Capítulo 21 - Uma pessoa digna de ser reconhecida

530 63 26
                                    

Bianca

Sempre fui uma pessoa cabeça no lugar. A criança que separava a briga, a adolescente que preferia ler um livro que virar um copo de bebida e a adulta que trabalhava todos os dias pontualmente das oito às cinco da tarde.

Meu histórico falava por mim. Apesar da irresponsabilidade de uma gravidez na adolescência eu era controlada e sem excessos. Zero passagens pela polícia, nada que atentasse contra a minha moral ou de outros indivíduos.

Poderia dizer que era uma pessoa boa? Claro. Eu pagava minhas contas, fazia caridade e não contava para ninguém, era uma boa amiga e perdoei meu pai antes que ele se fosse embora tivesse motivos para ser ressentida.

E era uma boa mãe. Leonardo tinha a melhor educação e isso vinha bem antes de ser rica. Estava criando um menino amoroso, dedicado é muito inteligente. Além disso, estava caminhando para ser uma líder benevolente e forte para os meus funcionários, sempre aprendendo.

A essa altura você deve estar se perguntando por qual razão eu estava ressaltando tudo que eu tinha de bom, mas era que eu tinha um motivo. Um motivo de 1.70 de altura que insinuou na minha frente que não seria nada mal tomar um banho com Rafaella.

E eu odiei o motivo. Eu queria que o motivo se afogasse na banheira, eu queria que ele sumisse, evaporasse, que fosse embora com a fumaça da água quente da porra da ducha.

- Giovanna! Não vê que não estamos sozinhas? - Rafaella questionou com uma risadinha que não estava nos seus lábios, mas que era evidente em seus olhos.

Quase repeti o que ela disse com voz de criança birrenta para que se desse conta do quanto ficava ridícula sendo conivente com tamanha falta de educação.

Você achou que era ciúmes? Claro que não. Eu não tinha nada com Rafaella e, mesmo que em algum momento a possibilidade de ser inimigas com benefícios tenha surgido na minha cabeça isso passou, pois Rafaella estava compactuando com aquela postura muito vulgar.

Eu não sabia de onde veio essa Giovanna, nem o que era da Rafaella, mas sair andando por uma casa em que moram vários funcionários além de uma criança pequena eu achava um pouco demais.

E não me importava que eu parecesse uma senhora conservadora bem Deus, pátria e família quando me referia dessa maneira, eu me perdoaria porque era uma pessoa boa por todos os motivos supracitados.

- Nossa, sim! Me desculpa, você deve ser a Bianca, é um prazer te conhecer - Ela disse fazendo menção de tirar a mão que segurava a toalha para apertar a minha mão e eu dispensei. Era só o que me faltava essa mulher nua na minha frente.

E não que não fosse uma visão bonita. Ela era cRafaellamente a imagem que você encontraria se buscasse gostosa na internet, mas quando o santo não batia não batia.

- Prazer - Falei com um sorrisinho amarelo em sua direção. Não disfarcei em nada para ser uma boa anfitriã, aliás nem parecia precisar quando Rafaella parecia tão solicita em fazer todo o trabalho.

- Ela é minha amiga da Itália e vai passar uns tempos aqui em casa comigo, mas a gente pode conversar disso melhor quando estivermos todas bem vestidas, certo? - Rafaella disse num tom estranhamente apaziguador.

- Ou tiramos todas as roupas e ficamos em posição de paridade - A ruiva insinuou me fazendo ferver de constrangimento. Eu não tinha razão de estar situando? Hein?

- Não leva para o coração, Bianca, ela é brincalhona assim mesmo. Voltamos daqui a pouquinho - Rafaella falou conduzindo a amiga para fora da sala. Era só o que me faltava para destrambelhar minha vida de vez!

- Você viu isso? - Questionei para Armênia que estava escondidinha catando a fofoca.

- Vi - Disse simplesmente avaliando minha reação.

A família que herdei (Versão Rabia)Onde histórias criam vida. Descubra agora