Todos eles começaram a correr pelos corredores, com o Prisioneiro Cinquenta e Sete liderando o grupo. A corrida prosseguiu por um tempo considerável até que, exaustos, decidiram caminhar. Os corredores pareciam intermináveis, mergulhados em uma escuridão que sugava toda a esperança.
Os sapatos deles estavam imundos, cobertos de lama e poças d'água misturadas com sangue. A atmosfera estava pesada, saturada com um medo palpável. Yuri sentia um terror indescritível, uma sensação de opressão que parecia se enroscar em sua garganta. As informações da misteriosa reunião, as perguntas sem resposta, todas essas incógnitas o atormentavam.
Aonde estou? Será um teste? Um cativeiro de monstros? Será que o governo alimenta essas criaturas aqui? - Pensava Yuri, sua mente mergulhada em um turbilhão de interrogações.
A insegurança começou a se espalhar pelo grupo como um vírus. O som distorcido e ensurdecedor, uma sinfonia infernal, permeava os corredores. Eram risos histéricos entrelaçados com sussurros demoníacos, uma cacofonia que parecia vir do próprio abismo.
Mas que merda é essa? - Gritou Mateus, seus olhos vasculhando as sombras.
Isaac, normalmente imperturbável, estava visivelmente apavorado, seu corpo tremia diante da cacofonia de horrores.
Maicon, sua coragem temporariamente eclipsada pelo terror, voltou-se para Yuri - Você sabe mais do que está dizendo. Comece a falar agora! Duvido que você esteja aqui apenas pelo assassinato de sua esposa!
Yuri permaneceu em silêncio, sentindo a pressão de suas palavras. Suspeitava que aquela era uma prova, um teste de confiança pelo governo. Resistindo ao impulso de revelar seus segredos, ele começou a correr em um frenesi determinado para alcançar o final do corredor. Maicon e Isaac seguiram-no, enquanto Mateus, completamente apavorado, correu atrás deles para não ficar sozinho.
Após alguns minutos de corrida, um grito ensurdecedor ecoou pelo corredor, vindo do Prisioneiro Cinquenta e Sete. O som reverberou em suas mentes, deixando-os em estado de choque, sem saber o que esperar.
Pararam por alguns minutos, atordoados pelo grito, quando uma voz fria e calma ecoou pelos alto-falantes:
Agora que todos os prisioneiros estão reunidos, caminhem por mais dois minutos até encontrarem uma porta aberta.
A voz desapareceu tão abruptamente quanto surgiu, deixando-os em um silêncio tenso. A menção aos prisioneiros estarem reunidos novamente causou uma onda de inquietação.
Yuri, atormentado pelas dúvidas, perguntou em voz alta - Será que algo aconteceu com o Cinquenta e Sete? Por que aquela voz disse que agora estamos todos juntos?
A incerteza pairava no ar, misturada ao medo e à confusão. Enquanto ponderavam sobre o destino do Prisioneiro Cinquenta e Sete, começaram a ouvir sons estranhos ecoando dos corredores por onde haviam passado. Ruídos sinistros, como arranhões e murmúrios distorcidos, faziam com que a escuridão ao redor parecesse mais ameaçadora do que nunca.
Acho que isso é um sinal para avançarmos - Disse Isaac olhando para os outros.
Maicon então começa a correr, o que faz com que todos eles também façam o mesmo e vão de atrás dele.
Assim, após algum tempo de corrida, eles vejam uma poderosa porta de metal que estava aberta, com a sua luz verde acessa, e novamente eles entram em uma sala feita completamente de metal.
Seus olhos se ajustando à luz ambiente. O ar estava impregnado com um cheiro metálico e uma sensação de tensão pairava no ambiente. A visão da porta ensanguentada e dos pertences do Prisioneiro Cinquenta e Sete espalhados pelo chão trouxe uma realidade cruel à situação em que se encontravam.
De repente, novamente a voz dos alto-falantes se faz presente.
Agora que estão todos aqui, vamos iniciar nossa entrevista de emprego. No momento há somente uma vaga disponível, e existe quatro de vocês, nós não queremos apenas o mais forte, mas também o mais inteligente, ágil e disposto para sobreviver. A sua esquerda existe uma porta feito de metal que da acesso a uma sala aonde existem todas as ferramentas que vocês precisarem.
Enquanto a voz fria ecoava pelos alto-falantes, revelando as regras deste jogo mortal, a porta de metal se abriu diante deles, revelando uma sala com um arsenal variado. Espadas, machados, facas, martelos e foices estavam dispostos ordenadamente, junto com cinco pistolas que estavam previamente carregadas acima de uma mesa. Uma sensação de urgência se instalou, cada um deles compreendendo a gravidade da situação em que estavam envolvidos.
A voz continua...
O último que permanecer vivo, vence, cuidado com as criaturas, elas mordem! Não esperem até sobrar apenas um, pois os monstros não irão parar de atacar, até eles matarem todos vocês. Boa sorte!
Aquelas advertências ecoaram profundamente, afundando-se em suas mentes como uma lâmina afiada.
Yuri não hesitou por um segundo. Com uma mistura de determinação e medo nos olhos, ele se moveu rapidamente para a sala, pegando uma pistola, uma espada e uma faca. Os outros seguiram seu exemplo, cada um escolhendo suas armas com cuidado, sabendo que a decisão que tomavam poderia significar a diferença entre a vida e a morte.
Com as armas em mãos, o grande portão de metal à frente deles começou a se abrir. O som metálico ecoou pela sala enquanto eles avançavam para o desconhecido, com corações batendo forte em seus peitos.
A sala seguinte era ainda maior, iluminada por luzes frias e brancas que lançavam sombras distorcidas pelos cantos. No centro, havia um grande campo de batalha improvisado, com obstáculos e escombros dispostos aleatoriamente. O ambiente estava silencioso, apenas o eco distante dos ruídos das criaturas preenchia o espaço.
Acima daquela sala, haviam salas de pesquisas com paredes de vidro, aonde existiam cientistas com pranchetas em suas mãos que estavam fazendo anotações
Maravilha, agora somos ratos de laboratório! - Diz Maicon completamente amedrontado e com raiva.
Preparem-se. Elas estão chegando - Diz Isaac ao ouvir alguns ruídos que estavam aumentado seus sons, o que indicava que as criaturas estavam se aproximando, enviando arrepios pela espinha de todos.
A portão que eles haviam passado fecha com um grande estrondo, agora não tendo mais volta para a sala com os armamentos.
Dessa forma, o grupo se posicionou, olhos atentos, armas firmemente seguradas. O medo estava lá, mas também a determinação de sobreviver. O som de garras rastejando pelo chão metálico começou a se intensificar, ecoando pela sala enquanto as criaturas se aproximavam.
Yuri segurava sua pistola nervosamente, pensando consigo mesmo - EU PRECISO SOBREVIVER.
continua...
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ARAJA - O Que Há Abaixo De Nós? (LIVRO 02 - Concluído)
TerrorNo obscuro submundo que permeia nossa realidade, há entidades inomináveis, além da compreensão humana. Criaturas que desafiam as leis naturais e desviam-se da lógica da física. Conceitos que desconhecemos, cujo conhecimento poderia abalar nossa exis...