino, ainda é protegido pelo poder militar. Não podemos matar um policial militar!— Mark resmungou, voltando os olhos para o passageiro.

— A burocracia resolvemos depois. Não quero ver esse homem em pé se ele aparecer!— o comandante cerrou os dentes, abrindo a porta do passageiro, escondendo o revólver em um coldre de peito, abaixo de seu paletó.

Caminhou até o veículo de segurança mais a frente, abrindo a porta traseira, estendendo a mão para que Alice saísse.

A morena firmou os pés ao pé da escada, sentindo a mão ser segurada com força pelos dedos do comandante.
Lentamente, passaram a subir as escadas, de mãos dadas, em silêncio.

A mente de Alice lhe traziam diversas possibilidades do que o homem poderia fazer aquela noite após ver Ayla e na pior delas, Davin a deixaria sozinha, a trocando pela irmã.

— Você está bem?— a voz do comandante surgiu próxima a seus ouvidos, fazendo-a piscar, desconcertada.

— Estou. Mas eu espero que você se lembre da promessa que me fez.— a mulher suspirou, voltando os olhos para encara-lo.

Os olhos de Davin notaram um sentimento estranho surgir pelas iris verdes de Alice.
Nunca havia visto aquilo, mas não gostava nem um pouco.

— Não vou te deixar sozinha, Alice. Confie em mim!— o comandante suspirou, voltando a caminhar em direção ao salão de festa.

A mulher contentou-se em sorrir.
Sabia que Davin cumpria suas promessas.

O casal adentou a mansão presidêncial, observando com atenção todos os presentes.
Haviam mais pessoas que a última festa na qual haviam comparecido.

Pelo canto do olhos observou o ministro de defesa aproximar-se.
Davin não gostava da presença do pai em festas como aquela, mas sabia que o resultado daquela eleição havia sido de influência dele.

Daniel havia descoberto a ação de um golpe político organizado pelo partido do competidor de Francis.
O ministro havia sido a peça crucial para finalizar as eleições.

— Comandante, Alice!— Daniel soou um tanto sério.

— Vossa excelência, é um prazer revê-lo. — Alice soou um tanto simpática.

— Digo o mesmo, Alice. Como vão as coisas? Eu soube que se mudaram pra capital.— o ministro perguntou, voltando os olhos para Davin, que parecia ignora-lo.

A verdade era que Davin sentia certa mágoa pelo pai por ter que encobrir a notícia de que a mãe havia sido assassinada por um policial militar.
Daniel havia sido obrigado pelo superior da época a omitir todas as informações do caso de Damian Marley, que fugiu do país antes mesmo das investigações terminarem.

— Nos mudamos. Estamos vivendo em um ótimo bairro. — Alice o respondeu, notando a irritação de Davin.

Um longo suspiro surgiu pro entre os lábios de Daniel.
Seu filho havia crescido como um grande homem, e um ótimo potencial, mas seu temperamento era parecido ao da mãe.

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