Exposto

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Seus gritos soavam, ecoavam por toda a casa, quando acordou no pulo e percebeu que havia dormido no banheiro, se encolheu.

O banheiro estava limpo, não havia sangue, estava tudo bem.

Quando se levantou, o Han olhou seu reflexo no espelho, seu rosto exbanjava a depressão, a solidão, as noites mal dormidas e a angústia do medo.

Haviam manchas roxas em baixo de seus olhos, seus lábios estavam ressecados, assim como percebia que as bochechas geralmente avantajadas, estavam magras e desnutridas.

Suspirou, notando um reflexo atras do seu.

Minho sorria para si, o abraçando por trás.
Porém o que mais lhe apavorou, foi sentir esse toque em sua pele.
Seu reflexo se virou, sorrindo de volta para o Lee.
Os reflexos se beijaram.

Jisung inveja aqueles reflexos, queria estar ali, aonde seu amado estava vivo, aonde seu amado estava bem.

O reflexo do Han possuía os fios azuis, sua versão mais jovem, assim como Minho esbanjava a juventude.
O Han do reflexo suspirou, o som soou, assustando Jisung.
Aquele reflexo olhou para o outro lado do espelho, sorrindo de uma forma assustadora.

O sorriso se extendeu de ponta a ponta do rosto, rasgando sua pele, derramando o sangue pelas bochechas até o chão.
Sua mão agarrou o pescoço de Minho, que se debatia desesperado, implorando socorro.

Jisung bateu contra o espelho, apalpando o vidro, tentando entrar de qualquer forma.

Quando viu as costas de Minho bater contra suas mãos do outro lado do espelho, seus olhos se arregalaram, o Lee gritou, sangue escorria de sua barriga, uma faca estava nas mãos de Jisung do outro lado do espelho, que olhou uma última vez com um sorriso macabro para sua versão sólida do outro lado do espelho, antes de esfaquear seu amado sem um pingo de misericórdia.

O Han gritou, socando o espelho desesperado, os vidros racharam, se espalhando em cacos sobre o chão, conforme seu sangue sujava o chão e o sangue do outro lado do espelho jorrava como cascata.

Minho estava ali, ele tinha que estar.

Aonde antes havia o espelho, deveria estar a parede, mas ali estava um espaço vazio, aonde o Han não pensou duas vezes antes de entrar.

Seus olhos se arregalaram, vendo o corpo falecido sobre o chão.
Ao redor apenas havia o breu, porém isso não lhe importava, não com o corpo convulsionando em seus braços.

As lágrimas pingaram no corpo falecido, enquanto acariciava sua face, o sangue manchou o rosto belo, seus dedos estavam marcados em roxo no pescoço do falecido, assim como os olhos do Lee pingavam o líquido branco da podridão humana.

– Min... – o Han sussurrou, seus olhos piscavam lentamente, até ver o corpo desaparecer lentamente em seus braços.

O breu não se iluminava, não parecia um sonho ou uma miragem, quando olhou para aonde deveveria ser o outro lado, aonde antes ele estava, se desesperou.

O espelho estava ali, ele estava preso no outro lado do espelho, estava preso e sua versão macabra sorria para si do outro lado, acenando com a mão antes de sair do banheiro.

O Han arregalou os olhos...

Seungmin estava na sala ainda? Felix estava ali? Havia alguém ali?

Other side of the Mirror ( MinSung )Onde histórias criam vida. Descubra agora