Não Existe Final Feliz

É aqui que a história começa - Capítulo 7.

Narrador,

Já que esse momento foi  sensível para um dos chamados pela polícia. Vamos deixar essa pessoa falar, aqui está diretamente dos manuscritos de Olívia. Trechos do seu diário.

"Simplesmente a pior coisa do mundo todo! Hoje foi meu primeiro dia de aula, mas o pior possível. Fui chamada na diretoria, a minha mãe e os pais do Pedro estavam lá... Vocês acham que eu entendi alguma coisa? Afinal o Pedro nem estudava naquela escola, mas, o pior, a mãe dele se encontrava em estado decadente. Ela estava chorando e muito, nunca a vi daquela forma e nem pensava em a encontrar assim. O meu namorado, ele desapareceu. Ou pior. Desapareceu para sempre.

O corpo de Pedro foi encontrado nos fundos da nossa escola essa manhã."

– Como assim? – Olívia entrou em estado de choque, e imediatamente começou a chorar. Desesperadamente.

Desespero, era isso que ela passava.

– Oli, eu sinto muito. – Murilo disse a abraçando. Muito forte.

– Ok, isso é muito estranho, mas eu e o Rafael mal conhecíamos ele. – Amanda disse procurando respostas.

– Na verdade eu não o conhecia. – Rafael adicionou.

– Por que estamos aqui? – Amanda indagou, sem querer ser indelicada. – Não quero soar rude, mas não entendi o motivo.

– Todos vocês são suspeitos do caso até que se prove o contrário. – a sala estremeceu, não literalmente. Mas todos entraram em estado de choque com aquilo.

– Quê? – Murilo disse, apavorado.

– Todos vocês estavam aqui ontem a noite, perto do horário que o crime aconteceu, devido ao resultado da autópsia. – um dos policiais que estava na sala fazia todos ficarem de queixo caído.

As aulas foram canceladas.
Obviamente.

Foi feito um interrogatório coletivo e individual, que durou mais de cinco horas. Nesse tempo nossos pais foram chamados e o do Murilo se recusaram a deixá-lo falar sem a presença do advogado  da família, e assim foi feito. Não se comunicaram até todos passarem por inspeção da polícia.

Diário da Olívia.

"Foi louco, absolutamente insano, tudo bem que eu não gostava mais do Pedro, mas matar alguém que eu fui próxima durante mais de um ano? Sinceramente, não seria do meu feitio e de mais ninguém que estava naquela sala. Cada um tinha seu álibi e honestamente, eu acho que nenhum teria coragem de fazer aquilo."

Quando tudo terminou, todos foram para suas casas, sem nem se falar, o choque era tanto que os deixaram sem chão. O enterro seria no dia seguinte, na igreja principal da cidade, Olívia sabia que Pedro odiaria, por não ser nada religioso, mas seus pais decidiram, não tendo como ele fazer absolutamente nada – infelizmente – a respeito.

Horas se passaram após o incidente, realmente foi um crime que chocou toda a vizinhança, todos só falavam nisso. Todo aquele processo desgastante, nem é possível imaginar como a família dele e ela se sentiram, as aulas foram suspensas, mas nem de casa a Olívia conseguia sair, só se levantou com muito esforço da sua mãe.

O enterro foi melancólico, pois por mais imbecil que ele fosse, ele tinha dezesseis anos. Isso era muito. Todos prestaram suas homenagens, menos os quatro interrogados até então, mas foi aí que Olívia se levantou para prestar sua homenagem.