O primeiro - de muitos - dia de aula - Capítulo 5.

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Rafael,

Como começar esse dia? Eu nem me arrumei direito para ir para o primeiro dia de aula, era de costume, só um banho e roupa posta. Andei por todos aqueles corredores até perceber que uma garota tinha caído na frente da porta da minha sala.

– Oi, é... Tá tudo bem? – eu perguntei e estendi minha mão para ela se levantar.

– Sim, sim, meu Deus – ela ri – que vergonha! – ela aceitou a minha mão e se levantou, sem muita dificuldade. – Logo no meu primeiro dia de aula eu já pago mico, sério. – ela levemente ruborizou.

– Que isso, não teve mico nenhum – eu ri – talvez só um pouquinho. – fiz sinal de pequeno com os dedos o que fez ela gargalhar um pouco.

– Prazer, meu nome é Olívia. – ela colocou uma das mechas de cabelo para trás da orelha.

– O prazer é meu, meu nome é Rafael. – nessa hora a professora saiu da sala e nos chamou, afinal já passavam dois minutos do início da aula, então adentramos a classe, pegamos dois lugares próximos.

Na verdade, não era a primeira vez que eu a via, sendo sincero, ela era do tipo de pessoa que se tivesse num lugar lotado, você iria a ver.

Potinho de luz, por assim dizer.

A aula começou tranquila, tirando o fato que a Amanda não havia comparecido, o que era muito estranho, pois, pelo que eu bem me lembro, ela era muito comprometida e nunca faltava aula.

– Ei, cara! – um garoto de lisos cabelos escuros e olhos castanhos me chama.

– Oi? – digo confuso, era o novato e eu não sabia exatamente o porquê dele estar me chamando.

– Você quer fazer o trabalho comigo e a Olívia? – olhei para lousa e me dei conta que estava perdido nos meus devaneios, que nem reparei que a professora de física tinha passado uma atividade em grupo.

Sim? No primeiro dia de aula.
Quem faz isso?

– Claro! – eu disse meio desconsertado, acho que eles queriam fazer o trabalho juntos porque estávamos perto, mas meio que me quebra falar com garotas – e garotos também – bonitas.

A Olívia era extremamente estudiosa, ou não, ela podia ser só inteligente mesmo, nascida com a habilidade de deixar qualquer encantado com a maneira louca de se expressar, com seu sorriso meio torto, que deixava ainda mais bonito.

– Então basicamente é isso, acho que o experimento pode ser algo mais simples mesmo. – ela riu um pouco e completou – Não vai valer tanta nota mesmo né? – ela era linda.

Linda demais.

Acabei esquecendo, mas, um dos meus amigos, o Rodolfo, estava sem um grupo então ele entrou no nosso. Ele ficou me olhando estranho durante todo o trabalho. Eu realmente não entendia o motivo, mas só o olhava com cara de dúvida.

Depois que todos recolheram suas coisas para o intervalo, eu e o Rodolfo começamos, como belos narcisistas, nos desenhar no quadro. Os outros colegas de classe também. Olívia adentrou na brincadeira. Ela era bem desinibida.

– Sim, o Felipe é muito branco, mais branco que esse quadro. – o Rodolfo disse, rindo alto.

– Tá, agora deixa eu desenhar o Rafael. – ela pegou o piloto da minha mão, fazendo com que elas se tocassem por milésimos de segundos, me deixando todo sem jeito.

– Não, eu não sou assim. – eu impliquei com ela.

– Claro que é! – ela riu – Eu não sei desenhar muito bem, mas você é a cara do Joshua Bassett, ou até mesmo, do Tom Holland. – Rodolfo olhou para mim com uma cara, sabia o que ele queria dizer, mas não me importei muito.

No meio de tantos risos, ela apareceu.
Amanda.
Sim, finalmente?

Não Existe Final FelizOnde histórias criam vida. Descubra agora