Together • Peetniss

Capitulo Cinco

Imagens distorcidas das arvores correm por meus olhos. Estar novamente em um trem é como se eu estivesse de volta aos jogos, revivendo tudo novamente. Aterrorizante.

Se o trem continuar no mesmo ritmo, logo estarei com minha mãe. Quando entrei na minha casa, vi sua carta confirmando a visita. Será bom ter o apoio dela, mas com certeza, me fará lembrar de Prim. Elas são muito parecidas e sempre estavam juntas. Quando eu olhar para ela e lembrar que Prim nunca mais estará ao seu lado, será muito dificil.

Por outro lado será bom ver pessoas diferentes, pessoas que também me apoiarão. Acho que estou precisando disso, sabe, para esquecer tantos problemas.

Haymitch voltando a beber, Peeta ainda com as marcas da capital em sua mente, tudo está começando a desmoronar de novo. Ou talvez sempre esteve demoronado. Talvez achar que algo tinha melhorado foi apenas uma doce ilusão.

O fato é que, eu não saberia o que fazer quando voltasse para casa. Com certeza choraria até não ter mais lagrimas. Toda essa guerra me deixou mais fraca do que nunca. Minha mãe não poderia ter escolhido hora melhor para propor essa visita.

O trem para, pronto para o desembarque. Pego minhas poucas coisas e desço ao encontro de minha mãe. Ela me recebe com um abraço caloroso.

-Estava com saudades.- Diz ao me soltar.

-Eu também.

Minha mãe conta que está morrando no hospital por enquanto, até conseguir uma casa. O distrito também está bastante destruido e muitas pessoas precisam de moradia.

-Esqueci de avisa-la na carta. Você se importa de ficar por lá?- Ela pergunta.

-Claro que não, mãe.- Digo lhe lançando um pequeno sorriso.

Partimos para o Hospital. Tive um pouco de receio de que fosse como o outro em que estive, mas é bem limpo e organizado. Minha mãe fez um bom trabalho, já que ela é a principal administradora.

Iremos dividir o quarto, mas há uma cama para cada uma, não é um lugar tão grande, nem tão pequeno, é até confortavel para um hospital.

-Gostaria de vir comigo ver os pacientes? Eles adorariam saber que você está aqui.- Ela diz e eu assinto com a cabeça colocando minhas coisas em cima da cama, para que possa arrumar mais tarde.

Vou andado ao lado de minha mãe até chegarmos há uma imensa sala, cheia de camas e cochões no chão. Há pessoas de diferentes distritos, com diferentes problemas, desde dos mais graves aos mais simples. Quando me veem estampam um enorme sorriso no rosto. Todos estão a me olhar, felizes. Viro-me para minha mãe que me lança um sorriso.

-Eu falei que todos ficariam animados.

As pessoas contam para mim suas historias de vida, dizem o quanto eu fui importante para elas, me lançam sorrisos, me mostram seus filhos que agora estão livres da morte e em um momento todos levam seus três dedos à boca e levantam para o alto, em um sinal de gratidão, respeito e amor. Uma luz nova ilumina o local, está tudo em paz e harmonia agora. Inclusive eu.

Pensar que cheguei a achar que essa guerra só traria desgraças. As pessoas podem estar com feridas e cicatrizes, mas estão felizes. Só agora eu vejo isso. Vejo que a vida tem que processeguir, ainda mais depois de tanta luta.

[···]

-Três dias depois-

-Tem certeza que já quer ir embora, filha?- Minha mãe diz depois de insistir muito para que eu fique mais uns dias.

-Eu adoraria, mas deixei Haymitch em um hospital, preciso saber como ele está.

-Tudo bem.- Ela sorri e me abraça.