Capítulo 02

1.2K 142 23
                                    


Rhaenyra olhava aquele cartão sempre que possível. Estava sentada na sua mesa de vidro com um café quente nas mãos. Sua sala era ampla e o seu cargo na editora foi conquistado com muito esforço, assim como tudo em sua vida.

Ela passava o polegar entre o nome dele "Daemon Targaryen", dois dias se passaram desde quando saiu às pressas do hospital. Às vezes se pegava sorrindo quando lembrava. Os cabelos curtos prateados com algumas mechas caídas na altura dos olhos, o sorriso malicioso e o olhar intimidador. Entretanto, o que sempre a intrigava eram as lembranças confusas que surgiam quando estava perto dele. Era como se o conhecesse há muito tempo, mas ela tinha certeza que nunca o viu, ela jamais esqueceria aquele rosto.

— Você vai ficar olhando esse cartão até quando, Rhaenyra? — a voz de sua revisora trouxe seus pensamentos para a realidade.

— Não estou olhando para o cartão — ela pigarreou — estava arrumando a mesa e encontrei perdido no meio da bagunça — jogou despreocupada perto do notebook e tomou um longo gole de café.

A revisora fechou a porta e sentou na cadeira bem na sua frente.

— É o contato do homem que você atropelou aquele dia, não é?

— Sim, Mysaria! — esfregou as mãos no rosto, aflita — Não paro de pensar nele.

— Por que não liga?

— Eu não sei... Ele me ofereceu uma sessão de fotos, mas pessoas são sequestradas com convites assim, não quero ser lembrada por tal estupidez.

— Você está sendo ridícula — Mysaria estendeu o braço e pegou com rapidez o cartão antes de qualquer impedimento de sua chefe — Vou convidá-lo para uma visita aqui na editora.

Os olhos de Rhaenyra arregalaram e saltou com brutalidade por cima da mesa tentando pegar o cartão de suas mãos. Mysaria por sua vez conseguiu se safar. Discou o número e esperava o chamado pela linha telefônica.

— Mysaria eu te mando embora!

— Qual seria a justificativa? Só por que estou fazendo o que você ainda não teve coragem? Deveria me agradecer.

Tocou uma, duas, três, Rhaenyra espumava de raiva tentando tirar o telefone das mãos dela.

— Alô?

— Olá, estou falando com Daemon — procurou o sobrenome rápido no pequeno papel — Targaryen?

— Sim, é ele!

Rhaenyra não sabia onde exatamente se esconder, "ele vai pensar que estou desesperada" ela imaginou, se sentindo a mais estúpida das mulheres.

— Meu nome é Thalya, trabalho como assistente da Sra. Rhaenyra Arryn, e devido ao último ocorrido, ela ficou extremamente preocupada com seu bem-estar e o convidou para um lanche da tarde aqui mesmo no escritório.

Rhaenyra gesticulava furiosa. Seu único desejo era pegar aquele fino pescoço e torcer até não sobrar mais nada dessa desgraçada.

— Consegue ainda hoje às — olhou em seu relógio no pulso esquerdo — 3 pm?

— Perfeitamente, pode confirmar a minha presença.

— Maravilhoso Sr. Targaryen, com certeza vai enchê-la de felicidade. Obrigada.

Mysaria desligou o telefone e ficou pensativa por alguns segundos. Rhaenyra ficou desconfiada pelo olhar perdido.

— O que foi? — perguntou.

— Estranho... Parece que já ouvi a voz dele em algum lugar. Me trouxe um sentimento de nostalgia, mas não consigo identificar.

— Ufa! — disse Rhaenyra aliviada — Pensei que essa loucura era apenas comigo. Talvez esse homem seja famoso e não estamos lembrando.

— Sim, mas é estranho.

Ela cruza os braços e suspira. Daemon chegará em algumas horas e não tenho ideia de como conversar.

***

Rhaenyra não conhecia muito sobre o homem. De fato ele era bonito, a impressionou com elogios respeitosos, tinha um olhar que erguia todos os pelos do corpo e o mais intrigante, trazia uma sensação de conhecê-lo, de outra época ela ousou imaginar. No entanto, concordar com a ideia de Mysaria e convidá-lo até seu trabalho foi insensatez. "O convite não pode ser desfeito" ela pensou, então decidiu encará-lo. Talvez no instante que o visse, o charme e desejo tenha sumido e poderia voltar para a realidade aliviada.

