1° Capítulo

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Seus dedos soltaram o revólver, deixando-o sobre a mesa de centro, sentando-se no sofá.
Acabara de tomar um banho rápido, trocando de roupas esperando a evacuação do hotel terminar antes de ser autorizada a sair.

— Precisa de alguma coisa, senhorita?— a voz masculina conhecida surgiu ao adentrar a sala.

— Estou bem, Tenente Louis, mas poderia me informar como está minha irmã?— Alice pediu curiosa, voltando os olhos para o homem mais velho, de cabelos loiros e cicatrizes no rosto.

O homem permaneceu em silêncio por alguns minutos, tentando decidir se devia ou não dizer o que acontecia.

— Seja sincero, por favor.— a mulher voltou a falar após o longo silêncio.

— A senhorita Ayla foi enviada primeiro juntos com as pessoas hospedadas. Provavelmente já está segura.— a voz do tenente pareceu falhar.

Na realidade a mulher havia sumido antes mesmo de Alice estar segura na cobertura do prédio.
Estava apenas repetindo aquilo que seu comandante havia pedido para dizer.

— Entendo.— Alice suspirou. — Quanto tempo mais ficaremos aqui?— a mulher voltou a perguntar.

— Até o momento não sabemos, senhorita. Pedimos permissão para a segurança do senhor presidente para levá-la para casa, mas nenhuma resposta foi recebida ainda.— Ramon explicou ao adentrar o cômodo com uma bandeja em mãos.

— A quanto tempo, tenente Ramon. Enfim, nos resta esperar. Quando tiverem uma resposta, por favor me informe imediatamente.— a mulher pediu como a um suspirou.

Observou com atenção o tenente colocar a grande bandeja de café da manhã sobre a mesa de centro.
Sentiu a boca encher-se de saliva e o estômago reclamar de fome.

— Não se preocupe, senhorita Alice. Tome seu café da manhã. Quase não dormiu e pode adoecer se não comer nada.— Ramon explicou, voltando os olhos para a mulher, que apenas assentiu, tomando a xícara de café.

O primeiro tenente aproximou-se de Louis, que permanecia em silêncio, observando a mulher tomar seu café.

— Algum sinal de Mark e Natasha?— Ramon perguntou como a um murmúrio, observando o homem negar com a cabeça.

— Nada ainda. Eles e o comandante Davin saíram para fecharem o perímetro com a polícia, mas nenhuma notícia ainda.— Louis suspirou, passando a encarar o mais novo. — Acredito que encontraram algo. Essa é a única explicação para estarem em silêncio.— o segundo tenente bufou cansado.

Um riso surgiu por entre os lábios de Ramon ao observar o homem entendiado.
Sua diversão era provoca-lo, mas vê-lo decepcionado por não ser chamado para uma missão parecia pior para o velho.

— Não seja invejoso, Louis, logo esse inferno vai terminar. Eu ouvi que o comandante pedira a mão da senhorita Ayla ao senhor presidente. Ou seremos dispensados ou viveremos assim!— Ramon riu, observando a expressão de repreensão que surgiu no rosto de Louis.

Sua conversa foi interrompida pela xícara de café, antes entre os dedos de Alice, que atingirá o chão.
A mulher abaixou-se para reunir os cacos, cortando-se superficialmente.
Amaldiçoou a si mesma por ouvir a conversa alheia.

— Está tudo bem, senhorita?— Louis aproximou-se, tomando as mãos da mulher, que manchava-se com o próprio sangue e café.

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