Ilha

Liberdade

Jimin acordou em seu quarto, e achou aquilo estranho, pois se lembrava perfeitamente que dormiu no carro de Jungkook, mas ignorou aquilo, afinal, estava em sua casa, no seu tão amado quarto.

Nada mudou desde que largou sua casa para viajar até Daegu, uma viagem da qual nunca chegou lá, naquele momento ela nem se lembrava o motivo de ter que ir até lá, nem quando foi, se lembrou de seu sonho onde ela estava cara a cara com um leão.

"O que significava aquele sonho?"

Finalmente criou coragem para sair da sua cama tão quentinha e aconchegante, e seguiu para o banheiro onde tomou um banho relaxante, ao sair do banho passou todos os seus cremes, colocou uma saia plissada xadrez na cor rosa bebê, uma blusa social de botões na cor branca, e um corset preto por cima. Colocou também suas jóias, de anel a brincos, tudo em dourado, calçou um coturno, fez uma maquiagem leve e passou seu perfume favorito.

Ao descer as escadas pode ouvir a voz de seu irmão e de seu pai, ficou estranhamente aliviada em ouvir a voz dos homens, também ouviu a voz de uma mulher, mas não reconheceu a voz dela.

— Uau, como eu tenho a irmã mais linda desse mundo. — Jihyun comentou ao ver a garota entrar na cozinha.

— Jihyun, não dá cartaz a essas invenções do seu irmão, e Jimin, vai tirar essas roupas e veste umas de homem. Você vai trabalhar hoje.

— Eu vou o que? Você não me falou nada sobre isso, e eu não vou mudar minhas roupas, me visto como eu quero e sou. Já que sou uma mulher, vou me vestir como uma.

Jinwoo bateu na mesa ao ouvir o que a filha falou. — Quanta vezes vou ter que te falar que você não é uma mulher?

— E qual é a porra do problema se eu me identifico como uma mulher?

— O problema está em você, na sua cabeça, que fica ai imaginando coisas que não existem. Uma vez que nasce homem vai ser sempre homem.

— Não. Uma vez que nasce homem, mas se identifica como mulher, eu sou mulher, por isso uso roupas que me agradam, e por isso também que vou fazer minha transição, queira você ou não. — Berrou.

— Você não vai fazer porra nenhuma enquanto você viver embaixo desse teto. — Deu um tapa no rosto da garota. — Me dê os seus cartões Jimin, a partir de hoje, você não terá mais a sua liberdade para nada, vai ser da faculdade para casa, e sua mesada vai ser cortada.

— O que? Como você quer que eu tenha uma vida social desse jeito?

— E quem quer uma aberração como você por perto? Estou fazendo um favor para essas pessoas.

— Isso é o cúmulo da sua idiotice pai. Você sabe que está cometendo um crime, não sabe?

— E como você vai provar alguma coisa? — Se levantou alterando a voz. — Você vai ter capacidade de ir contra seu pai? Vai Jimin?

— Vou. — Bateu o pé já sentindo seus olhos arderem, não queria chorar, não ali, não na frente de seu pai.

— Você é patético Jimin, acha mesmo que vai conseguir alguma coisa? Você é tão fraco e inútil que nem serve para ser homem de verdade e fica com essas ideias toscas. — Sorriu nasalado. — Agora faz o que eu mandei, sobe e limpa esse seu rosto, e veste uma roupa de homem, sei que você tem, e se não tiver pega umas do seu irmão.

— Eu não vou tirar minhas roupas, se você quer me privar de ter uma vida, então isso inclui o trabalho. — Se sentou na cadeira e cruzou as pernas balançando a que estava por cima.