Capítulo 22 - Sucessão de acasos com um claro fim

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Rafaella

Fiquei vários minutos parada na cozinha, completamente estática. O que tinha acabado de acontecer? Biancatinha... Biancatinha me beijado? Biancatinha me beijado.

E merda... Foi tão gostoso quanto da primeira vez. A maneira como se entregou em meus braços com seus lábios quase comendo os meus, sua língua ávida em provocar a minha, seu peito arfando no meu...

Sua bunda durinha em minhas mãos era ainda o motivo do meu respirar acelerado. Como se moldava, como era incrível a sensação de apertar e também pensar em fodê-la ali.

Demorei tantos dias em fingir que o primeiro não foi nada demais e agora estava sem conseguir emitir qualquer reação que não fosse segui-la e fazer aquilo de novo, de novo e de novo...

Nem com Giovanna era bom assim, apesar de que eu quase não lembrava como eram seus lábios. Sim, Biancapode ter pensado que algo aconteceu pelos cabelos molhados que não parou de olhar, mas não houve nada.

Assim que ela me chamou me encaminhei ao banheiro e forcei a torneira da banheira que acabou quebrando. Foi água para todos os malditos lados do cômodo e tivemos que ser socorridas pelo responsável de pequenos reparos da mansão.

Nada grande ou alarmante, mas o suficiente para que eu também precisasse de um banho, depois do de Giovanna. Não que eu não a achasse atrativa o suficiente para isso, poderia ser ainda que durante esse tempo rolasse, mas não foi dessa vez.

Não esclareci nada para Luiza, no entanto. Não tínhamos ou teríamos qualquer gênero de relação, logo, não vi necessidade imediata. Depois desse beijo ainda duvido que eu tenha qualquer vontade de esclarecer.

Sim, posso parecer facilmente manipulável pelo meu rostinho bonito, mas isso não corresponde a minha responsabilidade: Se uma coisa eu percebi essa noite era que Biancaestava se mordendo de ciúmes de Giovanna.

Se ela gostava de mim? Não, não acho que era para tanto, mas mesmo ela tão moralista e boazinha não conseguia evitar o bichinho do ego. Foi devidamente picada e se infectou, causando efeitos colaterais terríveis como a sensação de posse.

Não era que ela me quisesse só para ela, mas estava extremamente afetada por eu ser desejada por outra. Por que outra mulher tivesse os olhos em mim, por que me tocasse ou ainda que ouvisse minhas histórias, isso a incomodava.

Tanto que isso culminou num outro beijo que não pensei que viria a acontecer. E como foi delicioso... Minhas mãos ainda sentiam a textura da sua pele e morriam por descobrir por debaixo de suas roupas.

E se eu não vi chance de acontecer antes agora era tão claro: Provocaria Biancaaté o último segundo, primeiro porque era divertido e segundo porque era preciso, e quando ela caísse a levaria para minha cama como já fiz com muitas outras.

Depois disso talvez isso passasse e eu pudesse levar a diante o que eu tinha que fazer. Sim, essa ideia ainda estava na minha cabeça, só tinha dado seu lugar na ordem de execução a essa nova e obsessão chamada levar Biancapara minha cama.

Depois de me acalmar como o devido retornei para mesa com o chocolate que prometi recebendo da Giovanna um sorrisinho satisfeito e do Davi palminhas de aprovação.

— Você demorou tanto que achei que não comeria mais chocolate hoje — O menino disse se adiantando em pegar a tigela das minhas mãos. Algo na minha expressão denotou alguma culpa e Gio captou isso sem que eu precisasse dizer muito mais.

— Foi fabricar o doce meu doce? — Questionou a italiana quando me sentei ao seu lado, espetando um pedaço de queijo e dando em meus lábios.

Ela sabia que o fato de Biancater saído tinha interferido em algo e estava se divertindo com isso. Giovanna era tão terrível que eu quase comecei a rir.

A família que herdei (Versão Rabia)Onde histórias criam vida. Descubra agora