Me perdoe

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Sedie:
Quando irá comprar o seu vestido?

       Enid pensou antes de responder

Enid:
Talvez no final de semana que vem, não sei.

Sedie:
Eu tô tão ansiosa AAAA

Enid:
Dá pra ver. Você não para de falar disto desde de que anunciaram o baile.



       A mais nova riu baixinho ao enviar a mensagem. Podia imaginar Sedie sorrindo de orelha a orelha enquanto digitava. Era o seu primeiro baile também, já que em sua antiga escola não era permitido tais coisas.

       Estava pronta para responder a mensagem que acabara de chegar quando ouviu o barulho de um carro entrando pelos portões de sua casa. Mas não era qualquer barulho, era exatamente igual ao ronco do motor do carro de seu pai.

- Enid! - O homem sorriu ao vê-la.

       Largou o celular em cima da cama e desceu as escadas, confusa. Em suas contas, ele voltaria só no final do mês. Quando estava no último degrau, a porta da sala foi aberta e Murray passou por ela com a sua
inseparável maleta em mãos.

       Sua confusão aumentou mais ainda ao ver Murray largar a maleta no chão e vir até ela, surpreendendo-a com um abraço apertado. Mesmo atordoada com tudo, Enid passou hesitantemente os braços ao redor
da cintura do homem.

- Que bom que te encontrei aqui. - sua voz soou aliviada.

       Okay... Talvez ela estivesse pegado no sono enquanto falava com Sedie e sonhava que Murray estava em casa e a abraçava, mas ela podia jurar que aquilo parecia real demais para ser apenas um sonho.

- Eu... Quero falar com você. – o homem se afastou, segurando-a pelos ombros e a olhando diretamente nos olhos.

      Fora algo muito estranho, visto que ele mal sequer Ihe encarava quando estava em casa.

Belo sonho, Enid.

- Queria te pedir perdão. - a menor piscou os olhos diversas vezes, sua boca se formando em um pequeno 'O'.

- O-O que? - balbuciou, se desvencilhando dos braços de Murray.

       O empresário respirou fundo, passando a mão pelo rosto. Ele aparentava estar nervoso, muito nervoso e... Envergonhado?

- Sei que você talvez não me perdoe tão rápido. Eu fui um péssimo pai durante todos esses anos, mas eu finalmente pude perceber o erro que estava cometendo. - disse, sincero. - Céus! Charlotte deve estar
me xingando de todos os tipos de palavrões lá de cima. - riu sem humor.

       À essa medida, Enid já tinha os olhos cheios de lágrimas e o homem à sua frente não estava diferente. Foi então que sua ficha caíra:

       Não era um sonho. Era real. Seu pai estava mesmo se desculpando por ter passado todos esses anos afastado.

- V-Você era só um bebê e não teve culpa em absolutamente nada, mas eu não consegui seguir em frente e superar que Charlotte havia se ido... - o empresário respirou fundo, tentando conter as lágrimas. Odiava chorar, ainda mais na frente de sua filha. – Eu não conseguia cuidar nem de mim mesmo naquela época, imagine de um bebê recém-nascido e sem mãe.

Ghost Addams - Wenclair [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora