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◇Andréia◇

Antes

Faz seis meses que cheguei nos estados unidos, no começo ficava com receio de sair de casa, mas depois de 4 meses, comecei a sair.

Comecei a frequentar restaurantes, shoppings, e até mesmo boates.
Cheguei até mesmo a beijar algumas bocas, mas foi só isso mesmo.

Ainda tenho medo, medo deles me acharem a qualquer momento. Mas isso não vai ficar assim, não vou ficar me remoendo ou me privando por causa deles.

A algumas semanas conheci um uma pessoa em uma boate.

Ele se chama Marcos, tem 40 anos, ele me trata bem, eu gosto de ficar com ele.

Me olho no espelho conferindo como estou. Um vestido prateado que fica bem colado no meu corpo, uma renda no busto. Fica parecendo que estou usando uma camisa com saía. Pego minha bolsa, minhas chaves e meu celular, o táxi que chamei já está me esperando.

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"Uau, você está linda." Marcos diz assim que entro pela porta da área vip que tem aqui. Estamos no segundo andar, tem uma grande janela de vidro que nos permite vê tudo que acontece lá em baixo, mas ninguém que está lá embaixo consegue nos vê.

"Obrigado." Digo indo até ele, depositando um beijo em sua bochecha, o mesmo me agarra, leva uma de suas mãos até minha nuca, me puxando com força para lhe beijar.

"Porque viemos aqui hoje?"
"Quero que veja algo hoje." Ele diz colocando uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha.

Posso não ter transado com Marcos, ainda, mas isso não que dizer que já não fizemos algumas coisas, mas nunca fomos muito longe.

"E o que eu tenho que vê?" Pergunto para ele. "Bom, daqui a algum tempo você descobrirá." Diz indo até o balcão e nos servindo champanhe.

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São quase uma da manhã quando uma luz se acende no palco onde está o pole dance. Vejo algumas pessoas ficarem agitadas.

"O que isso?" Digo aportando para o palco. "Por que as pessoas estão agitadas?" Marcos que estava colocando mais champanhe para nós vem até meu lado, me entregando uma taça e olhando para onde eu apontava. "Vai começar." Ele diz enquanto toma um gole de seu champanhe.

Olho para o palco, logo uma garota de cabelos grandes e encaracolados entra, sua pele tem a cor de um chocolate, um chocolate delicioso. A roupa que ela está é tão vulgar, mais nela é tão belo. Ela anda com tanta confiança, como se o mundo todo tivesse que ser grato por pode vê-la.

Ela chega ao pole dance, uma música começa a sair dos altos falantes, e ela começa a dançar.

Porra, ela é incrível, sua confiança me dá inveja, os homens perdem a cabeça, e eu também, ela é belíssima.

"Ela é incrível não é?" Tinha até me esquecido que Marcos estava ao meu lado. "Sim, belíssima." Respondo, fazendo o mesmo rir.

"A chamam de 'Bela Dama,' não a um homem aqui que não beijaria o chão onde ela pisa." Diz ele me olhando

"O que você vê quando olha para ela?" Ele pergunta. "Vejo confiança, uma postura poderosa, alguém que parece não sentir medo." Digo. "E o que você sente quando olha para ela?"
"Sinto, desejo, luxúria, necessidade, acho que até mesmo um pouco de inveja."
"Inveja? Do que exatamente?"
"Ela parece está no controle de tudo, como se só o prazer dela importasse. Creio que os homens não se importariam de chegar ao seu ápice se estiverem com ela, eles só iram se preocupar com o desejo dela, o prazer dela, acho que no final agradeceriam pela noite com ela."

"Você acha que ela fica por cima ou por baixo?" Demoro um tempo para entender o que ele quer dizer, mas depois de alguns segundos percebo o que ele diz, olho para moça em cima do palco. "Por cima, com certeza." Digo.

"Eu acho que não." Ele responde, fazendo com que eu o olhe intrigada, "Nossa querida, 'Bela Dama' precisa fazer as necessidades daqueles que pagam para tê-la." Ele responde.

"Não entendo"
"Nossa garota ali." Ele diz apontando para a mulher no palco, "É uma acompanhante, e os homens aqui." Diz aportando para os homens que estão assistindo a garota dançar, "São gananciosos e controladores, por isso mesmo que eles a desejam tanto." Diz ele. "Não entendo" digo. "Eles a desejam exatamente por que ela exala confiança, eles a querem por baixo para domar ela, mostrando que mesmo que ela exale tudo isso que você disse, ainda assim ela está lá para as necessidades deles."

"Ainda não entendo o por que disso."  Ele me olha sério. "Você pode ter isso Agatha"
"O que?" Pergunto confusa. "Pode te o privilégio de está por cima, no controle, você não tem a necessidade de satisfazer eles, vá a procura de seu prazer, de seu ápice." Diz bebendo seu champanhe.

"E porque está me dizendo tudo isso?"
"Por que sinto que é isso que você é, não tenha medo."

Foi naquela noite que acabei por cima de Marcos, naquela noite em que fui atrás do meu prazer, me preocupando só comigo.
sem ligar nas consequências que isso poderia me trazer. Se esse fato vai fazer aqueles dois me esquecerem, ou me odiarem, melhor para mim.

Me encontrei mais alguma vezes com Marcos depois daquele dia, mas foram poucas as vezes. Depois disso troquei de apertamento e fui atrás de trabalhar na mesma boate daquela noite.

Acredito que no fundo Marcos me queria no controle porque ele gostava disso, ele gostava de está por baixo.

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