Capítulo 14

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Rhaenyra sentiu seu corpo frio e notou a ausência dos braços de Daemon em volta de sua cintura. Passou as mãos ao lado da cama tentando encontrá-lo, mas estava vazia.

Abriu os olhos ainda sonolentos tentando compreender se o que houve na noite anterior foi real ou apenas um sonho. Ao notar o quarto de hotel, teve a certeza que era real.

— Daemon?

Ela sentou na cama olhando para a porta entreaberta do banheiro.

— Daemon? Você está aí? — perguntava levantando da cama e vestindo a camisa branca dele, deixando apenas as longas pernas expostas.

Analisou o pequeno banheiro do quarto tentando encontrá-lo, mas sem sucesso.

Ele não estava lá.

E isso a deixou desesperada.

— Não, não, não! — andava em círculos com as mãos na cabeça não acreditando.

"Os deuses o tiraram de mim" pensou aflita com as mãos no peito e os olhos cheios de lágrimas. Não conseguia acreditar em tal crueldade. Enfim estavam juntos, felizes e agora os velhos deuses se acharam no direito de puni-los de uma vida calma e próspera? Ela não sofreu o bastante sem ele?

— Isso não é justo!

Procurava em sua bolsa preta o celular, pensou em mandar uma mensagem, ou melhor ligar, ela precisava ouvi-lo, saber que estava ainda nesta vida com ela. "Ele prometeu não me deixar" sabia que a culpa não era dele, mas precisava cumprir essa promessa.

Tocou incontáveis vezes e caia sempre na caixa postal.

Seu coração disparou, suas mãos suavam frias e sua cabeça latejava. "Não é justo! Não é justo! Não é justo!"

Quero ser recepcionado assim todos os dias — disse na velha língua de valíria, fechando a porta com um sorriso torto olhando suas longas pernas.

Deuses, isso era música para seus ouvidos.

— Porque está chorando? — ele perguntava deixando as chaves e os documentos da moto em cima da mesa.

Ela não conseguia responder. Correu para os seus braços e apertou forte quase fazendo-o cair no chão. Se ela pudesse amarrá-lo entre seus braços para sempre, Rhaenyra faria.

— Apenas esqueci algo importante na moto — passava seu polegar nas bochechas coradas, secando as lágrimas que escorriam do seu rosto mostrando o antigo colar de aço valiriano.

Ela sorriu.

— E-eu pensei... Pensei... — ela não conseguia juntar as palavras.

— Estou aqui! Nunca vou te deixar.

Ela precisava ouvir isso e finalmente sentiu paz em seu coração.

***

A aeromoça fechou os compartimentos das bagagens acima dos assentos e perguntou educadamente se precisavam de algo.

— Tem medo de altura? — ele dizia sarcasticamente arrancando um sorriso dela.

— Senhores de dragões não tem medo de altura.

Ele estudou o rosto dela admirando sua beleza. Os cabelos loiro-prateados presos com um coque frouxo deixando alguns fios soltos sobre os olhos violetas cheios de cílios atentos em tudo, as bochechas pintadas com um rosa tímido, a boca carnuda convidativa.

— Faça! — ela sussurrou trazendo-o de volta dos seus devaneios — Eu sei o que você quer.

Ela mordeu o lábio inferior sabendo o quanto isso o excitava. Então, Daemon puxou seu rosto com as pontas dos dedos delicadamente e raspou os dentes na carne gostosa de seus lábios. As mãos dela deslizaram por seus braços e os sons que emitia ao beijá-lo fazia seu sangue fervilhar, precisando cruzar as pernas, não deixando o pênis duro em evidência.

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