Capitulo Um

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A guerra finalmente acabou. Snow está morto, mas eu não o matei. Atirei em Coin.

Prim está morta também, e Finnick, Boogs, Castor, Messala, e milhões de outras pessoas. Quase todas por minha causa. Mesmo que eu saiba que foi por um bom motivo, não consigo aliviar a culpa.

Eu choro o dia inteiro, as vezes penso que ninguem, nunca será capaz de curar minha dor. Nem mesmo Peeta. Ele nunca voltará a me amar, mesmo.

Me sinto tão sozinha, a unica pessoa que vejo é Graesy, ela tem me ajudado em casa, mas ainda assim prefiro aqui do que o treze. Queria pelo menos que minha mãe estivesse comigo, mas sei que seria doloroso demais para ela.

Também é para mim. Sinto como se todos estivessem me abandonado. Minha mãe, Gale, , Peeta... Eu não estou bem, acho que estou entrando em depressão.

As vezes penso que se Peeta estivesse aqui, tudo seria diferente. Lembro-me de quando acordava gritando e ele estava lá, para me acolher em seus braços e fazer com que eu durma bem. Sinto tantas saudades.

Peeta não voltou ao doze ainda, não sei nem se voltará, depois de tudo.

Eu cheguei à uma semana. Está tudo destruido, mas por sorte quando cheguei já haviam recolhido os corpos carbonizados. As pessoas vem chegando aos poucos. Materiais de construção e trabalhadores são enviados. As casas estão começando a ser construidas. Aos poucos as pessoas vão recomeçando suas vidas.

Eu tenho os ajudado muito, aliais, é só isso que eu faço ultimamente. Eles estão abrigados na aldeia dos vitoriosos. Entrego comida e quase todos os dias. O governo também ajuda, toda semana, manda suprementos, roupas de cama, utencilios praticos do dia-a-dia e etc. tudo que a população precisa.

Olho pela fresta da janela e vejo o sol que brilha forte. Está um belo dia para caçar. Começo de primavera, meu dia preferido do ano. Aviso Graesy e saio para floresta.

Enquanto ando pelo distrito é impossivel não lembrar do passado. Tudo que eu vivi aqui parece tão distante, agora. Impossivel não lembrar de quando andava com Gale por essas mesmas ruas, ganhando nosso sustento e fazendo o que gostavamos. Era uma vida dificil, mas me lembro que depois dos jogos, desejei mil vezes voltar aquela mesma vida. Eu estava rica, mas infeliz. Sempre desejei ter dinheiro, mas se soubesse que ele só viria daquela forma.. sem duvidas nunca aceitaria.

Gale, meu melhor amigo, foi para o distrito dois, sem nem sequer se despedir. Me excluiu de sua nova vida, como se eu nunca tivesse significado nada. Não entendo, não queria que fosse assim, mas foi a escolha dele. Eu não o culpo por nada, gostaria de dizer isso a ele, mas não sou eu que vou correr atrás.

Chegando a cerca, fico em silencio, buscando algum barulho, mais não escuto nada. Mas é claro que não, esqueci que a eletricidade da cerca nunca mais será ligada. Agora, entrar na floresta não é mais um crime.

Ah, a floresta, revigorante e cheia de vida. O som do canto dos tordos, uma maravilha que finalmente posso admirar sem medo. Tinha me esquecido de como é bom um momento assim. Posso relaxar e esquecer dos monstros que me cercam e, me concentram apenas em acertar o alvo, mas isso não é dificil.

Observo de longe um cervo. A ultima vez que vi um desses, foi a quase três anos atrás, antes da colheita, que me voluntariei por Prim. Me lembro exatamente desse dia, até porque não teria como esquecer. Estava lá pronta para atirar a fecha, quando Gale assustou o animal, mas não tive tempo nem de ficar brava, pois ele logo me mostrou um enorme pedaço de pão. Eram bons momentos. Momentos assim, que sinto falta.

Dessa vez acerto em cheio o cervo, me vejo feliz por isso. Como o animal é bem grande, não vou caçar mais, porque provavelmente não conseguirei carregar mais um.

Together • PeetnissOnde histórias criam vida. Descubra agora