VI

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A minha loucura é divina. Não são todas? Eu já te conheci, não te recordas? Tantas vezes, eu já te conheci. Compreendo o mundo através de transparências sólidas e desenhos ínsitos. Compreendo o mundo através das restrições corpóreas, ele manifesta-se em mim como uma dormência tilintante da minha coroa, das palmas das minhas mãos e das solas dos meus pés. A loucura permite-me ver-te tão bem. Não sabes os passos que já caminhaste a meu lado, as vezes que as nossas existências se abraçaram. Sentes também o prurido da alma? Diz-me, sentes também a loucura divina?

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