2/2Com o tempo que passou, não sei se questiono se a fome vai me matar ou se eu vou matar o Arthur.
Na verdade, acho que a dor no meu estômago não é de fome, mas me recuso a acreditar que estou nervosa imaginando o momento em que ele vai passar por essa porta.
— Olha os dois ali — Jade aponta com a cabeça e eu os vejo através da porta de vidro. Não demora um milésimo segundo para que a minha amiga se levante da cadeira para falar com o Vini e abraçá-lo.
Com isso, me aproximo do Arthur com um sorriso no rosto.
— Achei que você não fosse chegar nunca. — reclamo, recebendo um sorriso dele e seus braços me convidando para um abraço.
Retribuo, sentindo seu cheiro.
— Desculpa pelo atraso. — se separa do abraço, coçando sua nuca. Nego com a cabeça, com um sorriso sem mostrar os dentes.
Olho para o lado e a Jade e o Vini estão nos encarando, de braços cruzados.
— Perderam alguma coisa aqui, fi? — Arthur pergunta e eu reprimo minha risada. Os dois reviram os olhos, indo em direção à mesa.
Viramos para caminhar até lá também e, com nossos amigos virados de costa, sua mão gelada encosta na minha cintura na parte que a minha blusa não cobre. Talvez o sorriso que essa ação me causou seja um assunto a se refletir futuramente.
É agora que a Jade não vai me deixar em paz de vez.
Me sento de frente para Jade, com Arthur ao meu lado, de frente para o Vini. Começamos a conversar animadamente sobre o primeiro dia de aula dos meninos enquanto esperávamos pelo garçom.
— Vocês já decidiram o que vão comer? — Vini pergunta, com o braço ao redor da cadeira da Jade, acariciando o braço dela.
— Eu e Lis pedimos uma salada e uma porção de batata, mas ela só quer a salada, então dá para nós três — minha amiga responde por mim.
— É, dependendo da minha fome depois eu pego mais alguma coisa, mas só essa salada já ta bom pra mim — dou de ombros.
— Certeza? — o garoto ao meu lado questiona, como se quisesse se assegurar da minha decisão. Assinto, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e ele pega seu celular para escanear o cardápio.
Aproveito esse momento para encostar minha cabeça em seu ombro — uma mania que eu já estava quase adquirindo — e observar as opções com ele.
— To cheio de fome, vou amassar esse daqui de carne de sol acebolada. — aponta e eu concordo, rindo. A gente é, literalmente, o oposto.
— Tá certo, morto de fome. — repito a provocação que ele fez hoje mais cedo com a Jade, levantando meu rosto para olhá-lo.
Quando ele direciona seu olhar ao meu, minhas bochechas coram por causa da proximidade dos nossos rostos e eu me afasto.
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Maktub | Arthur Fernandes
Fanfic✧ 𝐌𝐀𝐊𝐓𝐔𝐁 é uma palavra em árabe que significa "já estava escrito" ou "tinha que acontecer", podendo ser considerada sinônimo de "destino". Annelise volta a morar no Brasil com sua mãe e seu irmão, e com isso acaba se reaproximando de seu primo...