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◇Andréia◇

Agora

Meus olhos demoram um tempo para abrir. Parece que passei anos dormindo. Aos poucos retomo minha consciência, me lembrando de tudo.

Eles me acharam.

Me levanto, sento na cama, sentindo  um grande desconforto em meu pescoço. Levo a mão até meu pescoço, sinto o metal frio nele, olho em volta vendo que estou acorrentada pelo pescoço.

Olho tudo em volta, nem estou em uma cama, estou em um coxão de solteiro que se encontra no chão.

O quarto tudo cinza, quase preto. Não tem uma janela, tem duas portas, uma na minha frente e outra do meu lado, mais a corrente me impede de ir até qualquer uma.

Imaginei esse cenário muitas vezes, imaginando tudo que aconteceria depois que eles me encontrasse.

A porta a minha frente faz um som alto enquanto é aberta.

Droga, droga, droga. Não é como se eu gostasse de algum dos irmãos, mas se pudesse escolher com quem ficaria trancada, com certeza não seria com ele.

"Dormiu bem?" O irmão mais novo me pergunta. "Em todos os cenários que eu imaginei, não era isso que eu imaginei que você me perguntaria de primeira." Respondo meio irônica.

Seu rosto fica vermelho, ele vem rápido até mim, agarra meu pescoço com força, logo depois ele me pressiona na parede, fazendo com que minha cabeça bata na mesma.

Vejo o quarto rodando, tanto pela pancada como pela falta de ar. Já não é agradável esse negócio no meu pescoço, muito menos agora com ele me enforcando.

"E o que você imaginou, que eu perguntaria como foi sua férias? Você se divertiu bastante não é mesmo." Ele diz com o rosto bem próximo ao meu, seu hálito fede a bebida. Droga, se ele já é ruim bom, imagina embriagado. 

Minha visão começa a ficar preta, certeza que estou parecendo uma pimenta de tão vermelha. Ele percebe que vou desmaiar e afrouxa um pouco a mão em meu pescoço.

"Como se sentiu nesses dois anos longe? Aposto que você se divertiu bastante, principalmente com aqueles caras."
"Não sei do que você tá falando"
"Não se faz porra." Ele grita, e dessa vez me joga no chão.

Logo depois ele sobe em cima de mim, ficando entre minhas pernas, me imobilizando.

"Você deixou todos aqueles vermes nojentos tocarem em algo que não era deles." Rio na cara dele, "Mas que eu saiba, não é seu também." O mesmo me olha com ódio.

Foda-se essa merda toda, se eu tiver que morrer que eu morra logo, melhor do que fica com esses dois idiotas.

"Você é uma vagabunda sabia?" Grita em meu rosto. "Então por que caralhos eu tô aqui? Por que vocês não me deixam em paz, sou só uma vagabunda, não presto para vocês" grito para ele.

"No começo eu realmente quis ti matar quando descobri que você deixou outra pessoa te tocar, mas te matar não seria o suficiente. Você fugiu por que não queria ser nossa, certo? Então o que melhor do que deixar você viver seu maior medo. Não importa o quanto você deseje sumir ou morrer, no final você está aqui, vivendo seu maior pesadelo, sendo nossa."

Seguro o choro, me recuso a chorar na frente desse palhaço.

"Eu realmente tava disposto a ser melhor por você, naquele tempo, agora vou ser seu maior pesadelo. Bem vinda ao seu inferno pessoal."

Ele diz e logo depois ataca minha boca. Tento me mexer mais não consigo. Ele é duas vezes maior que eu. Tive treinamento, mais com toda certeza esse idiota também.

Mordo seu lábio, o gosto metálico logo chega em minha boca. Ele grita e logo depois sai de cima de mim, ficando em pé. Seus olhos transmitem raiva, vejo o sangue escorrer de seus lábios.

"Irei pegar o que é meu." Ele diz e logo depois começa a se aproximar.

"Não chegue perto." Digo furiosa. "Não sou sua, nunca vou ser."

Seu peito sobe e desce, as veias de seus pescoço parecem que vão explodir a qualquer momento.

"Você não faz ideia das coisas que quero fazer com você." 

"Você esperou bastante tempo, aposto que consegue esperar mais." Digo enquanto me levanto do chão.

Seus movimentos sãos rápidos, em um pisca de olhos sua mão está em volta do meu pescoço novamente.

Seu rosto começa a se aproximar do meu pescoço, ele inala com força meu cheiro.

"Quanto tempo você 'crer' que ainda consigo suportar?"

Sua outra mão vai direto para minha coxa.

Minha respiração se torna pesada, odeio isso, odeio ele.

De repente sinto algo molhado em minha pele, sua língua começa a passar por ali.

Se antes já estava ruim de respirar, agora está horrível. "Se afaste." Grito para ele enquanto tento o empurrar.

A dor me atinge, grito. Coloco todas as minhas forças na tentativa de empurrar ele. Assim que ele se cansa daquilo, ele se afasta. Meu ombro arde, levo a mão até o local da dor. Esse filha da puta acaba de me morder. A raiva me consome, quero gritar com ele.

"Escute bem Andréia, um dia você estará em minha cama, e vai adorar está lá, seja por cima ou por baixo, de lado, de quatro,  qual posição você achar melhor." Ele diz com raiva e logo depois me dá as costa, saindo dali.

Meu ombro lateja de dor. 

O que merda ele quis dizer com isso? Em outros circunstâncias quem sabe, eu adoraria está na cama dele, não é como se ele fosse feio ou algo do tipo, mas fora seu rosto, nada o salva. Seu temperamento é péssimo. Em outras circunstâncias não me importaria de passar uma noite com ele e depois sumir, mas nessas? Não mesmo, não nas circunstâncias ao qual fui dada como 'mulher,' 'propriedade', não quando estou sendo obrigado a me casar com ele, não nessas.

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