— Está quase na hora — sussurrava Mysaria entrando e encostando a porta — Está ansiosa?

— Não — mentira — pensando melhor é uma ótima ideia encontrá-lo aqui e sumir de vez com essa neurose da minha cabeça.

Mysaria observou com semblante, debochada e erguendo as sobrancelhas.

— E se for mais intenso?

— Impossível, só conversei com ele algumas horas e, porque estava preocupada. — respondeu com um tom de voz mais sério. Gostaria de encerrar o assunto antes de imaginar um futuro nada promissor.

— Humm... — Mysaria a encarou desconfiada e caminhou até a divisão de vidro da sala para o restante da equipe.

Abriu as persianas com os dois dedos finos e analisou se tinha alguma novidade.

— Ora Rhaenyra, suponho que o seu homem chegou.

Pequenas borboletas espalharam-se em seu estômago, circulava os anéis um pouco nervosa.

— Uau. Ele é... Gostosão.

— Mysaria! — respondeu entredentes batendo em seu ombro e encostando ao seu lado.

— Você disse que ele era bonito, não descreveu com o máximo de detalhes — respondeu sem tirar os olhos do vão da persiana — Eu não atropelo homens assim, esse literalmente caiu do céu para você.

— Cala a boca e pare de me deixar sem graça.

Rhaenyra deixou-se analisá-lo antes de ir cumprimentá-lo. Ele era mais alto do que lembrava, claro, ela tinha o visto deitado e sentado, vê-lo assim caminhando era de certa forma a primeira vez. O corpo era longo e esguio, um torso que não acabava mais. Estava todo de preto, com um longo sobretudo e cachecol solto nas laterais. Abaixou discretamente a cabeça tentando analisar sua roupa, felizmente não estava em seus piores dias, então não faria feio para ele.

O telefone tocou assustando ambas. Rhaenyra correu para atender autorizando a entrada. Ajeitou o blazer vermelho, abotoando e acentuando as curvas. Abriu a porta e caminhou até ele. Enquanto se aproximava, ele olhou de relance para o lado e seu corpo estremeceu ao admirar a curva do maxilar. Seu sorriso deixava uma constante sensação de malícia em seu rosto, fazendo as pernas fraquejarem um pouco. "Se controle Rhaenyra, foco, foco!".

— Pensei que não viria.

— Estou atrasado? — olhou o relógio em seu pulso.

— Não, não! Eu... Eu só... — respirou fundo tentando encontrar as palavras — Só pensei que não aceitaria meu convite.

— E porque não aceitaria? Sua assistente disse estar preocupada comigo — respondeu enquanto colocava as mãos no bolso.

— Um convite estranho devemos admitir — forçava um sorriso suave, embora com os dentes apertados.

— Nenhum convite seu é estranho.

Os funcionários olhavam de soslaio, curiosos com a cena que não era tão frequente no local. Rhaenyra era uma chefe educada, gentil, mas firme. Não ficava de sorrisos com qualquer um, mas nesse momento, ela não conseguia controlar seus próprios sentimentos. Daemon causava isso e a deixava confusa.

Não conseguia evitar a queimação que se espalhou em seu rosto e ficou com medo de se sentir ridícula na frente de todos.

— Pelo visto terminaram o trabalho — ela exclamou — Parem de curiosidade e voltem seus olhares para o monitor ou faço trabalharem no sábado.

A rapidez com que as cabeças se movimentaram, fez Daemon rir.

— Então foi com você que falei no telefone? — disse Mysaria surgindo atrás de Rhaenyra — Falei que meu nome era Thalya, mas, na verdade é Mysaria, não queria que soubesse de cara que era apenas a revisora — disse graciosamente enquanto erguia a mão para cumprimentá-lo.

Uma carranca se transformou no lugar do seu sorriso e isso intrigou Rhaenyra. Ele olhava para a mão estendida e pensava duas vezes antes de tocá-la. Poderia fazê-la lembrar de tudo. Tentava conter o semblante de raiva, mas sabia ser impossível, ele nunca foi de esconder as feições.

