Mad Max

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Hawkins Lab, Indiana1979

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Hawkins Lab, Indiana
1979.07.04

Aquelas paredes sempre pareciam mais sinistras quando encaradas por muito tempo. O ar se tornava cada minuto mais comprimido na mesma velocidade que o clima se tornava cada vez mais frio.

Número nove sempre finalizava suas tardes naquele quartinho sempre que não compria as suas ordens. Sorte sua não desenvolver claustrofobia como consequência.

Número nove era o único experimento com dons ligado à área elementar. Possuía o dom da hidrocinese, ou seja, o poder de gerar, moldar e controlar H2O. Até então, 009 era considerada um dos experimentos mais lentos do laboratório. Apenas conseguia mudar o estado físico da água, diversificando para sólido, líquido e gasoso, ou quente, gelado e temperatura ambiente.

Isso era o que todos achavam. As várias horas naquela sala deram a nove a possibilidade de se descobrir sozinha, sem precisar de pressões. Descobiru que podia gerar e levitar a água tão bem quanto o que já fazia. Decidiu inteligentemente que esconderia suas descobertas de todos. Sabia que seus dons seriam usados para matar. Matar.

A vítima da vez foi um pequeno peixinho palhaço. Quem ela conhecia como Papai ordenou ela a acelerar as moléculas da água de um aquário, justamente onde o peixe nadava perdido e desorientado. Isso geraria fervura instantânea, fazendo o peixe ser lentamente cozinhado vivo. 009 obviamente se recusou a fazer isso com o peixe, por isso estava alí.

Qualquer pessoa com o mínimo de empatia pela vida humana sentiria pena da situação de 009. Uma criança habituada e bem acostumada a passar horas trancada em um quarto escuro, sem água, sem alimentação, sem poder fazer as nessessidades, era realmente desumano. Mas a garotinha já estava tão acostumada com isso, que seu estômago se acostumou com o vazio, e sua bexiga a estar sempre cheia.

Naquele meiado de tarde em específico, 009 brincava com uma bolha de água a levitando no ar. Estava se divertindo com a pequena bolha, até que ouviu uma das várias fechaduras do lado de fora ser aberta. Papai. A garotinha rapidamente evaporou aquela bolha. Seria mais do que suspeito vê-la tendo contato com água, já que aquela sala fechada não a permitia isso. Ela então se levantou do chão e ajustou sua postura, pronta para fingir naturalidade.

Depois de vários ferrolhos, a porta gigante e pesada de metal foi aberta, revelando a face estranhamente animada do Doutor Martin Brenner, conhecido por ela como Papai. "Como está, nove?" O homem alto e grisalho sorriu de forma esquisitamente doce para ela.

"B-bem." A menininha respondeu em tom baixo. Estava confusa. Há horas atrás, o mesmo homem lhe chamava de incompetente aos gritos. "Que bom ouvir isso." Sorriu ainda mais largo e lhe estendeu a mão. Nove alternou seu olhar entre a mão estendida e o homem a sua frente estranhando sua atitude, mas não tinha escolha, então, receosa, lhe entregou a sua mãe.

ᴍᴀʀ𝕚ᴛ𝕚ᴍᴇᵉˡᵐ𝕒ˣ ʷ𝕚ᵗʰ 𝕪ᵒᵘOnde histórias criam vida. Descubra agora