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◇Andréia◇

Antes

Já faz algumas semanas que estou trabalhando na boate, as meninas me tratam super bem. Descobri que o nome da 'Bela Dama' é Charlotte.

Gosto ainda mais dela agora, seu jeito simpático e alegre, eu gosto, ela já falou alguma vezes comigo, mais nada muito sério, não diria que somos amigas por enquanto.

"Já é a terceira vez dele aqui, em menos de duas semanas." Diz Anastasia, uma das garçonetes, "De quem?" Ela olha para um certo local, e eu acompanho seu olhar.
"Ele está louco pela Charlotte, vem só para vê-la."
"Isso não é perigoso?" Pergunto.
"É mais normal do que você imagina. Bom, enquanto ele só a procurar aqui, na rua é outra história." Ela diz antes de sair em direção a uma mesa.

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"Estou morta, hoje foi corrido." Diz Keith, uma das barmaid. "Sim" digo enquanto sinto algo molhar minha calcinha."Droga."
"Que foi?"
"Preciso ir no banheiro" digo pegando a minha necessaire do armário, vou até um dos banheiros daqui, um só para as funcionárias, tem chuveiro para as meninas tomarem banho e tudo mais.

Me sento no vaso do banheiro, vendo o vermelho na minha calcinha, que droga, acabei esquecendo totalmente de colocar meu coletor menstrual antes de sair de casa, já tinha visto no aplicativo de ciclo menstrual que minha menstruação iria descer hoje, mas esqueci totalmente enquanto me arrumava para vir trabalhar.

Troco tudo direitinho, e coloco um o.b, desço as escadas, para o primeiro andar, percebendo tudo vazio.

Está um frio do caralho aqui fora, não vejo nenhum táxi por enquanto. Fico olhando de um lado para o outro, até estranho o carro da Charlotte ainda está aqui, ela já saiu tem um tempo.

Ando até ele, para vê se está tudo bem, deus me defenda que ela tenha passado mal dentro dele.

Olho para dentro, não vejo nada, ninguém. Pego meu celular para mandar uma mensagem para ela, todas nós temos o contato de uma da outra, em caso de emergência.

Mando uma mensagem perguntando onde ela está, não obtenho nenhum resposta. Fico olhando para rua, como se ela fosse aparecer de algum beco, ou fosse sair da boate, bom é o que eu espero.

Começo a sentir um pouco de medo quando mando a terceira mensagem. Então decido ligar, começo a andar um pouco para me acalmar, enquanto escuto o celular chamar.

Escuto um som vindo de um beco próximo, o som para assim que o celular da o último toque, pego o celular de novo e ligo mais uma vez, ele da três toque e então desliga.

Escuto o som vindo do beco, não aguento e vou devagarinho até ele.

"Por favor, me solta" escuta a garota dizer. "Por que? Por que você não pode ser só minha? Estou te pedindo apenas uma chance." Um homem diz. "Você é tão bonita, venho aqui sempre que consigo dinheiro, só para te vê dançar, não tenho muito dinheiro para ti ter um noite com você, então vamos resolver isso logo." O homem diz, e logo sinto o bile subir pela minha garganta.

Nojento, nojento do caralho. O beco está muito escuro, não consigo vê direito, mas vejo o objeto em sua mão, filha da puta, penso comigo mesma, enquanto me abaixo, tentando chegar mais perto.

"O que tá esperando? vamos, terminar de tirar essa roupa" O cara literalmente grita. "Você não quer fazer isso." A garota responde, me fazendo estranhar sua voz, parece familiar.

"Você não sabe do que sou capaz." Ele diz, e pela silhueta dele no escuro, vejo ele chegar mais perto da garota. Me preparo para pegar o idiota que está meio que de costa para mim. O beco está tão escuro que tenho certeza que nem um dos dois me vê aqui.

"Não vejo a hora de comer essa sua bucetinha." O nojento diz assim que a garota tira suas calças. Vejo ele vacilar um pouco, quando tentar tirar a a própria calça, então pulo pra cima dele, tirando a faca de sua mão, o desarmando. Jogo ele no chão, logo depois saco minha arma da parte de trás da calça, nunca saio sem ela.  Em momentos como esse agradeço muito por todos aquelas dias que treinei até meus ossos doerem.

Só depois que faço tudo isso é que percebo quem é a garota. "Charlotte!? Digo assustada. "Você tá bem? Ai meu deus." Só então reparo direito no cara que está no chão, minha raiva agora triplicou de tamanho.

"Estou bem sim." Ela diz enquanto volta a vestir sua roupa, ela estava só com suas roupas íntimas.
"Você é um lixo de pessoa." Digo apontando minha arma em direção a cabeça dele. "Sou só um homem com bastante desejo." Ele fala me fazendo perder a calma.

Tiro da minha bota a pequena faca que sempre carrego comigo. Começo a chegar mais perto dele, o mesmo só rir.

"Você não faria isso."
"Você não faz ideia do que eu faria." Digo e logo depois dou um chute bem no meio da cara dele, o mesmo se encontrava sentando no chão.

Ele leva a mão ao rosto, então aproveito sua distração e cravo a faca em sua coxa, ele grita.

"Sua filha da puta, o que você tá fazendo?"  Me abaixo para ficar na altura dos olhos dele. "Apenas punido um ser humano ruim." Digo enquanto afundo ainda mais a faca em sua perna.

"Você é uma vadia" ele diz com raiva, "Talvez ti punir não seja o suficiente para te disciplinar, talvez seja melhor corta o mau pela raiz." Digo enquanto me levanto.

Aponto minha arma de novo para ele, o mesmo treme dessa vez.
"Você tem medo de morrer?" Pergunto enquanto engatilho a arma, "Me desculpa por favor, me desculpa, prometo nunca mais fazer isso." Ele fala enquanto chora.

Volto a me abaixar, ficando na altura dele que ainda está sentando no chão. O mesmo agora cheio de sangue. "Acho bom você ficar longe dela, longe daqui, se eu vê você novamente por aqui, não vou pensar duas vezes antes de atirar nessa sua cara feia." Digo puxando minha faca da sua coxa, fazendo o mesmo gritar alto.

"Acho bom você não dizer para ninguém o que aconteceu aqui também, conheço pessoas muitos ruins, você não que receber uma visitinha deles na sua casa, não é mesmo?" Minto, não conheço ninguém assim aqui, mais quanto mais ele senti medo, melhor.
"Eu não vou, prometo."

"Vem." Digo pegando no braço de Charlotte, tirando ela dali.

"Obrigado" é a primeira coisa que ela diz quando chegamos no seu carro, "Não tem problema."
"Acho melhor você ir, já estou indo também, vou só chamar um táxi." "Você vai pegar um táxi assim?" Ela pergunta apontando para minha roupa.

Olho para a mesma, vendo pequenas gotas de sangue. "Me deixa ao menos te levar para casa." Ela diz cabisbaixa, "Não vou recusar uma carona de graça." Digo sorrindo para ela.

"Vamos então."
"Vamos."

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