A "Médium"

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       Enid tirou uma nota de dez dólares do bolso da calça e entregou ao taxista, que a olhou como se ela fosse uma louca que havia fugido do hospício; O que era realmente compreensível, já que no
caminho inteiro a menor foi falando com Wednesday.

- Nós precisamos arrumar um jeito de eu falar com você sem as outras pessoas acharem que eu estou falando com o nada. - Enid murmurou enquanto fechava a porta do táxi.

- Você me chamou de nada? - a latina perguntou, fingindo estar ofendida.

- N-Não... e-eu... - Wednesday começou a rir pelo desespero da mais nova.

- Eu estou brincando, Enid. - a de olhos azuis bufou e saiu andando, sem esperá-la.

- Essa é a casa da tal Marylin? - parou ao lado de Enid, que encarava a pequena e velha casa.

- Pelo jeito sim. - olhou o papel em suas mãos, conferindo o endereço.- Será que temos que ter hora marcada? - Wednesday deu de ombros e a mais nova apertou a campainha.

       A latina observou Enid morder os lábios nervosamente, enquanto arrumava pela milésima vez os óculos em seu rosto - ato que sempre ela fazia quando estava nervosa.

       Escutaram passos e logo alguém destrancando o velho portão enferrujado, fazendo um barulho enorme na rua calma e vazia.

- Pois não? - uma ruiva baixinha atendeu.

- M-Marylin Tornhill? - Enid perguntou.

- Sim, sou eu. O que quer jovem? - foi direta.

- E-Eu queria saber se pode me ajudar...

- Tem hora marcada?

-N-Não... - Respondeu e a ruiva suspirou.

- Desculpe, mas não posso te ajudar. - Enid tomou coragem e segurou o velho portão, antes que a mulher o fechasse.

- Por favor! - pediu e Marylin revirou os olhos.

- Vamos, entre. - abriu o portão.

       O quintal da casa era pequeno e cheio de coisas pelo chão. Havia matos crescendo na terra, um par de botas vermelhas sujas jogada no canto e até um tanquinho que provavelmente não funcionava, estava ali, jogado.

- Me desculpe pela bagunça, estou sem tempo de arrumar tudo. - disse ao ver que a menina encarava os lixos no quintal.

- Eu acho que médiuns/ espíritas, ou seja lá o que essa mulher for, não usam esse tipo de roupa... - Wednesday murmurou e Enid analisou.

       Marylin, que vestia um longo vestido cheio de detalhes e várias joias.

- Talvez só seja o estilo dela. - sussurrou de volta, dando de ombros.

- Sente-se. - a ruiva indicou um banco que ficava em frente á uma mesa.

       Mais uma vez, Enid analisou o lugar. As cortinas estavam fechadas, deixando o lugar um pouco escuro, enquanto diversas velas em cima da mesinha iluminavam o local.

- Eu acho que ela não vê espíritos não... - a latina falou, estranhando tudo aquilo. - Está mais para macumbeira ou sei lá.

       Enid tentou não rir do comentário da menor.

- O que posso fazer por você? - a mulher sentou à frente de Enid, cruzou os dedos sobre a mesa e a encarou.

- E-Eu queria saber se você sabe como fazer um espírito voltar para o seu corpo.

- Um espírito voltar para o seu corpo... - a ruiva pensou, enquanto acariciava o queixo. - Qual o nome dele?

- É uma garota, Wednesday. Ela está em coma e, não sei como, o seu espírito saiu do corpo e agora fica vagando por aí. Você consegue vê-la? - perguntou nervosamente e olhou para o seu lado direito, onde a latina estava.

Ghost Addams - Wenclair [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora