Uma estranha no ninho

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Os raios solares iluminaram o quarto da ruiva passando pelas cortinas de um tecido fino quase que transparente, mas impedia que entrasse muita luz da varanda no quarto. Os três jovens dormiam pesado, presos em um sono profundo. Calebe e Lilian quase caindo da cama graças a posição que Victoria dormia se remexendo e chutando os dois amigos de forma inconsciente. 

O barulho estridente do despertador tocava pela sexta vez naquele quarto, mas o sono extremamente profundo, não permitia que esse barulho os incomodasse em seu mundo paralelo.

Se o despertador não os fazia acordar, o chute forte que Victoria deu em Lilian fez com que a ruiva se acordasse assustada, digamos que aquela não seja a forma mais saudável.

A ruiva a coçou a nuca sem entender por que havia acordado no chão, olhou em direção a varanda vendo que a luz parecia mais forte que nos outros dias quando acordava cedo. Andou até a varanda e tirou seus dois coelhos da gaiola bem espaçosa.

— como vai Pancho Delta? – Pancho Delta era um coelho branco com algumas manchas pretas, bem ativo deu a ele este nome, porque era o nome do seu amigo imaginário, uma vez que escutara um adulto falar algo sobre Delta e foi descobrir depois de grande que se tratava de algo que envolvia matemática como na formula de Bhaskara sendo a mais famosa e em física sendo por exemplo: a variação final menos a variação inicial, Sim! o nome do seu coelho é literalmente "∆" ou delta! Já "Pancho" era só seu primeiro nome algo que tirou de sua cabeça de criança.

O outro era um coelho na cor de café se chamava "bolão" por ser bem grande e gordo, um coelho bem preguiçoso que vivia embaixo dos moveis roendo tudo que via. Soltou os bichos no chão com cuidado e sentou na sacada da varanda reparando um dia mais claro que o normal.

— Droga! —  pulou para dentro do quarto — Droga gente! acorda! — berrou para chamar atenção e jogou uma almofada que voou na direção de Calebe, fazendo bater com a cabeça na mesinha de cabeceira. 

— Aí! — passou a mão pelo lugar ferido — o que foi? 

— São sete e seis, vou tomar banho estamos bem atrasados, acorde Victoria e vão procurar algum banheiro livre — saiu do closet correndo para seu banheiro com toalha e roupas. 

Calebe chacoalhou a amiga na cama, mas a loira continuava dormindo muito pesado, já sem paciência puxou a menina por um braço e uma perna e a jogou no chão com a maior brutalidade do mundo, Victoria acordou assustada e furiosa, toda assanhada 

MANO?  Você tem algum problema? — disse voltando a deitar na cama

— não, mas já passou das sete — em um pulo a outra desceu correndo com suas coisas em mãos, na busca de um banheiro descobriu por uma mulher que trabalhava na limpeza da casa que a família toda já tinha saído e Davi já estava no colégio.

[ ... ]

Com Billie estava tudo a mesma coisa de sempre, sua mãe escolhia o que devia vestir, comer, enfim Billie não queria teimar para não se estressar. Chegou na escola já farta de tudo e ainda teve que lidar com a companhia ilustre do seu namorado e dos seus "amigos" os jovens da igreja. 

 — Billie? Está prestando atenção? — Agatha disse vendo que Billie parecia alheia e indiferente sobre os assuntos conversados na mesa do almoço. 

— verdade, você passou as férias bem calada — Lucas disse dando um gole do suco de laranja com uma cor duvidosa.

— gosto assim, de mulheres caladas! — Mathias disse beijando o pescoço da loira que fingiu gostar da atitude, mas por dentro sentia nojo de si mesma.

— olha se não é a própria parada lgbt entrando pela porta — Lina apontou para porta discretamente e todos viraram para porta onde entrou os três jovens: Victoria, Lilian e Calebe.

—  ai que nojo, essa escola já foi melhor frequentada!

— meus pais dizem para não chegar perto deles para não virar um viado —Billie ficou assustada com a ingenuidade e a maneira de pensar de Lucas e dos pais do garoto, como podia acreditar em algo desse tipo. 

A loira apenas ignorou os outros comentários dados e ficou analisando de longe os adolescentes que ela achava estilosos.

—De onde sardas tirou esse sapato que coisa mais ridícula - Agatha riu e os outros continuaram soltando piadas sobre o grupo.

Visualizou o refeitório e seus olhos pararam em Zoe que sempre se sentava com o grupo. Zoe era sua vizinha e amiga de infância, mas sua mãe proibia de falar com Zoe por dizer que ela gostava de coisas do mundo, então foi obrigada a se afastar, Zoe sabia das condições de Billie e o quão Billie achava a amizade de Zoe importante então sempre que podia invadia o quarto da amiga escondida para poderem conversar.

Billie foi obrigada a ouvir outras atrocidades dos "amigos" por não conseguir se enturmar e mesmo que conseguisse sua mãe não permitiria amizade com os outros, seus amigos faziam piadas e achavam graça zoar com as pessoas e ela se sentia como uma estranha no ninho por não achar essa atitude legal. O sinal tocou indicando que o horário de almoço havia acabado e começaria o turno da tarde (os alunos que estavam inscritos para aulas não obrigatórias como: Artes, gastronomia, geografia, economia.) assim como elas tinha mais duas ou três aulas de química ou física perdidas que eram obrigatórias. 

Billie se inscreveu em tudo que podia se inscrever, mesmo ficando sobrecarregada não queria ficar em casa de jeito nenhum.

Já na sala Billie sentava no canto da parede na penúltima cadeira com uma presença ruiva atrás dela, puxou o caderno de sociologia e copiou tudo que o professor tinha falado, o resto das outras aulas foram desse jeito seu braço quase caindo de tanto copiar e coberta de cansaço.

Às três da tarde quando foram liberados o motorista enviado por Maggie já estava à espera de Billie que respirou fundo e entrou no carro. O homem dirigia feito uma lesma o carro estava mais lento que as pessoas andando, por isso Billie analisou atentamente os adolescentes voltando para suas casas.  

O caminho até sua casa era bastante longo mesmo de carro, então pegou seus fones de ouvido cantarolou baixinho a letra das músicas.

Billie entrou pelo portão da frente enquanto o motorista entrou com o carro na garagem, ela andava com delicadeza e suavidade até sua casa onde foi recebida por sua mãe tricotando uma peça de crochê. 

— Como foi o primeiro dia, meu bem? — a mulher perguntou sem tirar os olhos da linha de barbante azul-claro.

— foi normal, fiz alguns resumos durante as aulas, já tenho prova semana que vem. 

— entendi, pode vir aqui, meu bem? — a mulher soltou o crochê na mesinha de centro e colocou uma almofada na sua coxa, Billie se deitou no sofá, com a cabeça na almofada apoiada nas coxas da sua mãe. A mulher começou a massagear os cabelos loiros e Billie respirava com leveza procurando relaxar. 

— Você vai fazer dezoito anos, certo? Bom, estávamos conversando com a família Cornnel, sobre seu casamento com o garoto, Mathias.  

...

mts beijinhos amorecos 💋💋
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The Red Stamp - Obsession (Billie Eilish)Onde histórias criam vida. Descubra agora