Perfeita Part. 1

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-Tcharam! - Sedie exclamou, saindo do provador com um enorme sorriso nos lábios. - O que achou, Nidzinha?

A mais nova olhou para ela, analisando o vestido rosé e justo em seu corpo.

- Você está maravilhosa! - elogiou.

Entre todos os milhares de vestidos que Sedie havia experimentado, esse era o que ficara melhor nela.

Yoko, que mexia em seu celular distraidamente, desviou o olhar para ela.

- Sim, esse é a sua cara! - concordou, analisando-a.

- Então vai ser esse mesmo! - declarou, empolgada.

- Amém! Agora vamos logo embora. - a asiática disse, já cansada de ver Sedie indo e saindo do provador com diversos vestidos diferentes.

"Não pode ser qualquer vestido. Tem que ser O vestido". Ela falava todas as vezes em que um não lhe agradava.

- Calma, Yo! - a mais velha revirou os olhos. - Falta o vestido da Enid.

Yoko olhou para a sua amiga, seu cenho franzido.

- Você já não escolheu o seu?

- Sim, mas ela não mostrou pra gente. - Sedie disse, antes que Enid tivesse chance de respondê-la.

A mais nova bufou e pegou o vestido ao seu lado, indo para o provador antes mesmo que Sedie a obrigasse.

Colocou o vestido longo e da cor vinho, e saiu, um pouco hesitante sobre a opinião das duas.

As mais velhas olharam em sua direção e, no mesmo instante, sentiu seu rosto queimar enquanto os dois pares de olhos ainda analizando-a.

Assim que tomou coragem para olhar para frente, viu Yoko com um enorme sorriso e uma Sedie eufórica.

- NÓS VAMOS ARRASAR! - Sink gritou, se levantando com os braços ao alto.

Enid revirou os olhos e entrou de forma rápida no provador, fechando a porta a fim de evitar os diversos olhares das pessoas na loja, depois do berro que Sedie dera.

[...]

Enid abriu a porta de sua casa e estava pronta para subir ao seu quarto quando avistou uma silhueta - grande demais para ser de Marina - na cozinha. Caminhou até lá e viu que era seu pai sentado em uma banqueta com seu MacBook sobre o balcão, o qual havia também diversos papéis espalhados.

O homem ouviu passos se aproximarem e virou para trás, sorrindo ao ver sua filha ali.

- Hey... Onde estava? Marina me disse que você havia saído.

- Fui comprar um vestido. - deu um sorriso torto e levantou a enorme sacola em sua mão.

Era estranho chegar em casa e ver que seu pai estava ali, ainda mais olhando diretamente em seus olhos e puxando assunto com ela.

- Vestido? - O empresário franziu o cenho.

- É... Vai ter um baile na escola.

- Olha... - o homem sorriu, virando a banqueta para encará-la melhor, e cruzou os braços. - Posso saber quem será o sortudo que irá te levar?

Enid sentiu um calafrio percorrer seu corpo com a pergunta. Contaria para ele sobre Wednesday ou mentiria, dizendo que ia com um garoto qualquer? Pensou, rejeitando de imediato a segunda opção. Além do mais, não iria mentir. Sentia algo demasiadamente forte pela latina para fazer algo desse tipo. Não tinha vergonha de amá-la e muito menos medo, mas o pensamento de seu pai não aceitar e isso fazê-lo se afastar de novo, era o que a fazia temer.

- Então... S-Sobre isso... Precisamos conversar. - declarou, o olhar no chão.

Murray estranhou seu nervosismo repentino, mas assentiu. Subiram para o escritório e o homem fechou a porta, indo se sentar em sua cadeira.

Enid, continuando de pé, tomou coragem para falar:

- É uma garota.

O mais velho franziu o cenho em confusão, não entendendo ao que ela se referia.

- O que?

- Q-Quem vai me levar ao baile é uma g-garota. Wednesday. - seus olhos estavam ao chão. Não tinha coragem de encará-lo nos olhos e ver sua reação.

Segundos se passaram em um completo silêncio. Enid já sentia o nervosismo tomar mais ainda conta de seu corpo e seus olhos
marejarem, enquanto milhares de pensamentos ruins rondavam sua mente.

O homem então soltou um pigarreio.

- É... Eu não sei nada mesmo sobre minha filha. - seu tom era normal, não parecia bravo ou algo do tipo.

Ouviu um pequeno barulho e logo passos virem em sua direção. Sentiu uma mão levantar seu queixo, obrigando-a a encarar os olhos azuis.

- Eu não posso chegar aqui, depois de dezesseis anos sendo ausente em sua vida, e ditar o que você é ou deixa de ser. Ditar as
escolhas da sua vida. Você não é mais aquela criança que deixei nos braços de Marina enquanto viajava sem parar a trabalho. E praticamente uma mulher agora. - Murray tomou fôlego. Não podia negar que ficara surpreso com sua declaração, mas, bravo, nunca. Estava ali para se desculpar com sua filha, e não criar intrigas entre os dois. Já perdera tempo demais longe. - Só quero que seja feliz, pois isso é o mínimo que você merece ser.

Enid sorriu e o abraçou apertado, sentindo-se aliviada de imediato. Não saberia se suportaria caso seu pai não aceitasse seu namoro com a latina.

- Mas isso não quer dizer que eu não tenha que conhecer essa tal Wednesday antes. - disse, fazendo a menor rir.

[...]

- Merda! - as mãos trêmulas de Wednesday tentavam arrumar a gola de seu terno.

- Fica calma aí, Wendy, senão vai ter um ataque cardíaco antes mesmo de ir buscar Enid. - Divina zoou pela vídeo chamada em que estavam.

- Não dá, Div! Enid disse que o pai dela quer me conhecer. - a sua voz aflita só fez a outra rir mais ainda. - Ele parece ser bem sério e...

- Vai dar tudo certo, ok? Eu também me apresentei ao pai da Yoko e foi super de boas. Descobrimos até que torcemos para o mesmo time de futebol, dá pra acreditar?

A latina se olhou mais uma vez no espelho. Depois de tanto ponderar se iria de vestido ou terno, a morena decidiu ir pela segunda opção.

Seu terninho era simples; preto, com mangas brancas pra fora e um lenço também branco na área do peito.

- Vou ter que desligar, Yoko disse que já está pronta. - Divina avisou.

- Também já estou indo. Te vejo lá.

Desligou a camada.

Respirou fundo e pegou as chaves de seu carro. Dirigiu calmamente até a casa da de olhos azuis, seu nervosismo a fazendo
batucar o dedo diversas vezes sobre o volante.

Estacionou em frente a casa e desceu. Tocou a campainha e esperou alguns segundos até a mesma ser aberta pela figura que a fez sentir um frio na espinha.

Murray a analisava de cima à baixo, até que finalmente estendeu sua mão.

- Wednesday, certo? - a jovem assentiu. - Murray Sinclair.

A latina apertou sua mão e sorriu amarelo, adentrando a casa. Enid estava sentada no sofá,e assim que ouviu vozes e passos se aproximarem, se virou, dando-se de cara com a latina.

A menor sorriu assim que a viu, olhando para o seu vestido vinho totalmente delicado, assim como a garota à sua frente. Seu cabelo estava liso e com as pontas levemente onduladas.

- Você está perfeita. - elogiou, seu coração disparado.

Ghost Addams - Wenclair [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora