horror movie

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— Y-yeonjun, já passou essa parte? — Perguntou o mais novo que estava escondendo seu rosto no ombro do outro.

— Já sim, gatinho. — Ele ri e abraça o ombro do garoto.

Eles estavam na sala de cinema assistindo, o tão temido por Beomgyu, filme de terror. O menor não planejava ter tanto contato físico com Yeonjun, mas involuntariamente se agarrou ao maior com medo do quão o filme era assustador.

— Obrigado. — O moreno sorriu sem jeito e se endireitou na cadeira.

— Você pode segurar na minha mão se estiver com medo.

— Eu não sou tão medroso assim, Yeonjun. — Beomgyu riu em resposta. — É só um filme.

— Tudo bem, gatinho. Só foi uma sugestão.

O filme era repleto de sustos inesperados e cenas de suspense e Yeonjun parecia não se impressionar tanto. Seus olhos estavam vidrado no filme desde o começo.

Beomgyu não se conteve e involuntariamente envolveu seus dedos nos de Yeonjun, entrelaçando eles. Estava ansioso com tantas assombrações que protagonizavam a obra e isso era porque afirmou que adorava filmes de terror para o maior. Talvez fosse sua primeira mentira para impressionar um garoto. "Impressionar um garoto", uau. Beomgyu realmente não se reconhecia mais.

— Você gostou? Eu ia escolher um filme mais leve pra gente. — Perguntou o maior enquanto os dois caminhavam para a saída do cinema, logo após o término do filme.

— Eu amei, hyung! Eu só... me assustei, só isso. — Yeonjun não conteve o sorriso quando ouviu o mais novo lhe chamando de hyung. Era bobo, mas soava fofo na voz dele.

— Tudo bem então. Eu também adorei. — Eles adentram novamente seu carro. O mais novo se prontificou em colocar o cinto, sendo seguido pelo outro. — Agora vou te levar a um lugar.

— Devo ter medo desse lugar?

— Fica tranquilo, gatinho. — Riu. — É só a praia. Ela fica linda à noite, sabia?

— Eu nunca fui à praia de noite.

— Não sabe o que tá perdendo.

A praia não era tão longe dali, a viagem durou questão de minutos. Yeonjun corria pela areia em direção ao mar.

— Ei! Você não vai entrar no mar né?

— O quê? — Gritou de volta enquanto avançava ao mar, até que sentiu as ondas tocarem suas pernas.

— Você é maluco. — Beomgyu riu e se aproximou, sem a intenção de se molhar.

— Vem cá, gatinho!

— Tá doido? Meus pais vão suspeitar!

— Você se preocupa demais. — O alto ri e se aproxima de Beomgyu, o dando um abraço molhado.

— Yeonjun, você tá me molhando seu bobo!

— Eu tô? — Os dois gargalham. Não sabiam exatamente do que, estavam apenas aproveitando a companhia do outro.

Por um momento, no abraço, Beomgyu esqueceu de qualquer pecado, esqueceu do que era errado ou não, esqueceu dos infernos mais quentes que poderia estar. Ele só conseguiu focar no quanto Yeonjun estava próximo de sua boca.

Não, ainda não. Aquilo não poderia acontecer.

— Y-yeon... Eu não tô preparado. — Se afastou. — Você entende né?

— A-ah... — Disfarçou coçando sua nuca envergonhado. — Tudo bem, eu entendo sim.

Foi satisfatório e libertador correr pela areia, pular ondas, olhar para o céu estrelado e contando as constelações que observavam. Beomgyu não poderia pedir um encontro mais incrível. Talvez o motivo de ser tão incrível se deve um pouco pela presença de Yeonjun. Na verdade, se deve muito. Se fosse uma garota talvez aquilo não fosse tão divertido.

Beomgyu foi deixado pelo mais velho na esquina de sua casa. No mesmo lugar que se encontraram.

— Hoje foi... Uau! — Confessou o mais novo envergonhado sentindo suas bochechas se avermelharem. — Obrigado por hoje.

— De nada, gatinho. — O azulado deixou um beijo na bochecha do outro. — Espero que possamos repetir isso.

— Quem sabe? — Expressa a dúvida depois de rir. — Até amanhã.

Se despediram com um abraço. Céus, como o abraço do outro conseguia lhe dar tantas sensações? O cheiro adocicado que sempre é percebido, mas ali de perto parecia mais... tentador; os seus braços fortes o suficiente para transmitir segurança; a sensação de se sentir apoiado por alguém. É, Yeonjun o fazia sentir coisas e talvez seja uma boa hora para admitir e parar de negar a si mesmo.

Enganar seus pais foi o de menos naquela noite, agiram tão normal quanto num dia de semana comum. A calmaria reinava a casa.

Se não fosse por uma ligação.

— Oi, Kai! E aí? — Atendeu seu primo mais próximo.

“Oi, Beom! Posso te fazer uma pergunta?” A voz do mais novo soava do outro lado da linha.

— Claro que pode! Pode falar.

“Você saiu escondido dos seus pais?”

Puta. Que. Pariu. Como ele sabia?

Ele sabia que Huening Kai estudava na mesma faculdade que ele, mas não sabia que tinha algum conhecimento desse encontro.

— Q-que?

“Então primo, eu meio que liguei os pontos. A tia me ligou perguntando se você tava comigo, porque você disse que iria vir. E eu sei que o Yeonjun tava muito animado hoje dizendo que alguém finalmente aceitou sair com ele. E, bem... Ele tava te cantando né.”

Como ele conhecia Yeonjun?

“Aí eu falei que você tava aqui né, eu te conheço bem. Sei que tá aprontando.”

— C-como você conhece o Yeonjun?

“Gyu, eu sei que você é muito isolado na facul mas não é possível que não tenha percebido que eu sempre ando com ele no intervalo.”

Ele congelou por alguns segundos, segundos longos e suspeitos. Era como se esse silêncio respondesse a dúvida de Huening.

“Você saiu com o Yeonjun, né?”

Tentação | Beomjun ( cyj + cbg )Onde histórias criam vida. Descubra agora