A Prometida | Dark Fate

18

◇Andréia◇

Já faz três horas que estou aqui, presa com dois homens que tem o dobro do meu tamanho. Nessas horas até chego a agradecer por todos aquelas horas que passei lutando, treinando, até todos meus ossos doerem, graças a isso sei muito bem como me defender, sem falar que sou muito boa com armas e facas também, só por garantia acabei trazendo elas também.

Me levanto indo até Pierre, "Quanto mais tempo irá demorar?" Pergunto, ele sorrir como se eu tivesse feito uma pergunta idiota, "Dez horas..."
"DEZ HORAS?" Digo o cortando no meio da frase. "Sim, mas como vamos cruzar a fronteira de forma ilegal, diria que demora umas doze horas." Ele fala, fazendo com que eu solte um barulho de frustração.

"Estou entediada."
"Você não trouxe nada para mata o tempo?"
"Peguei alguns livros, mas não estou afim de ler agora" Não sei por que, mas não me sinto em perigo com o Pierre, consigo ficar tranquila com ele.

"Sabe." Ele diz me olhando. "Eu e Vittorio estávamos nos perguntando, do que uma garotinha tão nova estaria fugindo." Me encolho ao ouvir suas palavras.

"Vittorio?" Pergunto confusa, talvez uma tentativa de desviar do assunto sobre mim. Ele rir antes de responder.  "É o verdadeiro nome dele, ele usa ingavole, esse é o nome que ele usa para fazer seus negócios."

"Por que está me contando isso? Não deveria ser segredo?"
"Você já é uma garota cheia de segredos, achei que não teria problema em lhe contar um." Diz sorrindo.

"Você não está tentando ganhar minha confiança para depois me sequestrar e me vender para algum mercado negro, não é?"
"Não, meu deus, não mesmo, nunca que faríamos isso, meu deus menina." Ele fala como se estivesse decepcionado.

"Não faríamos isso, ainda mais com você?" O olho confusa, ele solta o ar pelo nariz, como se estivesse se preparando, ou pensando se deveria falar.

"O dinheiro que você nós 'deu' vai ser de grande ajuda, graças a ele podemos pagar o tratamento da nossa filha."

Fico me perguntando se realmente ouvi direito, o olho confusa e pergunto, "Vocês... São um casal? Você e aquele louco?" Pergunto a ele, o fazendo rir "Sim, somos, e temos uma bela filha. Giulia, é o nome dela. Ela é filha da minha irmã, ela e o marido morreram a um tempo atrás, em um acidente de carro, fazendo com que Giulia ficasse sem os pais." Vejo seus olhos se encherem d'água.

"Não precisa falar se não quiser."
"Não, tudo bem." Ele diz com um pequeno sorriso no rosto.

"Eu e Vittorio sempre quisemos ter uma família. Ficamos bem triste com a morte da minha irmã e de seu marido, mas ficamos felizes por termos ela conosco. A dois anos atrás, Giulia foi diagnosticada com câncer, ela só tem 8 anos. Foi por isso que acabamos tendo que fazer isso, precisamos do dinheiro."

"Sinto muito."
"Está tudo bem, temos fé que tudo vai dá certo, principalmente quando estávamos abalados por não te dinheiro suficiente para continuar o tratamento, e você apareceu. O dinheiro que você pagou ao Vittorio já ajudaria muito, mas aí você também acabou me contratando também, então nós ajudou muito mais. Obrigado." Ele diz enquanto me olha nos olhos.

"Posso ajudar mais um pouco, não tem problema."
"Nós iríamos ficar bastante agradecidos mais..."
"Não" a voz máscula diz, "Já temos um bom dinheiro, não iremos aceitar doação, você paga somente pelos nossos serviços, nada mais." Me diz Vittorio.

Pierre o olha com um olhar de reprovação. "Obrigado, mas estamos bem." Ele diz com um sorriso, "Eu só queria ajudar." Digo para os mesmoe, "Você já ajudou." Diz Pierre com um sorriso no rosto.

Assim foram minhas últimas 12 horas de viagem, conversando com os dois homens, escutando sobre suas histórias de vida, com o tempo Vittorio foi se acostumando comigo e se soltando. Eles até me mostraram uma foto de Giulia, uma garotinha de cabelos loiros e olhos verdes, uma fofura.

Fiquei até mal quando tive que me despedir deles, aquelas doze horas até que foram bem satisfatório ao lado deles.

Espero que tudo dê certo para eles, e para mim também.

Respiro fundo, indo em direção a minha nova vida.