6° Capítulo

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Após muita insistência da senhora Mendez, Davin permaneceu até o almoço daquele dia antes de retornar a sua casa.

Com certa dificuldade o homem dirigiu sobre a estrada de terra dificultosa por conta da chuva até avistar sua casa.
Notou a dupla de tenentes a espera deles na sacada da área.

— Aconteceu alguma coisa.— a voz de Mark surgiu no banco do passageiro, observando Louis e Ramon encararem o carro.

O comandante saltou do carro com certa rapidez, subindo as escadas preocupado.
Seus olhos encontraram o rosto preocupado do tenente mais velho, voltando a encarar o tenente primário.

— Comandante temos uma mensagem do ministério da defesa.— Ramon soou preocupado, apontando para notebook sobre a mesa.

Davin aproximou-se, abrindo o e-mail lacrado, digitando uma senha específica do ministério da defesa, passando a ler a mensagem.

Um bufar alto soou por entre seus lábios, voltando os olhos para a mulher de olhos verdes que acabara de subir as escadas.

— Se preparem, estamos saindo.— o homem resmungou, levantando-se do banco.

— Pra onde vamos?— a sargento perguntou preocupada, encarando o irmão colocar nas as mãos na cintura.

— Temos uma festa de aniversário para comparecer.— o comandante balbuciou, passando a caminhar para dentro da casa.

Os olhos de Alice encararam as costas do homem que sumia por entre a sala de estar.
Buscou na mente, lembrando finalmente da data do aniversário de seu pai.

— Inferno!— Alice resmungou, encostando-se em um dos pilares da sacada.

Durante os últimos quatro anos de mandato presidêncial, seu pai comemorou seu aniversário com certo luxo, mas sempre visando seus aliados.
Aquele ano era um ano preocupante para seu partido político.
Fariam o possível e o impossível para que ele fosse reeleito. Isso incluía usar todas as peças de seu tabuleiro de xadrez.

O jogo também incluía Alice.

— Vamos dividir a equipe?— a voz de Louis surgiu como a um suspiro preocupado.

— Não. Pelo que parece o evento é grande. Por mais que a segurança do presidente seja realmente notável, nós trabalhamos para proteger a senhorita Alice. Vamos preparar as coisas e sair antes do anoitecer!— Mark deu a ordem, passando a descer as escadas, seguido por Ramon e Louis.

Pelo canto do olho a sargento notou a aversão de Alice crescer ao passo que a mulher andava de um lado para o outro.

— Vamos nos preparar, Alice.— Natasha a chamou, despertando-a de seus pensamentos.

A mulher de cabelos longos apenas assentiu, passando a seguir a sargento pela casa.

Não queria retornar a capital.
Afinal existia apenas um lugar na qual ela poderia ficar quando retornasse.

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O veículo foi estacionado em frente ao jardim da casa do presidente.
Assim que seus pés alcançaram o chão da entrada principal da casa, Alice engoliu em seco.

Tinha poucas lembranças daquele lugar e as que tinha ainda eram regadas de brigas e gritos, que ainda ecoavam a sua mente.

— Senhorita Alice!— a voz da mulher um pouco mais velha que ela surgiu por entre a grande porta da casa.

A mulher era seguida por dois homens de terno e quatro empregadas uniformizadas.

— Olá, Cássia. Como está?— Alice soou melancólica, subindo os pequenos degraus.

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