— Não vai me cumprimentar? — olhava confusa.

Olhou para a mão e depois para o rosto. Decidiu não fazer desfeita, isso poderia causar uma impressão errada com Rhaenyra. Então apertou sua mão-cheia de dedos finos e delicados.

A boca ficou entreaberta, as pupilas dilataram e um tremor em seus ossos reverberaram. Ela não entendia o porquê desse sentimento, mas diversas memórias surgiram em sua mente. Não conseguia decifrar com clareza cada uma delas e uma lágrima discreta percorreu seu rosto.

— Prazer, Mysaria! — respondia sério e fixo em seus olhos.

Ela puxou a mão rápido e tentou não parecer estranha. Rhaenyra não entendia o que estava acontecendo, mas um ar pesado surgiu entre eles.

— Foi um prazer te conhecer Daemon! Vou deixá-los seguir com a reunião.

— Está tudo bem? Parece abatida — Rhaenyra tocava em sua testa.

Essa cena fez Daemon quase golfar. Sua única vontade era torcer o pescoço dela e ver a alma sair de seu corpo sem ressentimento.

— Está tudo bem, não se preocupe, tive um pequeno mal-estar.

Rhaenyra assentiu e seguiu com Daemon para uma cafeteria próxima.

Mysaria correu até o banheiro, fechando a porta desesperada e encostando na parede. Suas mãos viajaram até a barriga, acariciando como se tivesse perdido algo. A lembrança do aborto a caminho de Lys foi a dor maior em seu peito. Depois sua mente divagou, jamais pensaria em ver algo tão cruel, nem nos seus pesadelos mais obscuros. A cabeça de uma criança de cabelos prateados dentro de um saco a fez vomitar.

— O que está acontecendo comigo? — falou para si mesma com a voz baixa — Porque essas visões? Por que ele me lembra algo importante na minha vida?

***

Caminhavam na rua procurando um lugar calmo para ficar.

— Não ficou uma cicatriz? — ela observa sua testa.

— Ainda bem que não — respondeu rindo — Estou acostumado com cicatrizes de qualquer forma.

— Então você teria outras?

— Sim, cicatrizes imensas de longas batalhas.

Ela riu.

— Batalhas? Um jeito bonito de dizer acidentes.

— Quis ser poético.

Seguiram caminhando devagar, observando mais os movimentos das pessoas do que exatamente encontrar um lugar para tomar um bom café.

Ela olhou para o seu perfil definido e lembrou dele com cabelos mais longos, na altura dos ombros, esvoaçantes de uma noite gelada na praia. "Porque estou lembrando de algo que nunca aconteceu?" se questionava em seus pensamentos. Seu peito doeu, um sentimento de saudade e tristeza abateu em seu coração.

— Quando podemos marcar aquela sessão de fotos? — girou a cabeça em direção a sua voz que a fez voltar de suas lembranças.

— Eu... Eu não sei... Não quero incomodar.

— Eu quero tirar fotos suas — parou olhando-a — Não é todo dia que encontro olhos violetas tão intensos como os seus.

Seu corpo estremeceu. "Porque ele tem que me olhar assim", ela limpou a garganta.

— Por que não hoje? — ele enfatizou — Após o seu expediente, pode ir até o estúdio, o endereço está no cartão que te dei.

— Você não faz nada na sexta-feira?

— Cancelaria qualquer compromisso se você dissesse sim.

Ela colocou as mãos no bolso de trás das calças e tentou pensar sobre a proposta. Daemon estava decidido, sua postura era um tanto intimidadora e isso a deixava admirada. Rhaenyra abriu a boca para responder, então recordou precisar terminar uma matéria urgente.

— Sairei tarde hoje, podemos marcar para semana que vem.

— Que horas vai sair?

— Talvez às 8 pm.

— O endereço é aqui perto, prometo que não vai demorar.

Ele estava impaciente. Precisava ficar o máximo possível perto dela, mas não poderia assustá-la. Encarava esperando a resposta. Olhou o pescoço, lábios, e então pareceu inspecionar os olhos. A energia de ambos era palpável e fazia Rhaenyra suspirar.

