ARAJA - O Que Há Abaixo De Nós? (LIVRO 02 - Concluído)

Nota 13: Segurar, Conter, Proteger

Um ano e sete meses atrás

Após o incidente no parque ecológico de ARAJARA na cidade de Jaramá, meses se passaram, mas a sombra daquele dia ainda pairava sobre os quatro amigos: Fabrício, Marco, Bianca e Mariane. Eles haviam se formado no ensino médio e agora estavam na faculdade. A cidade de Jaramá, uma vez cheia de vida, agora estava quase deserta, com muitos moradores tendo fugido para longe do horror que ali ocorreu.

A família de Fabrício havia se mudado no mesmo mês do ocorrido para a região de Florianópolis. Sua irmã Michelini conseguiu recuperar toda a sua matéria perdida por conta do tempo que ficou sumida e conseguiu passar de ano. Indo para a nova cidade para cursar o primeiro ano do ensino médio.

Fabrício por sua vez estava iniciando seus primeiros meses na faculdade que ele havia conseguido devido ao seu exemplar histórico escolar.

Já seus amigos ainda moravam no mesmo local que antes estavam, e todos eles resolveram fazer suas faculdades naquela região de Criciúma, no entanto, apesar da distância, eles ainda mantinham contato através de um grupo de conversa em um aplicativo de mensagens.

Os pais de Victor foram comunicados do ocorrido e apesar de devastados pela verdade sobre a morte do filho, conseguiram seguir em frente, no entanto, havia mais um motivo para eles fazerem aquilo. Eles estavam envolvidos com atividades ilegais, por conta deles venderem armas e equipamentos para traficantes da região de Criciúma.

Os pais de Victor também foram contatados para resgatar o diário de Evelyn, uma garota desaparecida que era sobrinha deles. Ela possuía um diário que seria usado para compreender mais sobre o ARAJA, e também para entender qual relação ela tinha com o desaparecimento de Fernando Venson, e o que seu site com o PDF misterioso tinha haver com tudo aquilo. 

Os técnico militares naquele ponto já haviam conseguido rastrear o site e derrubado ele da internet para assim não ter mais nenhuma evidência do monstro na internet.

Todas as imagens do desaparecimento de Michelini também haviam sido confiscadas, e nunca foram reveladas, nem para os pais da garota. Tudo estava sendo ocultado.

O governo, em colaboração com outras nações, tentou encobrir tanto os casos que ocorreram e já tinham ocorrido nas cidades de Blumenau, Itajaí e também Jaramá, marcando qualquer menção ao monstro como Fake News, e os quatro adolescentes que sabiam a verdade, não podiam compartilhar com ninguém, nem mesmo com suas famílias. Eles haviam feito um juramento de silêncio para proteger seus entes queridos e todas as pessoas que amavam.

Apesar de suas vidas terem aparentemente voltado ao normal, sonhos terríveis assombravam suas noites de sono. Sempre que eles conseguiam dormir, eles reviviam a terrível cena do parque: o monstro, a explosão, os gritos e a morte de seu amigo. A linha entre pesadelo e realidade começou a se dissolver, deixando todos eles à beira da insanidade.

Além dos pesadelos, algo estranho começou a acontecer. Em momentos de grande emoção ou estresse, eles viam flashes de relâmpagos vermelhos rasgando o céu noturno. Seus corações batiam descompassados, e uma sensação de urgência os dominava, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer.

As mudanças físicas também eram perturbadoras. Eles se sentiam mais fortes e ágeis, mas também notavam que seus sentidos estavam mais aguçados, como se estivessem se transformando em algo além da compreensão humana. Eles não ousavam falar sobre essas transformações, com medo de serem rotulados como loucos.

A conexão entre eles parecia mais profunda do que nunca, mas também mais sinistra. Eles podiam sentir a presença uns dos outros, mesmo estando separados por distâncias consideráveis. Era como se estivessem ligados por algo sobrenatural, algo que não podiam explicar.