capítulo dezessete

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A luz solar do clima de 32 graus do Rio de Janeiro invade o meu quarto através da janela, tornando impossível a possibilidade de dormir até a hora que eu quiser

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A luz solar do clima de 32 graus do Rio de Janeiro invade o meu quarto através da janela, tornando impossível a possibilidade de dormir até a hora que eu quiser.

Bufo, me xingando mentalmente por não ter fechado a cortina completamente ontem à noite.

Vendo que a única opção plausível é acordar e tomar um banho gelado, decido me espreguiçar e organizar minha cama.

Ouço o som das pegadas do Filippo, indicando que ele já estava passeando pela casa. Hoje cumpriríamos mais uma coisa da lista que meu pai havia planejado mentalmente, e que também fazia parte de uma promessa sua ao Valentim: ir à praia.

Enrolo um pouquinho nas minhas redes sociais, antes de criar coragem para enfrentar meu dia. Quando resolvo sair, meu irmão mais novo não está mais lá. Provavelmente deve ter ido acordar o Valentim.

Ando em direção à sala, e, antes de chegar lá, tenho visão do sofá. Minha mãe estava deitada no peito do meu pai, mexendo em seu celular, enquanto papai comia tapiocas, focado em um programa que passava na TV.

— Pode vir, Lis. — minha mãe diz, desviando sua atenção para mim. Estendo minhas mãos em rendimento, indo em direção à eles. — Já são onze da manhã, por incrível que pareça, né, mocinha?

Cruzo os braços, indignada. Esse não era o bom dia que eu esperava.

— Você e o Valentim parecem que têm todo o sono do mundo. Aí não tem jeito, tenho que dar a razão para sua mãe mesmo. — concorda com o que foi dito e dá de ombros. Sorrio.

Passos lentos em direção ao cômodo em que estávamos, pouco tempo depois, sinalizaram a presença dos meu irmão mais velho com Pippo em seus braços.

— Falando no adotado... — minha mãe me repreende com seu olhar e eu consigo ver meu pai segurar a risada.

Valentim tentava assimilar seus pensamentos e pareceu ignorar totalmente o que eu havia dito. Apenas o ignoro e vou em direção ao banheiro, destinada a tomar um banho.

— Se arruma logo, a Tainá e o Victor já estão vindo! — pede e eu concordo com um tom mais alto, já que estava em outro cômodo.

Tomo um banho gelado e visto um biquíni preto básico. Me encaro no espelho, com meus olhos na minha cicatriz perto da clavícula.

Sua aparência estética me incomodava apenas casualmente, uma vez que ela era quase invisível. Porém, o peso presente em sua história me fazia querer vomitar.

Lavo meu rosto, na esperança de ignorar qualquer lembrança ruim. Isso não é hora, Annelise.

Prezando pela calmaria e o momento mais reservado em família, meu pai optou por ir para a praia mais próxima mesmo. Aqui estávamos, caminhando na orla da praia de Leblon.

Maktub | Arthur Fernandes Onde histórias criam vida. Descubra agora