— Certo você me convenceu — respondeu finalmente se dando por vencida — Estarei em seu endereço esse horário, mas vou logo avisando — ela apontava seu dedo indicador, séria e intimidadora — Se você for um doido psicopata, eu sou dez vezes pior.

— Então devo me preocupar?

Ela gargalhou perdendo a postura.

— É... Sou perigosa.

Ele amava ver o sorriso dela, sorriso esse que sumiu durante anos quando cada filho morria. Ele não queria ir embora, Daemon queria viver essa vida com ela.

***

Estacionou seu carro próximo ao endereço indicado. Se perguntou três vezes se realmente deveria fazer isso. O certo era sentir medo, mas não tinha esse sentimento com ele, Daemon passava segurança para ela.

— Espero não me arrepender.

Saiu do carro, apertou a campainha e esperou. Não demorou até abrir a porta surpreso por sua presença. Indicou para entrar e Rhaenyra assentiu com um sorriso tímido. Ele pegou sua bolsa e acomodou em uma cadeira encostada na mesa de madeira.

Era um estúdio imenso, rústico, mas aconchegante. No canto uma escadaria até um quarto isolado. No centro os refletores e rebatedores prontos focados em um fundo infinito.

— Você tem ideia de como gostaria dessas fotos? — ela perguntou, analisando-o, organizar as lentes e a câmera.

— Vou descobrir na hora.

Estudou-o de soslaio enquanto ele continuava olhando a câmera. Ela gostava de admirar as mechas caídas perto dos olhos e as mãos grandes com um anel prateado no dedo anelar e o outro no polegar.

Tirou seu blazer dobrando próximo à cadeira onde deixou sua bolsa. O estúdio estava quente pelos aquecedores, então não morreria de frio. Sua blusa era colada e fazia um leve decote em V enaltecendo os seios.

Ele indicou onde deveria sentar para começar as fotos.

— Que pose devo fazer? Eu não faço ideia de como ficar.

— Fique natural, eu vou indicar como deve ficar.

Daemon ajeitou a câmera no tripé e se aproximou de Rhaenyra.

— Meu foco é em seu rosto bonito.

Ela corou e ele sabia que ela gostava de ser elogiada. Isso não era nenhum sacrifício para ele.

— Me diga no que está pensando...

Ela piscou duas vezes tentando entender a pergunta.

— Como?

— Quando me vê, o que vem na mente — ele clicava com os movimentos que fazia.

— Bom...

— Olhe para mim!

Então ela olhou naqueles olhos púrpuras. Ela poderia afundar de desejo com apenas o seu olhar.

— Eu lembro de uma praia, não sei exatamente qual, mas uma muito bonita.

A respiração de Daemon oscilou.

— Era de noite, o céu estrelado e a lua iluminando tudo.

Seus olhos se encontraram e um sentimento de saudade apertou até doer o coração de Rhaenyra. Os lábios trêmulos e uma frase ecoou:

— Você me abandonou...

Daemon se esticou olhando-a.

— Só veio essa frase — as lágrimas percorriam seu rosto — Eu não sei porque isso vem quando olho para você, mas não consigo conter.

Ele se aproximou cauteloso.

— É como se um sentimento de perda preenchesse o meu peito. Dez anos tirados de mim, por que sinto isso Daemon?

"Eu te entendo, dez anos foram tirados de mim longe de você", ele pensou querendo contar tudo, mas não poderia, ela precisava lembrar sozinha, caso contrário, perderia ela e continuaria, isolado nesse mundo.

— Outros clientes sentem isso também, suponho que a fotografia traz uma nostalgia. — estava mentindo, é claro, precisava acalmá-la.

Ela enxugou um pouco as lágrimas e ele continuava, perto dela, fotografando. Rhaenyra ergueu seu rosto por cima dos ombros. Então era a vez dele admirá-la. Cheia de brincos, colares e anéis. "Ela sempre foi vaidosa", lembrava. Seus olhos eram perfeitos, a pele macia e os lábios convidativos. Ela mordeu o lábio inferior quando notou seu olhar. Daemon se perdeu nela, sempre se perdia, ela extraia o desejo mais intenso dele, mas ele precisava se segurar. Virou-se abrupto, segurando-se para não agarrá-la agora mesmo, enterrá-la tão fundo e ouvir seus gemidos, implorando por mais, gritando seu nome. Seu corpo tremia querendo-a, mas não podia, não deveria, precisava aguentar.

