Um guitarrista na minha vida.

Capítulo 37

Isabelly Miller

Faziam cinco meses que eu não sabia mais nada do Tom, ele tinha se tornado apenas uma boa lembrança que passou na minha vida, alguém que eu amei e ainda amo com todas as forças, alguém que eu vou guardar para sempre no meu coração. Eu estava sentada na minha cama segurando sua blusa e sorrindo para a mesma, me lembrando do tempo que estávamos juntos e de como eu fui feliz com aquele garoto.

Hoje era sábado e a Helena depois de tanto insistir me convenceu a ir na mesma boate de sempre com ela e com o Georg, sim os dois estavam se relacionando, eles tinham começado a ficar a alguns meses atrás, mas eles garantiam que não era nada sério por enquanto.

- Amiga, já arrumou a sua roupa, já são 21:30 e você ainda está assim? - perguntou a Helena entrando no meu quarto, com sua mochila em suas costas. - Trouxe minhas coisas para me trocar e dormir aqui, tem algum problema?

- Eu estou pensando no que vestir, Lenny. Não me apresse. - falei vendo ela pegar a blusa de Tom da minha mão revirando os olhos. - Você sabe que não tem problema, já é de casa.

- Relembrando o passado? - perguntou ela, mas a ignorei indo tomar meu banho.

Tomei meu banho e voltei enrolada na toalha indo direto até o meu guarda-roupa e escolhendo a primeira roupa que eu vi, e até que não foi uma má escolha. Coloquei um cropped preto junto com uma jaqueta também preta, preferi colocar uma calça jeans mesmo com os olhares de reprovação da Helena e em meus pés um sapato branco e estava pronta. Minha maquiagem era básica, passei apenas um batom e um lápis de olho fraquinho e agora apenas esperei a Helena se arrumar para finalmente ir para a boate.

A Helena optou por uma blusa preta de manga comprida e uma saia branca com algumas listras pretas, ela preferiu colocar uma meia calça e uma bota preta e a combinação caiu muito bem, sua maquiagem era leve como a minha e ela estava linda assim. Helena era uma loira muito bonita e de fazer qualquer cara cair aos seus pés, mas ela não deixava mais nenhum garoto entrar tão facilmente no seu coração, não depois de Christian e toda a merda que o garoto causou.

Saímos de casa quando já eram 23:30 e fomos direto para a boate no carro da Helena, já que a mesma tinha vindo com ele para a minha casa e o táxi demoraria para chegar aqui. Algum tempo depois nós chegamos na boate e a Helena estacionou seu carro um pouco depois da mesma, já que não tinha vaga para estacionar por perto. Entramos um tempo depois no lugar que estava mais lotado do que nas últimas vezes que eu vim aqui e fomos direto para o bar como sempre fazíamos, eu estava com saudades disso, saudades desse lugar e de aproveitar com a minha melhor amiga.

- Vou querer duas vodcas com energético, por favor. - pedia a Helena para o barman enquanto eu rodeava o lugar com meus olhos, procurando algo, na verdade procurando alguém. - Toma amiga.

- Obrigada. - peguei a bebida, virando tudo de uma vez e o álcool desceu queimando pela minha garganta. - Vamos dançar.

Puxei a Helena até a pista de dança e nós duas começamos a nos remexer ao som da música, eu precisava disso, precisava me distrair e me divertir depois de tanto tempo sem saber o que era estar livre. A música tocava alta e era eletrizante me fazendo querer dançar cada vez mais sem parar, eu poderia morrer naquele lugar. Eu sentia olhos em mim, mas não me preocupei de saber quem era, não me importava com mais nada no momento. Quando olhei para o lado percebi que o Georg já estava junto da Helena e eles estavam se beijando, sorri ao perceber que minha amiga estava finalmente feliz e com alguém que a merecia.

Quando olhei na direção do bar eu o vi, depois de tanto tempo sem saber nada dele eu finalmente o vi e todo o meu corpo se arrepiou. Ele estava lindo e estava me encarando também, meus pés criaram vida própria e estavam me levando até ele, até o garoto que roubou o meu coração a muito tempo atrás. Seus olhos observavam cada passo meu e eu me sentia aquecida, me sentia viva de novo sob os olhos daquele garoto, seu rosto estava sério e não expressava nada.

- Guitarrista...quanto tempo. - consegui falar, olhando em seus olhos e me perdendo neles.

- Morena... - sua voz continuava a mesma, sempre me causando calafrios bons. - Você está linda.

- Não importa quanto tempo fiquemos longe, eu sempre vou te encontrar no lugar onde nos conhecemos. - falei sorrindo para ele, sentia tanta falta desse garoto.

- Pois é, devo dizer que esse é o nosso lugar. - ele disse sorrindo de volta para mim e pegando a minha mão, um calor e desejo tomou conta de mim. - Você não me procurou mais...

- Eu achei que você tinha seguido sua vida, que tinha me superado. - falei, me aproximando dele e ficando a poucos centímetros de sua boca. - Você pediu para eu seguir em frente...

- Eu fui um idiota com você, sei disso. Espero que tenha me perdoado. - seus olhos continham uma tristeza profunda, uma tristeza que também era possível ver no meu olhar. - Eu nunca quis te magoar, eu...

- Shii...Eu não tenho o que perdoar Tom, nós dois fomos duros e erramos. - falei, acariciando seu rosto. - Eu amo você, nunca seria capaz de guardar qualquer mágoa que fosse.

 E como num passe de mágica ele me beijou e me trouxe de volta a vida novamente, eu finalmente conseguia sentir o ar nos meus pulmões. Nosso beijo era quente e necessitado, nós dois precisávamos disso, nós dois precisávamos sentir nossos lábios colados novamente nem que fosse a última vez. Uma de suas mãos estavam apertando a minha cintura e me mantendo no lugar, enquanto a outra dava leve puxadas nos meus cabelos me fazendo gemer baixinho contra a sua boca.

- Eu senti tanto a sua falta. - ele falou, cessando o beijo mas sem se afastar de mim em nenhum momento. - Eu preciso de você comigo, Isabelly. Preciso de você para me sentir vivo de novo.

- Me leva embora daqui, guitarrista. Vamos para qualquer lugar, eu te quero agora. - falei, olhando em seus olhos e vendo eles criarem vida novamente. - Tudo que eu preciso é de você ao meu lado.

Ele pegou a minha mão me levando até o seu carro, eu entrei e logo ele deu partida no mesmo. Finalmente o mundo tinha criado cor de novo, finalmente minha paz estava de volta comigo depois de tanto tempo longe. Chegamos em poucos minutos na sua casa e eu desci junto com ele, pegando em sua mão e entrando no lugar que a tanto tempo eu não vinha. Eu sentia saudades daqui, saudades dos garotos e desse menino teimoso e debochado que estava voltando para a minha vida e devolvendo meu coração novamente.