Capítulo 23

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Tom Kaulitz

 Acordei atordoado e assustado, eu estava molhado de suor e meu coração batia rápido demais, tanto que eu não conseguia acompanhar suas batidas. Me levantei e abri a janela vendo que já estava claro, provavelmente eu dormi a tarde inteira e a noite também. Peguei meu celular e vi que já eram 15:30, então fui até o banheiro para tomar um banho que não demorou muito. Eu precisava voltar para o hospital e ficar perto da minha garota, precisava saber se ela já estava melhor e se já tinha aberto seus lindos olhos. Peguei uma fruta qualquer e fui até meu carro, comendo a mesma.

 Eu sonhei com ela, sonhei com a minha garota ontem enquanto dormia. Ela estava tão linda, estava tão radiante como sempre esteve e isso só aumentou minha esperança assim como o meu medo. Suas roupas eram brancas e ela sorria para mim, sorria como se eu fosse a porra de uma salvação para ela, como se apenas eu pudesse salvá-la. Eu te amo Tom, amo de verdade. Não sei o que está acontecendo, mas preciso de você. Preciso que fique comigo, meu eterno guitarrista. Aquelas palavras que ela dizia em meu sonho estavam me assombrando, aquelas palavras não saiam da minha cabeça e isso estava me atormentando. O que ela quis dizer quando disse que precisava que eu ficasse com ela?

 Logo que cheguei no hospital, saltei de meu carro e corri até o quarto onde ela estava, eu precisava vê-la para que voltasse a respirar normalmente de novo. A Helena não estava no quarto quando eu cheguei, então me aproximei da minha garota e ela continuava como ontem, continuava do mesmo jeito. Me sentei perto dela e segurei sua mão, a acariciando como eu sempre fazia. Não demorou muito até que a Helena voltasse para o quarto e me visse ali, ela me encarou e sorriu como se quisesse me contar algo.

- O médico disse algo? Ela teve alguma melhorar de ontem para hoje? - perguntei a Helena, vendo ela se aproximar de sua amiga e sorrir para a mesma.

- Bom o médico falou a mesma coisa, que só depende dela querer voltar ou não. - respondeu me olhando. - Mas aconteceu algo inesperado, algo que me deu certo ânimo.

- O que aconteceu? - perguntei, desesperado por qualquer notícia boa sobre a Isabelly.

- Ela disse o seu nome ontem de noite. - ela dizia querendo chorar. - Ela chamou por você Tom, ela...

- Ela o que Helena? - meus olhos já estavam cheios de lágrimas.

- Ela disse que te amava. - e apenas com isso eu desabei e comecei a chorar, olhando para a minha garota ali desacordada que respirava ainda com dificuldade.

 Ela tinha se tornado tudo para mim, eu não conseguia me ver sem ela em nenhum momento. O leve sentimento de não tê-la por perto me dava uma tristeza profunda e parecia que estavam me matando ou roubando algo muito precioso de mim, eu precisava dela, precisava tê-la comigo para sempre mesmo que isso fosse impossível e que em algum momento ela fosse me deixar. A olhei e percebi que ela já não estava mais com tantos fios e tubos como antes, ela tinha apenas um aparelho em seu nariz que a ajudava a respirar e alguns fios em seu peito. A olhei e eu sabia que ela iria melhorar, sabia que ela iria sair dessa melhor do que nunca, eu sentia isso. De algum jeito que eu não sabia explicar, eu e ela estávamos ligados para sempre, eu conseguia sentir e saber que ela estava melhorando, conseguia sentir que ela queria melhorar e sair logo dali.

- Você está bem melhor, Tom. - dizia a Helena, pegando suas coisas e se arrumando. - Seguiu meu conselho e descansou um pouco?

- Sim, eu tentei comer e dormir um pouco. - afirmei para a Helena olhando para a mesma que assentiu. - Até em meus sonhos ela estava presente, até lá eu consigo senti-la próxima de mim.

- Vocês dois realmente nasceram para ficar juntos, fazem muito bem um para o outro. - ela dizia já na porta. - Eu acho que você é o cara que ela sempre quis e precisou.

 Logo ela foi embora afirmando que voltaria novamente amanhã para ver a sua melhor amiga e pediu para que eu mandasse notícias caso acontecesse algo, não importa o que fosse. Ficamos apenas eu e a minha garota ali, o silêncio ensurdecedor nos acompanhava assim como os barulhos dos aparelhos. Meus pensamentos estavam me perturbando e me assombrando, eles me lembravam do acidente e de como ela ficou, me lembravam que se eu tivesse insistido em ter ido buscá-la no dia nada disso teria acontecido e ela estaria bem e ao meu lado hoje, não estaria aqui passando por todo esse inferno.

- Eu sinto muito meu amor, sinto mesmo. - eu dizia, beijando sua testa e segurando sua mão. - A culpa é minha, isso tudo que aconteceu foi por minha culpa....me perdoa.

- Tom... - ela chamou o meu nome, em um murmuro e eu me assustei e me alegrei com tal ato.

- Eu estou aqui meu amor, nunca vou sair do seu lado. - falei, começando a chorar novamente. - Eu nunca mais vou te deixar sozinha, isso nunca mais vai voltar a acontecer. Eu te amo minha garota marrenta e teimosa.

 E de repente os aparelhos começaram a apitar e ela começou a se debater na cama, como se a escuridão estivesse preste a alcançá-la e levá-la embora, levá-la para o outro mundo. Seu peito subia e descia muito rápido e eu me apavorei com aquela cena, me apavorei com a sensação e possibilidade de perder a minha garota para sempre. Corri gritando por um médico e logo encontrei ele e contei o que estava acontecendo, ele e vários enfermeiros correram para o quarto e eu os acompanhei, mas o médico me parou e não me deixou passar.

- Eu preciso que você fique aqui e espere. - ele falava comigo e eu estava perdendo a paciência.

- Você está ficando maluco? É a minha garota naquele quarto, EU VOU ENTRAR SIM! - eu gritava apavorado e desesperado para ficar perto dela.

- Eu sei que você quer ficar perto dela, mas eu preciso trazer ela de volta antes que seja tarde demais. - ele falava entrando no quarto. - Fique aqui e quando eu terminar você poderá entrar novamente.

 Toda aquela espera estava me matando, eu fiz o que ele pediu e fiquei esperando do  lado de fora do quarto. Estava encostado na parede esperando eles terminarem para que eu voltasse logo lá para dentro e ficasse perto da minha garota, esperando que ela acordasse e sorrisse para mim. Eu estava a ponto de surtar, eles estavam a algum tempo lá dentro e não saiam e nem davam nenhuma notícia, eu não aguentava mais esperar e essa sensação de perda estava me matando lentamente. Ela não pode me deixar, não pode simplesmente decidir morrer e deixar toda a nossa história morrer junto, assim como eu. Se ela morrer e me deixar aqui eu irei morrer junto e aos poucos, isso não pode acontecer. Ela precisa lutar pelo nosso amor e por mim.

Um guitarrista na minha vida.Onde histórias criam vida. Descubra agora