1/2Eu não sei explicar direito o que eu sinto quando estou com a Annelise, mas sei que é algo muito bom. Acabamos nos aproximando tão naturalmente com essa história da Jade e do Vini, que mesmo com nossas rotinas corridas e bagunçadas — no meu caso —, sempre tínhamos tempo para conversar.
Desperto dos meus pensamentos, ouvindo meu telefone tocar. Merda, eu estava atrasado.
— Qual foi, Thurzin? Vai desprezar meu humilde convite feito com tanto carinho? — Coringa fala, do outro lado da linha. — Tá uns 30 minutos atrasado.
Para contextualizar, ele tinha marcado um churrasco com a galera da Loud e alguns outros amigos na casa dele e, obviamente, estava aproveitando essa oportunidade para fazer drama.
— Foi mal, cara. Já já apareço por aí, dormi muito. — apoio meu celular entre meu ombro e minha orelha, enquanto calço meu sapato. — A mãe do Vini vai levar a gente.
— E é a bela adormecida, é? — escuto a voz de Jon através da ligação, juntamente com a risada do Lzinn.
— Vocês são chatos demais, Ave Maria. Tchau. — desligo a ligação e abro o chat do Vinícius. Ele tinha avisado que estava chegando, então prontamente desço as escadas.
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Depois da ligação, não demoramos mais que vinte minutos para chegar na casa do Victor.
Annelise estava sentada em uma mesa típica de beira de piscina, com guarda-sol e sorria empolgada em uma conversa com Jade.
Não conversamos desde que nos despedimos ontem, após o cinema.
Avisto meus amigos e vou cumprimentar todos, um por um. O Bak foi o último e ele estava ao lado da ruiva aniversariante naquele dia da festa. É, talvez agora faça sentido o segurança ter aceitado tantos convidados do Senhor Lessa.
Quando olho para a mesinha novamente, Lis não estava mais lá, assim como a Jade. Vou em direção à mesa e me sento, esperando que ela apareça novamente.
Dois copos de plástico com Coca-cola são colocados na mesa, e eu me viro para ver quem colocou.
— Pra você. — Annelise sorri fraco, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha. Sorrio para ela e ela se senta. — Obrigada por ontem, de verdade. Não queria ter te atrapalhado.
— Relaxa, Lis. Tudo certo, no papo reto mesmo. — mexo em meu cabelo, rindo de canto para demonstrar que realmente estava tudo bem — Só me arrependo de não ter tirado foto da sua cara com aquele susto perto do final do filme.
— E eu, de não ter tirado foto de você parecendo um tomate. — sinto que estou virando um tomate novamente. Annelise realmente não media esforços para causar isso em mim, e era patético.
Graças ao bom Deus, não tenho que responder a essa provocação, pois o Victor surge para conversar com a gente.
— E aí, crianças? — se senta na cadeira que estava desocupada. — Nossa, mano, me sinto muito velho toda vez que fico perto da Lis. Eu vi essa menina nascer. — põe a mão no coração.
— Você adorava me irritar em qualquer oportunidade quando eu era criança. Sério, eu ficava muito brava. — Coringa sorri, encarando a mesa, provavelmente se recordando da memória. — Sabia que uma vez ele cortou o cabelo de uma Barbie minha? — olha nos meus olhos.
Sorrio, negando com a cabeça para o meu amigo enquanto dou um gole na minha Coca-cola.
— Acho que foi pra implantar na parte que falta, tenta entender também, Lis. — zoo a calvície do mais velho, o que o leva a olhar para mim com indignação. Annelise apenas ria da situação.
— Já vi que perdi todo o respeito que eu tinha, mesmo. — cruza os braços e eu sorrio. Lzinn vem em nossa direção, com um sorriso gigante, e eu me preparo para a perturbação.
— Fala, família — ele se senta ao lado de Coringa, e passa os braços ao redor do ombro do moreno, arregalando os olhos em seguida. — Nossa! Essa mesa tá real em família! — fecho os olhos, negando com a cabeça. Não é possível.
— Que história é essa, Lzinn? — Coringa pergunta, ainda de braços cruzados.
— Ah — a expressão do loiro cearense muda de súbito. — To falando porque eu te considero meu irmão, sabe? E o Thur é quase meu filho, tá ligado? — seguro minha risada, e olho para Annelise, que se encontra na mesma situação que eu.
— Entendi, mano — Coringa assente, e depois se levanta sorrindo, dando dois tapinhas no ombro do Lzinn. — Se divirtam ai, vou ver como ta o resto do pessoal — todo mundo faz um joia para ele, e o moreno sai de perto.
— Puta que pariu, achei que eu fosse morrer agora — Lzinn coloca a mão no coração, respirando fundo em seguida.
— Fica falando mais do que a boca — repreendo ele, batendo em seu braço.
— Fi, como que eu ia saber que ele não gosta nem de brincar com esse assunto? — ele estala a língua.
— É tudo teatrinho do Victor — Lis diz, atraindo nossa atenção. — Ele nem liga, inclusive zoa com isso também — ela dá de ombros, bebendo de sua coca.
— Bom saber — Lzinn balança a cabeça, parecendo achar a informação muito interessante. Nego com a cabeça, rindo fraco.
Olho o ambiente, avistando Vinícius e Jade em uma conversa empolgada.
Ata, entendi porque os dois tinham sumido.
Indico com a cabeça para que Annelise também possa visualizá-los. Pelo visto, os dois percebem nosso olhar e se direcionam até a gente.
— E esses dois? — Lzinn pergunta, baixinho.
— Me lembra de te contar tudo depois — Lis responde no mesmo tom, piscando para o cearense, que balança a cabeça antes de se levantar.
— Fala tu, Vinizin — Vini cumprimenta Lzinn com um aperto de mão. — Vou indo, crianças. Mais tarde eu volto — todo mundo acena para ele, e o loiro vai em direção a cozinha da casa.
Jade vem me cumprimentar e se senta ao lado de Annelise, com Vini do seu outro lado.
— Como foi o filme ontem? — Lis pergunta, e Vini coça a nuca.
— Foi bem interessante, gostei da protagonista, a... Como era o nome dela? — ele olha para a Jade, que nega com a cabeça.
Olho para o lado e percebo que os olhos esverdeados da Annelise me encaravam. Quando direciono meu olhar para ela de volta, nós gargalhamos da situação.
— A cerveja chegou, tropa! — Bak anuncia com um tom empolgado, levantando seu copo. Em seguida, ele faz uma batida de quadris com o Coringa e os dois riem.
Vinícius observa a cena, parecendo interessado.
— Nem olha, viado. Não quero ficar sendo babá de bêbado de novo. — repreendo o meu amigo, que me dá dedo.
Não demorou muito para que ele se levantasse para checar a movimentação depois da chegada das bebidas.
Já vi que vou ter que aturar delírio de bêbado de novo.
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Maktub | Arthur Fernandes
Fanfiction✧ 𝐌𝐀𝐊𝐓𝐔𝐁 é uma palavra em árabe que significa "já estava escrito" ou "tinha que acontecer", podendo ser considerada sinônimo de "destino". Annelise volta a morar no Brasil com sua mãe e seu irmão, e com isso acaba se reaproximando de seu primo...