— Posso ir ao banheiro? — ela perguntou — Queria retocar a maquiagem, não quero aparecer nas fotos como uma chorona — ela riu.

Ele gargalhou olhando-a e indicou onde ficava o banheiro.

***

Entrou, fechou a porta e se olhou no espelho. O peito subia e descia com velocidade. Lembrou de beijos, declarações, saudade, suas mãos nas coxas, seu membro a preenchendo. "Deve ser alguma fantasia", tentava entender. Ela o queria, como ela queria. Pensava ser loucura, o conhecia tão pouco, mas o desejava tanto. Ele emanava algo magnético e irresistível, era visceral, intenso. Se decidiu enfim, "se algo tiver que acontecer, não vou impedir".

***

— Como funciona essas câmeras profissionais? — ela perguntava ajeitando os cabelos em um coque frouxo.

— Quer aprender?

Ela assentiu e se acomodou na câmera em cima do tripé. Ele instruiu como fazer, mexer na lente, acertar o zoom.

— Como assim? — ela perguntou.

— Assim! — ele apoiou a mão dela inconscientemente.

Um arrepio percorreu suas costas e ela se deixou levar pelas lembranças "são apenas fantasias", ela orientava-se. Daemon a conhecia, sabia o que ela estava fazendo, mas deixou seu bom senso de lado e resolveu se deixar levar, um pouco, pela luxúria.

Os dedos percorreram seu braço. Ela fechava os olhos, sentindo e lembrando da sensação. Seu corpo arqueou e ele não se conteve de agarrar a cintura. Encostou seu rosto na pele macia do pescoço e cheirou seu perfume. Que saudade ele estava daquele cheiro, da pele, dela inteira. Cheirava como uma mulher e por debaixo daquela blusa, sua mão percorreu pela barriga lisa. Ele abaixou para beijar a junção do ombro com o pescoço. A mente dela foi inundada por imagens de suas unhas cravando nas costas dele. Gemeu, discreta, um som contido e excitado.

No meio desse desejo, ela lembrou de um detalhe importante.

— Não, não podemos Daemon! — ela se afastou ajeitando-se — Meu deus eu esqueci completamente.

Ajeitava as calças, colocando as mãos no bolso, tentando disfarçar o quanto estava ereto.

— Tudo bem Rhaenyra, acabei passando um pouco do limite.

— Ah... Eu queria exatamente isso, mas... Na verdade, eu tenho alguém.

Uma pontada de ciúmes atingiu seu peito.

— Um namorado?

— É, quase isso, bom é isso!

Daemon tentava disfarçar a raiva que surgiu. Ele queria encontrá-lo, matá-lo e ter ela apenas para ele. Não gostava da ideia de outra pessoa tocando-a.

— Pelo visto não está indo muito bem esse relacionamento — seu semblante era sarcástico — Já que se derreteu toda por mim aqui.

— Não seja egocêntrico, mas não está dando certo mesmo. Quero primeiro acertar isso, não vou me sentir bem fazendo algo errado.

Ela vestiu o blazer e pegou sua bolsa.

— Poderia saber pelo menos o nome dele?

— É Harwin.

"FILHO DA PUTA, MALDITO, DESGRAÇADO! ATÉ AQUI ELE SE INTROMETE" queria gritar, xingar, bater em algo. Não suportava pensar que Harwin, novamente, tocava nela.

Ele abriu a porta e agarrou sua mão. "Isso não faria ela lembrar de tudo, então porque não tocar?" pensou se sentindo atrevido.

— Quando eu vou te ver de novo? — ele perguntou

— Em breve! Até mais Daemon.

***

Nota: Me empolguei nesse capítulo hahaha deixe-me saber se gostam de capítulos mais longos ou curtos :)

Queria agradecer imensamente pelo feedback, fiquei feliz com cada comentário muito obrigada!

Espero que gostem e por favor deixem comentários, eu amo ler cada um deles. Me siga no Twitter: moneceles

Beijooos

SoulmatesOnde histórias criam vida. Descubra agora