trinta e cinco

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Notoriamente, os dias na presença de Olavo Laurent Olivieri são os mais agitados, no sentido mais positivo dessa palavra, da nossa família

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Notoriamente, os dias na presença de Olavo Laurent Olivieri são os mais agitados, no sentido mais positivo dessa palavra, da nossa família. Céus, como eu queria que ele morasse com a gente de novo.

Uma das programações incluídas no seu script mental de rotina quando vem nos visitar, é ligar para o Valentim todos os dias. Sério, desde que ele chegou aqui, não teve um dia que não ligamos para o meu irmão mais velho.

— E aí, campeão? Como estão as coisas por aí? — escuto meu pai falar, ao meu lado, e já interpreto a situação. Eu disse.

Direciono o meu olhar para ele, e vejo que é uma ligação de vídeo. Rio e volto a rolar pelo Feed do meu Instagram, entretida.

Tudo certo, até então, pai. — responde. — Essa semana não é Race Week, aí tô vendo o que vou fazer.

— Estamos com saudade. — suspira, e eu me vejo na obrigação de me aproximar para dar pelo menos um oi para o Timtim. Surjo na câmera, acenando.

Ei, essa blusa é minha? — aproxima o celular do rosto, exibindo sua íris esverdeada e um par de sobrancelhas franzidas. O comprimento de seus fios lisos e loiros ocupava quase toda a câmera.

Uma cópia fiel da minha figura paterna há muitos anos atrás, eu diria.

— Acho que já pode ser considerada minha, não? — sorrio, mandando um beijo para ele.

Próxima temporada vou ter que trazer até meu guarda-roupa nas malas, pelo visto. — reviro os olhos com a sua fala. Sua expressão se suaviza, e ele sorri fraco. — Também tô com saudades de vocês. Pra caralho.

— Sabe que a gente te ama, não sabe? — me aninho no peito do meu pai enquanto ele fala. O sorriso no rosto do meu irmão apenas cresce.

Prometo comprar uma passagem pra casa assim que der. — esse foi um eu também amo vocês em um Valentim way. Sorrimos.

— E aí marca um jantar para eu conhecer a Elô também, né? — o mais velho pisca um de seus olhos, fazendo as bochechas do meu irmão avermelharem e arrancando um sorriso dele.

Olavo Laurent vem batendo na mesma tecla desde que descobriu da existência de sua mais nova nora. Se tratando de Valentim, realmente é um marco histórico.

— Verdade, saudades da minha cunhadinha. — complemento.

Pode deixar, pai. — umedece seus lábios, rindo. — Agora quem não está com saudades do cunhadinho, sou eu.

Puta que pariu. Eu vou matar o Valentim.

Cunhado inexistente, e que ele nunca nem sequer conheceu.

Meu pai vira pra mim, desacreditado, o que percebo por suas sobrancelhas franzidas.

— Que história é essa? — questiona, focando seu olhar em mim.

Maktub | Arthur Fernandes Onde histórias criam vida. Descubra agora