Povo Enid Sinclair
Não, isso realmente não podia estar acontecendo!
Depois de muito pesquisar e fazer algumas perguntas discretas à Yoko, eu finalmente descobri o que era a "sensação estranha" a qual eu sentia por Wednesday.
Eu estava apaixonada por ela.
E isso, com certeza, não era nada bom; Não quando você é a nerd que todos chamam de 'esquisita' e está apaixonada pela garota mais popular e desejada do colégio, Wednesday Addams. Fora que nós havíamos nos conhecido da forma mais estranha possível: Eu havia ajudado o seu
espirito, enquanto a mesma estava em coma, e ela nem sequer disso se lembrava. Não me pergunte como eu consegui enxergá-la, até aquele dia eu nunca havia visto e nem acreditava em espíritos.- Merda. - praguejei mais uma vez, enquanto olhava na décima página que falava sobre o 'Sintomas do Amor'. - Chega! - fechei o Notebook rapidamente e joguei o mesmo ao meu lado na cama.
Eu nunca havia me apaixonado antes... Quer dizer, eu nunca nem tive o meu primeiro beijo!
Olhei para o relógio e vi que ainda tinha trinta minutos para chegar no colégio, me fazendo ficar ainda mais nervosa. Eu iria morrer de vergonha se eu esbarrasse com Wednesday no corredor, principalmente agora que eu descobri estar gostando dela.
Desci as escadas devagar, sem pressa de tomar café da manhã e depois ir para o colégio. Marina estava na cozinha como sempre, cantarolando algumas de suas músicas antigas que eu nunca sequer tinha ouvido.
- Bom dia! - beijei a bochecha da mais velha, vendo-a pular de susto.
- Enid! Não me assuste desse jeito, menina, qualquer hora eu tenho um infarto! - exclamou, colocando a mão no peito.
Ri da sua forma exagerada e murmurei um Desculpa.
- Aliás, bom dia. - Marina me abraçou fortemente e deixou um beijo em minha testa, como fazia de costume em todas as manhãs.
Eu era eternamente agradecida à Marina e Peter, que sempre cuidaram de mim e me tratavam como se fosse filha deles. Realmente, eu não saberia o que seria da minha vida sem os dois para me alegrar todos os dias.
- Seu pai precisou ir cedo para o trabalho... - senti um arrepio em meu corpo ao ouvir a palavra 'pai'.
- Nada novo. - dei de ombros e me sentei na mesa, logo pegando uma fatia do maravilhoso bolo que a mais velha fazia.
- Ele mandou eu te avisar que terá que ficar fora por pelo menos dois meses. Houve um problema na empresa de Toronto e ele ficará por lá até que tudo se resolva. - Marina falou tudo com delicadeza. Ela sabia o quanto a falta de presença do meu pai me afetava, embora às vezes
não parecesse.Eu tentava ao máximo não me importar com o fato de meu pai quase não parar em casa; e quando parava, mal olhava em meu rosto. Eu o entendia, e por isso não conseguia sentir raiva do mesmo. Eu era a culpada por ele ter perdido a pessoa que ele mais amava.
Larguei o pedaço de bolo no prato. Havia perdido a fome. Murray sempre viajava, mas em todos esses dezesseis anos, essa era a viagem mais longa que ele faria. E sempre em meio à isso tudo, eu me
perguntava: Por quê ele não me dera ao orfanato quando eu ainda era bebê? Alguém com certeza me adotaria e, sem querer desmerecer Marina e Peter, talvez eu pudesse ter uma família normal, que me
amasse.Estava tudo desmoronando. Primeiro, era eu estar gostando da garota mais popular do colégio, e agora meu pai.
Sinceramente, eu não sabia mais até quando conseguiria fingir que sua falta de presença não me afetava.
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Ghost Addams - Wenclair [CONCLUÍDA]
SpiritualWednesday Addams era uma típica garota popular do terceiro ano. Um dia, estava voltando de uma festa completamente bêbada, acaba sofrendo um acidente de carro, o qual a deixa em coma. Quando a latina "acorda" no dia seguinte, percebe que pode atrave...