Ilha

Saudade

Jungkook tentou voltar a dormir junto da loira, mas não estava com sono e estava agoniado de tanto ficar parado, então se esforçou para sair da cama e pegou as muletas e foi até o quarto do amigo, sentou na cama com algumas fotos dos dois e ficou ali se lembrando de todas as coisas que já viveram juntos.

— Eu preferia mil vezes não me lembrar de você, do que lembrar e doer tanto assim. — Falou deixando as lágrimas rolarem. — O que será que você está aprontando no outro universo? Será que está pensando em mim e louco para saber onde estou? É, agora eu já sei como vou me sentir quando você entrar no exército... Não, vai ser diferente, você vai poder me ligar, podemos nos ver nas suas folgas, aqui você praticamente não existe, e isso dói... — Fungou.

— Fugiu do quarto para falar sozinho, Jeon? — A voz de Jimin ressoou atrás de Jungkook.

— Sim, você estava dormindo bebê. — Limpou as lágrimas com as costas das mãos.

— E você chorando, não gosto de ver você chorar... — Abraçou ele por trás. — Quer dar uma volta pela casa?

— Aceito, melhor que ficar naquele quarto.

— Vamos então, você parou onde na história mesmo?

— Em resumo, foi como eu e ele ficamos grudados um no outro.

— Ah, e como conheceu o Min?

— Ele andava com o Namjoon, e acabei me apaixonando, e ele também, ai ele me pediu em namoro e ficamos juntos.

— Resumiu bem...

— Claro, certas coisas é melhor deixar lá no outro universo e no passado.

— Ainda acha que estamos em um universo paralelo?

— Claro, nada faz sentindo sobre o que está acontecendo.

— Isso é verdade.

— Tem um lugar que tenho certeza que você não foi aqui...

— Onde?

— Eu chamo de "o cérebro da casa."

— Que nome assustador...

— Chamo assim porque chamar de "mente do Namjoon" não ficou legal.

— Não sei qual é o pior... Mas me mostra esse lugar ai...

— Não posso subir. — Apontou para a porta suspensa em cima de suas cabeças.

— Uau, eu sempre quis ter um lugar assim. — Falou empolgada. — Posso ir sozinha?

— Claro meu bem.

Jimin tentou alcançar a pequena corda para abrir a porta e não conseguiu, mesmo pulando e isso tirava boas gargalhadas de Jungkook.

— Vai ficar rindo ou vai me ajudar? — Falou com a mão na cintura.

— Ajudar depois de rir, essa é a regra natural da vida, bebê.

— Chatooo... — Revirou os olhos.

— Aproveite o passeio... — Abriu a passagem e ajustou a escada.

— Você não vai aprontar comigo não, né?

— Jimin, julgando pelo tempo que estamos presos aqui, tem quase um ano, e você ainda não se acostumou comigo?

— É... Não?

— Nossa, magoou... Vou até embora depois dessa. — Seguiu para o andar de baixo ouvindo Jimin chamá-lo.

— Falei brincando, espera ai! — Alcançou o rapaz. — Eu confio em você. É só que... Tenho muitas experiências ruins com homens... — Falou mais baixo em um tom triste.